Vida e comunidade em Clube da Luta e A praia
A partir das narrativas Clube da luta (1996) de Chuck Palahniuk e A praia(1996) de Alex Garland, o presente artigo investiga as configurações comunitáriasque essas ficções propõem na virada do milênio. Os dois livros sãoo ponto de partida para analisar uma dialética da ruptura e da fundação, dolugar e do território, mas também entre arte e vida, já que a narrativa comunitáriaassombra a própria paixão pelo real (Alain Badiou, O século). É diantedessa contradição que as leituras de Giorgio Agamben (A comunidade que vem),Jean-Luc Nancy (A comunidade inoperante) e Massimo Cacciari (Nomes de lugar:confim) nos permitem discutir o paradoxo da relação sujeito e comunidade. Asduas narrativas analisadas propõem um deslocamento diante do mundo emnome de um outro lugar. Tornados território, configuram-se a partir de identidades,Clube, ou de restrições geográficas, Praia, e passam então a encenarexatamente as contradições que pretendiam romper. É para esse fracasso, quenão é mais o universalista, que o presente trabalho atenta.