Michel Foucault, Sebastião Salgado e os homens infames: uma antologia de existências

2018 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 29-45
Author(s):  
Wilne de Souza Fantini ◽  
Maria Veralucia Pessoa Porto

Resumo: O presente artigo visa mostrar algumas reflexões existentes no pensamento do filósofo francês Michel Foucault concernente à ontologia do presente, às relações de poder e à heterotopia. A atualidade analisada por Foucault está vinculada ao aspecto vital de cada época, nas formas de vivência dos indivíduos, principalmente, aqueles considerados pela normatividade e normalidade das relações de poder como sendo marginais, anormais, resíduos, infames. Assim, Foucault aproxima-se do trabalho desenvolvido por Sebastião Salgado ao relatar e denunciar os homens infames, habitantes dos espaços heterótopos.Palavras-chave: Michel Foucault. Ontologia do presente. Heterotopia. Homens infames. Sebastião Salgado. Abstract: This paper aims to show some reflections about the thoughts of the French philosopher Michel Foucault concerning the ontology of the present, power relations and heterotopia. actuality analyzed by Foucault is linked to the vital aspect of each age, in the ways of individuals living, especially, those considered by the power relations of normativity and normality as marginal, abnormal, waste, infamous. Therefore, Foucault approach his work to the work developed by Sebastião Salgado reporting and denouncing the infamous men, inhabitants of heterotopical spaces.Keywords: Michel Foucault. Ontology of the present. Heterotopia. Infamous men. Sebastião Salgado. REFERÊNCIASBAUMAN, Zygmunt; LYON, David. A vigilância líquida como pós-pan-óptico. In: ______. Vigilância líquida. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 55-74. CASTRO, Edgardo. Vocabulário Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Tradução de Ingrid Müller. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.DELEUZE, Gilles. Michel Foucault: rachar as coisas, rachar as palavras. In: Conversações (1972-1990). 3. ed. Tradução de Peter Pál Perlbart. São Paulo : 34, 2013.FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas (1966). 8. ed. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 1999._______. Des espaces autres (1984). In : _______. Dits et ecrits II (1976-1988). Paris: Gallimard, 2001b, p. 1571-1581. _______. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1997. (Coleção: tópicos)._______. La vie des hommes infâmes (1977). In: _______. Dits et ecrits II (1976-1988). Paris: Gallimard, 2001b, p. 237-253._______. Les anormaux (1975). In: _______. Dits et ecrits I (1954-1975). Paris: Gallimard, 2001a, p. 1690-1696.FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 22 ed. Rio de Janeiro, Graal, 2006a._______. O poder psiquiátrico. São Paulo, Martins Fontes, 2006b._______. Poder e saber (1977). In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Estratégia, poder-saber. Tradução de Vera Lúcia Avellar Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003, p. 223-240. (Col. Ditos & Escritos IV).FURTADO, Rafael Nogueira. A atualidade como questão: ontologia do presente em Michel Foucault. In: Natureza humana, vol.17, n.1, São Paulo (2015), p. 144-156. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302015000100007> (acessado em: 16.08.2016).JAQUET, Gabriela. É preciso questionar o presente: Foucault, o diagnóstico, a Aufklärung, Anais da XIII Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS, Porto Alegre, RS (2014). Disponível em: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/semanadefilosofia/XIII/9.pdf> (acessado em: 16.08.2016).REVEL, Judith. Foucault, une pensée du discontinu. Paris: Mille et une nuits, 2010.WENDERS, Wim. O sal da terra [documentário]. Autoria: Juliano Ribeiro Salgado, Wim Wenders, David Rosier. Produção: Decia Films. Co-produção: Amazonas Images, Fondazione Solares dele Arti com apoio de La région Île-de-France, Les Amis de la Maison Européenne de la Photographie (2014), 1 DVD (115 min).ZENDRON, Rute Coelho. O fotógrafo, Dossiê migrações, Esboços. In: Revista do programa de pós-graduação em História da UFSC, v.10, n.10, Florianópolis (2002), p. 83-95. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/389/9854> (acessado em: 16.08.2016).

