scholarly journals ANÁLISE DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS EM HABITANTES DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO/RS

2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
Author(s):  
Luciara Sartori Riboldi ◽  
Marinês Pérsigo Morais Rigo

O uso de plantas medicinais pela população é um hábito muito comum repassado de geração em geração entre as famílias desde à antiguidade, porém algumas plantas se usadas de forma incorreta podem causar interações medicamentosas, reações adversas e efeitos toxicológicos no organismo. Desta forma, o objetivo deste estudo foi analisar as interações entre plantas medicinais e medicamentos no município de Capitão/RS. Para isso, foi aplicado um questionário sobre plantas medicinais e medicamentos, com perguntas objetivas e descritivas à usuários que frequentam o Posto de Saúde da cidade de Capitão. A pesquisa contou com 50 participantes de ambos os sexos, onde a predominância foi do sexo feminino, a idade média dos entrevistados foi entre 61 a 70 anos, sendo a maioria aposentados e com ensino fundamental incompleto. No geral, quase todos disseram utilizar plantas medicinais, que este hábito foi repassado pela família e que normalmente são cultivadas no quintal de casa. As plantas mais citadas foram camomila (Matricaria recutita), marcela (Achyrocline satureioides), capim-limão (Cymbopogon citratus), boldo (Plectranthus barbatus), funcho (Foeniculum vulgare), malva (Malva sylvestris), laranjeira (Citrus sinensis), poejo (Mentha pulegium) e losna (Artemisia absinthium). A forma de preparo mais utilizada foi a infusão e as partes mais usadas foram as folhas. Os medicamentos mais citados foram os que agem no sistema cardiovascular, seguido dos medicamentos que atuam no aparelho digestivo, betabloqueadores, antidepressivos, anti-hipertensivos e diuréticos. Em relação às interações encontradas, várias plantas medicinais podem provocar interações ou alterar a absorção dos fármacos, como a camomila (Matricaria recutita) que possui interação com anticoagulantes, fazendo com que aumentem as chances de hemorragias, assim como o capim-limão (Cymbopogon citratus) que interage com medicamentos sedativos, podendo aumentar seus efeitos. O fato da população achar que o que é natural não faz mal, deve ser visto com maior atenção pelos profissionais da área de saúde em relação ao uso de medicamentos associados às plantas medicinais, visando garantir maior segurança, diminuindo as interações e contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

2020 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 1
Author(s):  
Samuel Tadeu Tonin ◽  
Deyze Cristina Lucas ◽  
Amanda Fabres Oliveira Radunz ◽  
Ítalo Kael Gilson ◽  
Jacir Dal Magro ◽  
...  

Objetivou-se avaliar a organização social das feiras livres frente a disponibilidade de mudas e partes secas vegetais de plantas medicinais, aromáticas e condimentares (MAC), ofertadas aos consumidores em feiras livres do município de Chapecó-SC. Os dados foram coletados visualmente através de visitas às feiras livres, em dois diferentes momentos. Os resultados demonstram que as feiras livres do município estão disposta em 10 espaços distintos dentro da área urbana, totalizando 16 momentos de realização distribuídos entre os dias da semana. De maneira geral, os espaços ofertam diversos produtos aos consumidores, entre os quais estão as espécies MAC tano na forma de mudas quanto de partes secas, esta última representando, em média, 72% do total. A oferta da maioria das espécies não foi influenciada pela data de avaliação, sendo as mais recorrentes a Ruta graveolens, Matricaria chamomilla, Rosmarinus officinalis, Aloysia citriodora, Mentha pulegium, Plectranthus barbatus, Citrus sinensis, Mikania glomerata, Helichysum italicum, Mentha sp., Artemisia absinthium, Salvia officinalis, Ocimum basilicum, Origanum majorana, Achyrocline satureioides, Malva sylvestris, sendo encontradas tanto em mudas como partes secas.


