scholarly journals Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte - MG

2012 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. 311-320 ◽  
Author(s):  
E.R Oliveira ◽  
L Menini Neto

O objetivo deste estudo foi o levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela população do povoado de Manejo, Lima Duarte (MG). O estudo foi realizado mediante visitas às casas dos moradores que responderam a questionário relacionado às espécies de plantas que são cultivadas, respectivas partes utilizadas, bem como as formas de preparo e quais doenças são tratadas com as plantas. Foram realizadas 41 visitas resultando em citações de 100 diferentes espécies medicinais, sendo a maioria cultivada nos quintais e outras nativas da região, as quais também são utilizadas pelos moradores. Exemplares foram coletados e depositados no herbário CESJ, da Universidade Federal de Juiz de Fora. As espécies mais citadas foram Mentha sp., Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, Foeniculum vulgare Mill., Achyrocline satureioides (Lam.) DC., Bidens pilosa L., Mentha pulegium L., Mikania glomerata Spreng., Rosa sp. e Plantago major L. As doenças mais tratadas com as plantas medicinais em Manejo são gripes e resfriados, problemas estomacais, cólicas menstruais e infecções no útero, verminose, problemas renais, ansiedade e estresse. As partes mais utilizadas são as folhas, e a forma de preparo mais comum das plantas são os chás por infusão. A construção de horta comunitária no povoado pode valorizar o emprego das plantas medicinais, sobretudo pelos mais jovens, mantendo a tradição do uso pelas futuras gerações.

2012 ◽  
Vol 14 (3) ◽  
pp. 537-547 ◽  
Author(s):  
R. Bochner ◽  
J.T. Fiszon ◽  
M.A. Assis ◽  
K.E.S. Avelar

O uso de plantas medicinais pela população brasileira é prática tradicional, sendo muitas vezes o único recurso utilizado na atenção básica de saúde. O uso terapêutico dessas plantas envolve várias etapas da cadeia produtiva, sendo a procedência, coleta, secagem, armazenamento, comércio, modo de preparo pelo usuário e uso. O objetivo desse trabalho documental, de caráter exploratório, foi levantar a produção científica existente sobre os problemas associados a cada uma dessas etapas e discutir as questões relacionadas à carência de estudos para comprovar a eficácia farmacológica e a ausência de riscos toxicológicos, bem como a prática de autodiagnóstico. As vinte plantas mais comercializadas em grande mercado do município do Rio de Janeiro em agosto de 2007 serviram de base para o levantamento documental do presente estudo. Dessas, seis apresentaram propriedades tóxicas comprovadas dependendo do preparo e uso, a arnica (Solidago chilensis Meyen), aroeira (Shinus terebinthifolius Raddi.), arruda (Ruta graveolens L.), babosa (Aloe vera L.), confrei (Symphytum officinale L.) e poejo (Mentha pulegium Lam. & DC.). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aponta contra indicações para boldo-do-Chile (Peumus boldus Molina), chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus Micheli), erva-cidreira (Lippia alba N.E.Br.), erva-de-bicho (Polygonum spp.), espinheira-santa (Maytenus spp.), picão (Bidens pilosa L.), poejo (Mentha pulegium Lam.) e tanchagem (Plantago major L.). O abajerú, arnica, boldo-do-Chile, confrei, erva-de-bicho e espinheira-santa tiveram relato de problemas de identificação na coleta e comercialização frente a outras morfologicamente semelhantes. Plantas cultivadas e silvestres apresentam variabilidade de princípios ativos influenciados por fatores ambientais e genéticos, como chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus Micheli), erva-cidreira (Lippia alba N.E.Br.) e erva-de-bicho (Polygonum spp.). A contaminação e o comprometimento da preservação dos princípios ativos pela secagem e armazenamento inadequados foram relatados para o guaco (Mikania glomerata Sprengel), camomila (Chamomilla recutita L.), erva-cidreira, chapéu-de-couro e boldo-do-Chile (Peumus boldus Molina). Pode-se constatar que todas as etapas da cadeia produtiva das plantas medicinais apresentam desafios para que se possa garantir identificação da espécie, disponibilidade, qualidade, segurança e eficácia de uso.


2020 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 1
Author(s):  
Samuel Tadeu Tonin ◽  
Deyze Cristina Lucas ◽  
Amanda Fabres Oliveira Radunz ◽  
Ítalo Kael Gilson ◽  
Jacir Dal Magro ◽  
...  