2019 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
pp. 260
Author(s):  
Edmacy Quirina de Souza ◽  
Nilson Fernandes Dinis

This article aims to analyze how ethnic-racial differences constitute the organization of spaces and educational environments from the imagery practices that adorn the school spaces. We propose to analyze the concepts of biopower and racism, relating them to the images collected in the researched institutions, reflecting how the images materialize and express racist discourses, propagating whitening and valuing Eurocentric culture. These images constitute panels, photos, engravings and drawings which make up the geography of the school. The investigative work was based on the theoretical and epistemological principles of the post-structuralist qualitative approach. Through the analyzed discursive materialities, the readings of the imagery texts exhibited in the school context are processed. The images were recorded in twelve institutions of early childhood education in the years of 2013 and 2014 in the municipality of Itapetinga, a city located in the Southwest region of Bahia. The results of this study point to the need to invest in the formative processes of teachers who care for and educate children in the institutions of early childhood education, in view of the re-dimensioning of their action regarding ethnic-racial issues.ResumoEste artigo tem como objetivo analisar como as diferenças étnico-raciais se constituem na organização dos espaços e ambientes educativos a partir das práticas imagéticas que ornamentam os espaços escolares. Propomos analisar os conceitos de biopoder e racismo, relacionando-os às imagens coletadas nas instituições pesquisadas, refletindo como as imagens materializam e expressam discursos racistas, de propagação do branqueamento e valorização da cultura eurocêntrica. Estas imagens constituem-se em painéis, fotos, gravura e desenhos que compõem a geografia da escola. O trabalho investigativo se deu a partir dos princípios teóricos e epistemológicos da abordagem qualitativa de base pós--estruturalista. Por meio das materialidades discursivas analisadas se processam as leituras dos textos imagéticos exibidos no contexto escolar. As imagens foram registradas em doze instituições de educação infantil nos anos de 2013 e 2014 no município de Itapetinga, cidade situada na região Sudoeste da Bahia. Os resultados desse estudo apontam para a necessidade de investimento nos processos formativos dos docentes que cuidam e educam crianças nas instituições de educação infantil, tendo em vista o redimensionamento de suas ação referente às questões étnico-raciais.Keywords: Childhood, Ethnic-racial relations, Racism, Biopower.Palavras-chave: Infância, Relações étnico-raciais, Racismo, Biopoder.ReferencesABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes: 2000.ARAÚJO, Inês Lacerda. Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. 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2007 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 94-101 ◽  
Author(s):  
Marcelo Gomes ◽  
André Palmini ◽  
Fabio Barbirato ◽  
Luis Augusto Rohde ◽  
Paulo Mattos

OBJETIVO: Verificar o conhecimento da população sobre o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e de médicos, psicólogos e educadores sobre aspectos clínicos do transtorno. MÉTODOS: 2.117 indivíduos com idade > 16 anos, 500 educadores, 405 médicos (128 clínicos gerais, 45 neurologistas, 30 neuropediatras, 72 pediatras, 130 psiquiatras) e 100 psicólogos foram entrevistados pelo Instituto Datafolha. A amostra da população foi estratificada por região geográfica, com controle de cotas de sexo e idade. A abordagem foi pessoal. Para os profissionais (amostra aleatória simples), os dados foram coletados por telefone em Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. resultados: Na população, > 50% acreditavam que medicação para TDAH causa dependência, que TDAH resulta de pais ausentes, que esporte é melhor do que drogas como tratamento e que é viável o tratamento psicoterápico sem medicamentos. Dos educadores, > 50% acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes, que tratamento psicoterápico basta e que os esportes substituem os medicamentos. Entre psicólogos, > 50% acreditavam que o tratamento pode ser somente psicoterápico. Dos médicos, > 50% de pediatras e neurologistas acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes. CONCLUSÕES: Todos os grupos relataram crenças não respaldadas cientificamente, que podem contribuir para diagnóstico e tratamento inadequados. É urgente capacitar profissionais e estabelecer um programa de informação sobre TDAH para pais e escolas.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Dulcinéa Silva Jerônimo ◽  
Nádia Dolores Fernandes Biavati

