scholarly journals PARALELO ENTRE A TEORIA DA JUSTIÇA COMO EQUIDADE DE JOHN RAWLS E A IGUALDADE DE CAPACIDADES DE AMARTYA SEN

2021 ◽  
Vol 9 (18) ◽  
pp. 208-223
Author(s):  
Irenice Tressoldi ◽  
Robison Tramontina
Keyword(s):  

A teoria da justiça como equidade cunhada por John Rawls representa um marco no debate filosófico e político acerca da distribuição da justiça. Em uma abordagem que se cinge com a teoria da justiça como equidade, Amartya Sen aponta que as liberdades individuais e coletivas devem ser priorizadas em relação ao desenvolvimento econômico. Pretende-se com esta pesquisa abordar o paralelo existente entre a teoria da justiça de John Rawls e Amartya Sen, a partir das críticas feitas por Sen à teoria formulada por Rawls. O problema imanente à pesquisa concentra-se, assim, nos seguintes termos: quais as semelhanças e contraposições entre a teoria da justiça como equidade de John Rawls e a justiça focada nas realizações de Amartya Sen? Para desenvolver a pesquisa qualitativa, utiliza-se o método dedutivo, com a análise de conceitos e premissas da literatura científica acerca dos temas pesquisados, mediante pesquisa teórica orientada pela leitura de livros e de artigos publicados em revistas científicas. A hipótese associada ao questionamento formulado indica que, para Sen, enquanto uma teoria da justiça de abordagem transcendental, como é a de Rawls, pretende entender o que seriam as instituições perfeitamente justas, a sua abordagem de comparação focada em realizações quer encontrar respostas para a questão de como a justiça pode ser promovida.

2016 ◽  
Vol 37 (74) ◽  
pp. 181
Author(s):  
Flávio Pansieri
Keyword(s):  

http://dx.doi.org/10.5007/2177-7055.2016v37n74p181O presente artigo tem como intuito abordar o tema da justiça na obra do filósofo John Rawls e do economista Amartya Sen. O objetivo é apresentar, em um primeiro momento, a noção de justiça de Amartya construída sob uma ótica prática, ou seja, vinculada a uma ótica prospectiva de resolução de problemas sociais. Em seguida, serão abordados os princípios de justiça de John Rawls e a crítica de Sen a esta concepção denominada por ele de institucionalismo transcendental. O intuito é estabelecer um paralelo entre duas concepções distintas do justo, no afã de se contribuir com o debate contemporâneo acerca do tema. 


2003 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 4-17 ◽  
Author(s):  
CéAcile Fabre ◽  
David Miller

Is it possible, in a multicultural world, to hold all societies to a common standard of decency that is both high enough to protect basic human interests, and yet not biased in the direction of particular cultural values? We examine the recent work of four liberals – John Rawls, Amartya Sen, Martha Nussbaum and Onora O' Neill – to see whether any of them has given a successful answer to this question. For Rawls, the decency standard is set by reference to an idea of basic human rights that we argue offers too little protection to members of non-liberal societies. Sen and Nussbaum both employ the idea of human capabilities, but in interestingly different ways: for Sen the problems are how to weight different capabilities, and how to decide which are basic, whereas for Nussbaum the difficulty is that her favoured list of capabilities depends on an appeal to autonomy that is unlikely to be acceptable to non-liberal cultures. O' Neill rejects a rights-based approach in favour of a neo-Kantian position that asks which principles of action people everywhere could consent to, but this also may be too weak in the face of cultural diversity. We conclude that liberals need to argue both for a minimum decency standard and for the full set of liberal rights as the best guarantors of that standard over time.


Idéias ◽  
2012 ◽  
Vol 3 (1) ◽  
pp. 15
Author(s):  
Nythamar Hilario Fernandes de Oliveira Junior

No ensaio que abre o dossiê, de autoria de Nythamar de Oliveira, são discutidos alguns paradigmas teóricos na filosofia política contemporânea, notadamente as teorias de John Rawls, Jürgen Habermas e Amartya Sen. São mobilizados, nesse contexto, conceitos centrais na filosofia política como os de igualdade, liberdade, equidade, democracia, justiça e autonomia. Mais do que apresentar as ideias desses autores de grande relevo na atualidade, conectando-as com debate filosófico mais amplo, o ensaio “Debatepúblico e filosofia no Brasil” oferece também uma reflexão sobre o papel dessas teorias – e dos filósofos que delas se ocupam – na realidade política brasileira e, mais especificamente, no contexto da formação e consolidação das instituições democráticas em nosso país. Para tanto, o autor mescla de maneira peculiar contribuições de filósofos pertencentes às mais diversas posições do espectro político e ideológico.