Objetivou-se avaliar a organização social das feiras livres frente a disponibilidade de mudas e partes secas vegetais de plantas medicinais, aromáticas e condimentares (MAC), ofertadas aos consumidores em feiras livres do município de Chapecó-SC. Os dados foram coletados visualmente através de visitas às feiras livres, em dois diferentes momentos. Os resultados demonstram que as feiras livres do município estão disposta em 10 espaços distintos dentro da área urbana, totalizando 16 momentos de realização distribuídos entre os dias da semana. De maneira geral, os espaços ofertam diversos produtos aos consumidores, entre os quais estão as espécies MAC tano na forma de mudas quanto de partes secas, esta última representando, em média, 72% do total. A oferta da maioria das espécies não foi influenciada pela data de avaliação, sendo as mais recorrentes a Ruta graveolens, Matricaria chamomilla, Rosmarinus officinalis, Aloysia citriodora, Mentha pulegium, Plectranthus barbatus, Citrus sinensis, Mikania glomerata, Helichysum italicum, Mentha sp., Artemisia absinthium, Salvia officinalis, Ocimum basilicum, Origanum majorana, Achyrocline satureioides, Malva sylvestris, sendo encontradas tanto em mudas como partes secas.


2013 ◽  
Vol 15 (2) ◽  
pp. 273-279 ◽  
Author(s):  
M.R. Zucchi ◽  
V.F. Oliveira Júnior ◽  
M.A. Gussoni ◽  
M.B. Silva ◽  
F.C. Silva ◽  
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Os objetivos deste trabalho foram: identificar as espécies vegetais utilizadas com fins medicinais pela comunidade de Ipameri (Estado de Goiás); investigar as preferências com relação à produção e comercialização dessas plantas; e diagnosticar o perfil de gênero e as faixas etárias e salariais de seus usuários. Para isso, foram realizadas entrevistas estruturadas com 200 famílias da cidade e coletadas as plantas visando-se a sua correta identificação. O material foi herborizado, identificado e depositado no Herbário da Universidade Estadual de Goiás (HUEG). Das 200 famílias entrevistadas, 75 disseram não fazer uso de plantas com fins medicinais (37,5%), enquanto 125 afirmaram fazê-lo (62,5%). O grupo que utiliza relacionou 35 espécies mais empregadas: hortelã-rasteira (Mentha x villosa L.), boldo-sete-dores (Plectranthus barbatus Andrews.), capim-cidreira (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.), quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.), camomila (Chamomilla recutita (L.) Rauschert.), poejo (Mentha pulegium L.), guaco (Mikania glomerata Spreng.), mentrasto (Ageratum conyzoides L.), alfavacão (Ocimum gratissimum L.), losna (Artemisia canphorata Vill.), bálsamo (Eysenhardtia platycarpa Mich.), carqueja (Baccharis trimera (Less.) DC.), funcho (Foeniculum vulgare Mill.), babosa (Aloe vera L.) e malva (Althaea officinalis L.). Todas as famílias consumidoras (100%) afirmaram preferir as plantas cultivadas de forma orgânica, selecionando-as através da boa aparência (68% das famílias) e consumindo-as in natura (sem beneficiamento, 100%). A utilização de plantas medicinais em Ipameri é independente do sexo (54%, mulheres e 46%, homens) e se estende às várias faixas etárias e também sócio-econômicas, configurando-se assim, um bom mercado consumidor.


2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
Author(s):  
Luciara Sartori Riboldi ◽  
Marinês Pérsigo Morais Rigo

O uso de plantas medicinais pela população é um hábito muito comum repassado de geração em geração entre as famílias desde à antiguidade, porém algumas plantas se usadas de forma incorreta podem causar interações medicamentosas, reações adversas e efeitos toxicológicos no organismo. Desta forma, o objetivo deste estudo foi analisar as interações entre plantas medicinais e medicamentos no município de Capitão/RS. Para isso, foi aplicado um questionário sobre plantas medicinais e medicamentos, com perguntas objetivas e descritivas à usuários que frequentam o Posto de Saúde da cidade de Capitão. A pesquisa contou com 50 participantes de ambos os sexos, onde a predominância foi do sexo feminino, a idade média dos entrevistados foi entre 61 a 70 anos, sendo a maioria aposentados e com ensino fundamental incompleto. No geral, quase todos disseram utilizar plantas medicinais, que este hábito foi repassado pela família e que normalmente são cultivadas no quintal de casa. As plantas mais citadas foram camomila (Matricaria recutita), marcela (Achyrocline satureioides), capim-limão (Cymbopogon citratus), boldo (Plectranthus barbatus), funcho (Foeniculum vulgare), malva (Malva sylvestris), laranjeira (Citrus sinensis), poejo (Mentha pulegium) e losna (Artemisia absinthium). A forma de preparo mais utilizada foi a infusão e as partes mais usadas foram as folhas. Os medicamentos mais citados foram os que agem no sistema cardiovascular, seguido dos medicamentos que atuam no aparelho digestivo, betabloqueadores, antidepressivos, anti-hipertensivos e diuréticos. Em relação às interações encontradas, várias plantas medicinais podem provocar interações ou alterar a absorção dos fármacos, como a camomila (Matricaria recutita) que possui interação com anticoagulantes, fazendo com que aumentem as chances de hemorragias, assim como o capim-limão (Cymbopogon citratus) que interage com medicamentos sedativos, podendo aumentar seus efeitos. O fato da população achar que o que é natural não faz mal, deve ser visto com maior atenção pelos profissionais da área de saúde em relação ao uso de medicamentos associados às plantas medicinais, visando garantir maior segurança, diminuindo as interações e contribuindo para uma melhor qualidade de vida.