2006 ◽  
Vol 20 (2) ◽  
pp. 367-382 ◽  
Author(s):  
Giovana Secretti Vendruscolo ◽  
Lilian Auler Mentz

Ferramentas para quantificar dados etnobotânicos estão sendo usadas como complementares aos levantamentos sobre a utilização de plantas por populações. Neste trabalho são utilizadas técnicas para avaliar a concordância das citações de uso e a importância das espécies e famílias para as 51 pessoas entrevistadas no bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Para tal, foram utilizados os cálculos de Valor de Uso (UV) e a porcentagem corrigida de Concordância quanto aos Usos Principais (CUPc) para as 142 espécies mencionadas no levantamento. As espécies Aloe arborescens Mill., Citrus × aurantium L., Achyrocline satureioides (Lam.) DC., Foeniculum vulgare Mill, Eugenia uniflora L., Cunila microcephala Benth., Citrus limon (L.) Osveck, Plectranthus barbatus Andrews, Cymbopogon citratus (DC.) Stapf, Psidium guajava L., Artemisia absinthium L., Ocimum basilicum L., Plantago tomentosa Lam., Rosmarinus officinalis L., Persea americana Mill., Aloysia citrodora Palau, Sambucus australis Cham. & Schltdl., Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.F. Macbr., Petroselinum crispum (Mill.) Nyman ex A.W. Hill, Ocimum selloi Benth. e Tanacetum vulgare L., nesta ordem de Valor de Uso, foram consideradas como as mais importantes para a população estudada. As famílias mais importantes foram Asphodelaceae, Caprifoliaceae, Rutaceae e Lythraceae. Para o cálculo da porcentagem a corrigida de Concordância quanto aos Usos Principais (CUPc) foram consideradas como espécies principais as que apresentaram valores acima de 24%: Eugenia uniflora, Achyrocline satureioides, Psidium guajava, Cunila microcephala, Plectranthus barbatus, Citrus × aurantium, Citrus limon, Cymbopogon citratus, Punica granatum L., Sechium edule (Jacq.) Sw., Sphagneticola trilobata (L.) Pruski, Aloysia citrodora, Foeniculum vulgare, Plectranthus neochilus Schltr., Artemisia absinthium, Lippia alba (Mill.) N.E. Br., Mikania laevigata Sch. Bip ex Baker, Aloe arborescens e Petroselinum crispum.


2012 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. 311-320 ◽  
Author(s):  
E.R Oliveira ◽  
L Menini Neto

O objetivo deste estudo foi o levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela população do povoado de Manejo, Lima Duarte (MG). O estudo foi realizado mediante visitas às casas dos moradores que responderam a questionário relacionado às espécies de plantas que são cultivadas, respectivas partes utilizadas, bem como as formas de preparo e quais doenças são tratadas com as plantas. Foram realizadas 41 visitas resultando em citações de 100 diferentes espécies medicinais, sendo a maioria cultivada nos quintais e outras nativas da região, as quais também são utilizadas pelos moradores. Exemplares foram coletados e depositados no herbário CESJ, da Universidade Federal de Juiz de Fora. As espécies mais citadas foram Mentha sp., Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, Foeniculum vulgare Mill., Achyrocline satureioides (Lam.) DC., Bidens pilosa L., Mentha pulegium L., Mikania glomerata Spreng., Rosa sp. e Plantago major L. As doenças mais tratadas com as plantas medicinais em Manejo são gripes e resfriados, problemas estomacais, cólicas menstruais e infecções no útero, verminose, problemas renais, ansiedade e estresse. As partes mais utilizadas são as folhas, e a forma de preparo mais comum das plantas são os chás por infusão. A construção de horta comunitária no povoado pode valorizar o emprego das plantas medicinais, sobretudo pelos mais jovens, mantendo a tradição do uso pelas futuras gerações.


2013 ◽  
Vol 15 (2) ◽  
pp. 273-279 ◽  
Author(s):  
M.R. Zucchi ◽  
V.F. Oliveira Júnior ◽  
M.A. Gussoni ◽  
M.B. Silva ◽  
F.C. Silva ◽  
...  