Author(s):  
Sandro Fröhlich
Keyword(s):  

O artigo visa analisar e discutir alguns elementos a partir do pensador Adam Smith: a simpatia e a figura do ‘espectador imparcial’. Igualmente, considera-se importante que se façam reposições conceituais afim de ‘corrigir’ visões e interpretações distorcidas deste filósofo iluminista. Para tal, é realizada uma abordagem a partir de concepções do filósofo e economista indiano Amartya Sen. Com esta ‘releitura’ interpretativa e conceitual é possível apresentar algumas críticas à ideia de imparcialidade apresentada por John Rawls através do dispositivo do ‘véu da ignorância’. Mais do que isso, pretende-se mostrar que a concepção do ‘espectador imparcial’ é capaz de apresentar ampliações e possíveis ganhos na discussão dos aspectos de justiça.


2017 ◽  
Vol 12 (26) ◽  
pp. 109
Author(s):  
Murilo Duarte Costa Corrêa

Em A ideia de justiça, Amartya Sen procura consolidar uma crítica pragmática às teorias contemporâneas da justiça que, a exemplo de John Rawls ou de Ronald Dworkin, se limitam a identificar arranjos institucionais transcendentalmente justos. Sen, ao contrário, admite a construção de um critério de justiça supostamente antitranscendental, baseado nas realizações concretas das liberdades e nas vidas que as pessoas podem viver de fato, sem que isso implique aderir à limitada base informacional das teorias utilitaristas. Neste ensaio, argumentamos que o deslocamento crítico produzido por Amartya Sen é insuficiente para entregar-nos um conceito empírico de justiça, ao deixar intocados os contextos concretos aos quais seus principais conceitos irão se aplicar. Essa lacuna permite inferir que o deslocamento crítico proposto pela obra de Sen pode ser considerado um reflexo ideal de transformações reais nas condições materiais de poder, de vida e de produção no corpus da teoria contemporânea da justiça. Sob esta condição, este ensaio interroga as políticas brasileiras de distribuição de renda e de renda universal em um novo sentido – como direitos biopolíticos.


Author(s):  
Antônio Walber Matias Muniz ◽  
Fernanda Eduardo Olea do Rio Muniz

Resumo: Este trabalho visa discutir sobre a aplicabilidade das concepções de justiça às políticas sociais no Brasil. Busca-se constatar qual concepção de justiça melhor se identifica com programas sociais do Governo Federal brasileiro, decorrentes da implantação de políticas públicas de combate à pobreza e de redução de desigualdades. Faz-se isso considerando a instituição do programa "Bolsa Família" frente as concepções de justiça formuladas por filósofos e economistas tais como: Platão, Aristóteles, Hobbes, Rousseau, Kant, Del Vecchio, Kelsen, John Rawls, Hayek e Amartya Sem, os quais compõem a base metodológica desta pesquisa bibliográfica. Conclui-se que, a concepção de justiça preconizada pelo economista Amartya Sen, ao defender decisões políticas capazes de ampliar a justiça social para minimizar injustiças intoleráveis, promover o desenvolvimento, movimentar a economia e respeitar os direitos humanos, melhor se identifica com o programa governamental "Bolsa Família". Abstract: This paper aims to discuss the applicability of conceptions of justice to social policies in Brazil. It seeks to verify which conception of justice is best identified with social programs of the Brazilian Federal Government, resulting from the implementation of public policies to combat poverty and reduce inequalities. This is done by considering the institution of the Family Grant program in the face of the conceptions of justice formulated by philosophers and economists such as Plato, Aristotle, Hobbes, Rousseau, Kant, Del Vecchio, Kelsen, John Rawls, Hayek and Amartya Sem. which make up the methodological basis of this bibliographic research. It is concluded that the conception of justice advocated by the economist Amartya Sen, when defending political decisions capable of extending social justice to minimize intolerable injustices, promote development, move the economy and respect human rights, is better identified with the governmental program "Bolsa Família".


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document