2007 ◽  
Vol 25 (2) ◽  
pp. 285-291 ◽  
Author(s):  
A.P. Duarte ◽  
A.C. Silva ◽  
R. Deuber

Um levantamento de plantas daninhas foi realizado em 20 lavouras de milho safrinha em 1997 e 40 em 1998 e 1999, depois da soja, na região do Médio Paranapanema-SP. O levantamento abrangeu os municípios de Assis, Campos Novos, Cândido Mota, Cruzália, Florínea, Maracaí, Palmital, Pedrinhas Paulista e Platina. No estádio de enchimento de grãos, as lavouras foram percorridas em ziguezague, a partir de quatro pontos de entrada, de maneira a representar a área total. As lavouras foram subdivididas de acordo com as condições de manejo das culturas: semeadura direta, semeadura convencional em solo preparado com grade e semeadura de milho safrinha na palha de soja cultivada no sistema convencional. Em cada lavoura foram cadastrados o nível de infestação e as espécies daninhas. Foram coletadas informações quanto ao manejo das plantas daninhas adotado nas lavouras, assim como sobre os herbicidas empregados. As espécies de plantas daninhas mais importantes foram Cenchrus echinatus, Bidens pilosa, Euphorbia heterophylla, Raphanus sativus, Digitaria horizontalis, Commelina benghalensis, Amaranthus sp., Achyrocline satureioides, Sinapis arvensis, Sida sp., Glycine max, Avena strigosa, Eleusina indica e Sorghum halepense. Houve acentuado aumento na infestação da espécie C. echinatus nas lavouras, a qual passou a constituir-se na principal espécie infestante. R. sativus também se tornou importante e apresentou grande incremento de 1997 a 1999. Na semeadura convencional houve predomínio de alta infestação, evidenciando desempenho inferior desse sistema em relação aos demais no controle de plantas daninhas. O controle químico mais utilizado foi a mistura atrazine + óleo vegetal + 2,4-D, seguido por atrazine + óleo e atrazine isolado. De modo geral, não se efetuou o controle das plantas daninhas em 22% das lavouras, as quais apresentaram as maiores porcentagens de infestação. O nível de infestação em função do tipo de controle foi variável de acordo com o ano agrícola.


Author(s):  
Flor Teresa García Huamán ◽  
Marleny Angeles Trauco

<p>El objetivo de este estudio fue determinar el efecto del extracto de plantas medicinales sobre el crecimiento de Escherichia coli y Staphylococcus aureus crecimiento de <em>Escherichia coli </em>y <em>Staphylococcus aureus. </em>El diseño de estudio fue experimental, diseño factorial, de corte transversal. Se aislaron las bacterias y se obtuvieron extractos, utilizando 1 L. de etanol (QP) por cada 100g. de hoja triturada. Se almacenó a temperatura ambiente por 20 días, se filtró y evaporó a 40°C. Posteriormente se colocó 10ul a discos de papel de 6mm., luego se realizó la siembra y colocación de los discos, después de 48 horas se midió los halos de inhibición. Se encontró que los extractos no afectan el crecimiento de <em>E. Coli </em>pero si inhiben el crecimiento de <em>Staphylococcus aureus. </em>Se concluye que el efecto de los extractos de las plantas medicinales como: <em>Aloysia citriodora </em>“cedrón”, <em>Ambrosia arborescens </em>“marco”, <em>Bidens pilosa </em>“cadillo”, <em>Dodonaea viscosa </em>“chamana”, <em>Matricaria chamomilla </em>“manzanilla, <em>Minthostachys mollis </em>“poleo”, <em>Psidium guajaba </em>“guayaba”, <em>Plantago major </em>“llantén”, <em>Taraxacum officinale </em>“ diente de león” es negativa para <em>Escherichia coli</em>, pues no se evidenciaron halos de inhibición a diferencia de <em>Staphylcoccus aureus </em>donde se observó un efecto positivo, evidenciándose halos de inhibición, siendo el mayor (23.3 mm) con <em>Aloysia citridora </em>y el menor (9 mm) con <em>Matricaria chamonilla.</em></p>