Os objetivos deste trabalho foram: identificar as espécies vegetais utilizadas com fins medicinais pela comunidade de Ipameri (Estado de Goiás); investigar as preferências com relação à produção e comercialização dessas plantas; e diagnosticar o perfil de gênero e as faixas etárias e salariais de seus usuários. Para isso, foram realizadas entrevistas estruturadas com 200 famílias da cidade e coletadas as plantas visando-se a sua correta identificação. O material foi herborizado, identificado e depositado no Herbário da Universidade Estadual de Goiás (HUEG). Das 200 famílias entrevistadas, 75 disseram não fazer uso de plantas com fins medicinais (37,5%), enquanto 125 afirmaram fazê-lo (62,5%). O grupo que utiliza relacionou 35 espécies mais empregadas: hortelã-rasteira (Mentha x villosa L.), boldo-sete-dores (Plectranthus barbatus Andrews.), capim-cidreira (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.), quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.), camomila (Chamomilla recutita (L.) Rauschert.), poejo (Mentha pulegium L.), guaco (Mikania glomerata Spreng.), mentrasto (Ageratum conyzoides L.), alfavacão (Ocimum gratissimum L.), losna (Artemisia canphorata Vill.), bálsamo (Eysenhardtia platycarpa Mich.), carqueja (Baccharis trimera (Less.) DC.), funcho (Foeniculum vulgare Mill.), babosa (Aloe vera L.) e malva (Althaea officinalis L.). Todas as famílias consumidoras (100%) afirmaram preferir as plantas cultivadas de forma orgânica, selecionando-as através da boa aparência (68% das famílias) e consumindo-as in natura (sem beneficiamento, 100%). A utilização de plantas medicinais em Ipameri é independente do sexo (54%, mulheres e 46%, homens) e se estende às várias faixas etárias e também sócio-econômicas, configurando-se assim, um bom mercado consumidor.


Author(s):  
Łukasz Łuczaj ◽  
Marija Jug-Dujaković ◽  
Katija Dolina ◽  
Ivana Vitasović-Kosić

Abstract Background This paper aims to record the species used for flavouring and making alcoholic drinks, mainly rakija, on the islands of the Adriatic (Croatia). Methods Our data comes from 295 interviews performed on 36 islands, in both the Dalmatian and Kvarner areas of the Adriatic. Results Altogether, 114 species are used—46% from wild locations only, 15% both wild and cultivated, 38% only cultivated and two species are imported. The most common local alcohol is wine, made without spices, but grape pomace distillate is often flavoured with single or mixed species. The mix is called travarica. The most commonly used species are Foeniculum vulgare Mill., Myrtus communis L., Salvia officinalis L., Ruta graveolens L., Juniperus oxycedrus L., Ceratonia siliqua L., Juglans regia L., Citrus spp., Ficus carica L., Laurus nobilis L., Rosmarinus officinalis L., Artemisia absinthium L., Rosa centifolia L., Mentha × piperita L. and M. spicata L. Unfortunately, the widespread phenomenon of distilling Arbutus unedo L. fruits and fermenting Juniperus ‘wine’ is now extinct. Apart from grapes, the only commonly distilled fruit now is Ficus carica. Conclusions It is striking that nearly all the plants are either wild or cultivated locally, which, in addition to the fact that the alcohol is made locally, shows the incredible local culinary self-sufficiency of the area. The number of species used is also very impressive.


2008 ◽  
Vol 34 (5) ◽  
pp. 973-983 ◽  
Author(s):  
Romaiana Picada Pereira ◽  
Roselei Fachinetto ◽  
Alessandro de Souza Prestes ◽  
Robson Luiz Puntel ◽  
Gloria Narjara Santos da Silva ◽  
...  

HortScience ◽  
1995 ◽  
Vol 30 (2) ◽  
pp. 292-293 ◽  
Author(s):  
Jerry T. Walker

Twenty herb species were exposed to root-knot nematode under greenhouse conditions. The root systems were examined for root gall development and nematode reproduction as an indication of host suitability. The herbs evaluated were balm (Melissa officinalis L.), basil (Ocimum basilicum L.), catnip (Nepeta cataria L.), chamomile (Matricaria recutita L.), coriander (Coriandrum sativium L.), dill (Anethum graveolens L.), fennel (Foeniculum vulgare Mill.), hyssop (Hyssopus officinalis L.), lavender (Lavandula augustifolia Mill.), oregano (Origanum vulgare L.), peppermint (Mentha ×piperita L.), rocket-salad (Erurca vesicaria L.), rosemary (Rosmarinus officinalis L.), rue (Ruta graveolens L.), sage (Salvia officinalis L.), savory (Satureja hortensis L.), sweet marjoram (Origanum majorana L.), tansy (Tanacetum vulgare L.), thyme (Thymus vulgaris L.), and wormwood (Artemisia absinthium L.). Peppermint, oregano, and marjoram consistently were free of root galls after exposure to initial nematode populations of two or 15 eggs/cm3 of soil medium and were considered resistant. All other herb species developed root galls with accompanying egg masses, classifying them as susceptible or hypersusceptible to root-knot nematode. The highest initial nematode egg density (15 eggs/cm3) significantly decreased dry weights of 14 species. The dry weights of other species were unaffected at these infestation densities after 32- to 42-day exposure.


2011 ◽  
Vol 71 (3) ◽  
pp. 161 ◽  
Author(s):  
Juan Rojas ◽  
Hilda Solís ◽  
Olga Palacios

Objetivos: Determinar la actividad anti Trypanosoma cruzi in vitro de los aceites esenciales de 10 plantas medicinales. Además, determinar la actividad citotóxica de los aceites contra células de mamíferos y la actividad modulatoria de los aceites sobre el óxido nítrico. Diseño: Estudio experimental in vitro. Institución: Instituto de Investigaciones Clínicas e Instituto de Medicina Tropical, Facultad de Medicina, Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Lima, Perú. Material biológico: Epimastigotes de Trypanosoma cruzi, células Raw 264.7, aceites esenciales de Mentha X piperita L (menta), Rosmarinus officinalis L (romero), Chenopodium ambrosioides L (paico), Eucaliptus globulus Labill (eucalipto), Artemisia absinthium L (ajenjo), Melissa officinalis L (toronjil), Minthostachys setosa Brig (muña), Cimbopogon citratus (hierba luisa), Aloysia triphylla (cedrón) y Mentha spicata L (hierba buena). Método: La actividad tripanocida se evaluó contra epimastigotes cultivados en medio LIT, incubados por 48 horas a 37ºC en incubador humidificado con CO2 al 5%. El cristal violeta se utilizó como control positivo. La actividad citotóxica de los productos contra células mamíferas se evaluó en células RAW 264.7 y la actividad modulatoria de los compuestos sobre óxido nítrico también se determinó en los cultivos de células RAW 264.7. Principales medidas de resultados: Porcentaje de inhibición de viabilidad y CI50. Resultados: Los aceites esenciales de Cymbopogon citratus (hierba luisa) y Aloysia triphylla (cedrón) inhibieron significativamente el crecimiento de la forma epimastigote de T. cruzi, con una CI50 de 63,09 y 96,49 μg/mL, respectivamente. No hubo variación significativa de la concentración de óxido nítrico y tampoco se evidenció citotoxicidad. Conclusiones: Los aceites esenciales de Cymbopogon citratus y Aloysia triphylla mostraron actividad anti-Trypanosoma cruzi in vitro y no fueron citotóxicas para las células mamíferas.


2014 ◽  
Vol 44 (4) ◽  
pp. 457-472 ◽  
Author(s):  
Silvia Patricia Flores Vásquez ◽  
Maria Silvia de Mendonça ◽  
Sandra do Nascimento Noda

A utilização de plantas medicinais é uma prática comum entre as populações humanas. O presente trabalho teve por objetivo efetuar levantamento etnobotânico sobre o conhecimento e uso das plantas medicinais em quatro comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru. Foram coletadas informações de 164 moradores locais, selecionados aleatoriamente, por meio de entrevistas semi-estruturadas, observações participantes e visitas guiadas. Os problemas de saúde citados foram classificados de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e índices de concordância foram utilizados para identificar os principais usos de cada espécie. Identificaram-se 171 plantas medicinais, pertencentes a 65 famílias. Lamiaceae (14 espécies), Asteraceae (9 espécies), Fabaceae e Euphorbiaceae (8 espécies) foram as famílias mais comuns. As espécies mais citadas foram Mentha arvensis (hortelã), Ruta graveolens (arruda) e Citrus sinensis (laranja). As folhas foram as partes da planta mais utilizadas e a decocção da folha o procedimento mais comum usado para preparar medicamentos. Os problemas mais comuns citados foram doenças do aparelho digestivo, doenças do aparelho respiratório e problemas com sintomas não classificados. Plantas com índices de concordância maior que 25% foram Plectranthus amboinicus, Chenopodium ambrosioides, Citrus aurantiifolia, Acmella oleracea, Plectranthus barbatus, Mentha arvensis, Citrus sinensis, Lippia origanoides, Lippia alba, Cymbopogon citratus e Ruta graveolens. Estes resultados confirmam que as populações que vivem em Manacapuru ainda utilizam plantas medicinais como uma das formas de tratar suas doenças mais frequentes.


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