2016 ◽  
Vol 11 (1) ◽  
pp. 44-51 ◽  
Author(s):  
Reginaldo Cruz Alves Rosa ◽  
Lília Rosário Ribeiro ◽  
Amanda Maria Gondim Souza ◽  
Tânia Aparecida Fonseca

Bauhinia candicans, Foeniculum vulgare, Mentha pulegium e Morus nigra são espécies vegetais amplamente utilizadas na medicina popular brasileira para o tratamento de diversas patologias. Essas espécies também fazem parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) por apresentarem potencial em derivar fitoterápicos, contudo, ainda carecem de pesquisas que validem sua utilização terapêutica. Nesse contexto, estudos fitoquímicos são de grande utilidade, por indicarem a presença dos diferentes compostos originados do metabolismo secundário dos vegetais, que por sua vez podem desencadear diferentes efeitos nos organismos expostos a eles. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi realizar uma triagem fitoquímica preliminar nos extratos aquosos de B. candicans, F. vulgare, M. pulegium e M. nigra. O material botânico para produção dos extratos foi obtido em comércio local na cidade de Formiga – MG. Os extratos foram obtidos por decocção em água destilada na concentração de 10g/L. A identificação das principais classes de metabólitos secundários se deu através de reações químicas que resultaram em mudança de coloração e/ou precipitação, características para cada classe. Foram identificadas quatro classes de metabólitos secundários: taninos e saponinas espumídicas nos extratos de Bauhinia candicans, Foeniculum vulgare, Mentha pulegium e Morus nigra; alcaloides nos extratos aquosos de B. candicans, M. pulegium e M. nigra e depsídeos e depsidonas nos extratos de M. pulegium e M. nigra. Estes resultados corroboram com as atividades biológicas relatadas para as espécies vegetais analisadas, além de indicá-las como promissoras fontes de estudos que visem à identificação de atividades terapêuticas ainda não relatadas.


2008 ◽  
Vol 118 (1) ◽  
pp. 86-93 ◽  
Author(s):  
Ronaldo de Jesus Costa ◽  
Andréa Diniz ◽  
Mário Sérgio Mantovani ◽  
Berenice Quinzani Jordão

2021 ◽  
Vol 2021 ◽  
pp. 1-12
Author(s):  
Abdur Rauf ◽  
Muhammad Akram ◽  
Prabhakar Semwal ◽  
Adil A. H. Mujawah ◽  
Naveed Muhammad ◽  
...  

Numerous medicinal plants have been utilized for the treatment of different types of diseases and disorders including gastrointestinal (GI) diseases. GI diseases are the most common complaints that normally affects the largest proportion of children and adolescents with overlapping clinical manifestation in diagnosis and medical needs. Drugs with antispasmodic effects are normally applied for the symptomatic treatment of contraction and cramping of smooth muscles in gastrointestinal diseases as well as in other critical clinical situations. In alternative system of medicines, the antispasmodic herbs played a significant role in the cure of GI diseases. These medicinal plants and their herbal products are used from generation to generation because of multiple nutritional and therapeutic benefits. The multiple uses might be attributed to the presence on biologically active chemical constitutes. The main aim of this review is to focus on the medicinal potential of plants possessing antispasmodic activities with their proposed mechanism of action. Several databases such as Google Scholar, Cochrane database, Scopus, and PubMed were used to search the relevant literature regarding “plants with antispasmodic activities.” This present study highlights the updated and quantified information on several medicinal plants with antispasmodic activity like Zanthoxylum armatum, Matricaria chamomilla, Foeniculum vulgare, Pycnocycla spinosa, Atropa belladonna, Lavandula angustifolia, Mentha pulegium, Glycyrrhiza ularensis, Anethum graveolens, and Origanum majorana. Moreover, recent studies on other medicinal plant species also have been included in this review article. Additionally, the study also revealed that the active compounds of all these plants possess significant spasmolytic effect which is safest, efficacious, and cost effective as compared to the available synthetic drugs.


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