A partir das teorias que envolvem o processo avaliativo da aprendizagem, torna-se possível conceber a avaliação como ferramenta indispensável na tomada de decisões do professor. Na verdade, a avaliação, no presente texto, será considerada para além disso, pois destacamos preceitos analisando-os, indicando-a parte constitutiva do discurso escolar e do discurso pedagógico. Nessa direção, pelo aporte da vertente francesa de Análise de Discurso, voltamos nosso olhar para práticas que indicam a ideia de avaliação ideal (e por vezes idealizada) pautada no bom planejamento e condizente com a realidade dos discentes e descrevemos o modo como os discursos funcionam, analisando a tendência de a formação  classificatória perpassar o processo avaliativo.  Percebemos que o discurso legitimador da avaliação prevalece, superestimando sua face regulatória,  na medida em que ela deve  fornecer (e muitas vezes não fornece) bons indicadores para os processos de didatização. Ao considerar a escola a partir de uma perspectiva discursiva, destacamos o que acreditamos ser dois fundamentos efetivos diretamente relacionadas à avaliação, a saber: o discurso pedagógico e o discurso escolar – a partir das concepções de Orlandi (1996). Nessa perspectiva, no presente texto, traçamos, pela ótica francesa de Análise de Discurso, uma reflexão acerca das estratégias avaliativas, a fim de buscar compreender melhor o processo de acompanhamento da aprendizagem, sua função e a forma como os discursos perpassam o contexto escolar, especificamente na avaliação escolar de aprendizagem. ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de Estado. Rio de janeiro: Graal, v. 2, 1985.AMORIM, Vanessa; MAGALHÃES, Vivian. Cem aulas sem tédio. Porto Alegre: Padre Reus, 1998.BARRETTO, Elba Siqueira de Sá. A avaliação na educação básica entre dois modelos. Educação & Sociedade, ano XXII, no 75, Agosto/2001.BIAVATI, Nadia Dolores Fernandes. Entre o fato e a regra: unidade e fragmentação na constituição da identidade e representação de valores e práticas do professor-mosaico. 2009. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) –Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.ESTEBAN, M. Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003._______. Microfísica do poder. 21 ed. Rio de Janeiro. Graal, 2005._______. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 30. ed., Petrópolis, RJ, Vozes.  1987.HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade: Editora Medição, Porto Alegre, 2006.LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.LUCKESI, Cipriano C., Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo, Ed. Cortez, 1996._______. Carlos. Verificação ou avaliação: o que se pratica a escola? São Paulo: FDE, Série Ideias n. 8, 1998.MACEDO, Lino de. Avaliação na educação. Marcos Muniz Melo (Organizador). 2007.MORETTO, Vasco Pedro. Prova – um momento privilegiado de estudo: não um acerto de contas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes, 4. ed. 1996._______. Paráfrase e polissemia: a fluidez nos limites do simbólico. Rua, v. 4, n. 1, p. 9-20, 1998._______. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4. ed. rev. e aum. Campinas: Pontes, 2003.PÊCHEUX, Michel et al. Análise automática do discurso. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. v. 3, 1990.


1997 ◽  
Vol 31 (4 suppl) ◽  
pp. 05-25 ◽  
Author(s):  
Maria Helena Prado de Mello Jorge ◽  
Vilma Pinheiro Gawryszewski ◽  
Maria do Rosário D. de O. Latorre

As mortes por causas externas correspondem a grande parcela de óbitos em, praticamente, todos os países do mundo, ocupando, sempre, a segunda ou terceira colocação. Porém a sua distribuição quanto ao tipo de causa é diversa. Com o objetivo de estudar a mortalidade por causas externas, segundo o tipo de causa, sexo e idade, foi descrita a situação dessas mortes no Brasil e capitais, no período 1977 a 1994. Foram calculados os coeficientes de mortalidade por causas externas e a mortalidade proporcional, utilizando os dados de mortalidade fornecidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde, e a população foi estimada baseada nos dados censitários de 1970, 1980 e 1991. Os resultados mostraram que, em números absolutos, os óbitos por causas externas quase dobraram no período de 1977 a 1994, passando a ser a segunda causa de morte no País. O coeficiente de mortalidade, em 1994, foi de 69,8/100.000 habitantes e o maior crescimento se deu nos óbitos do sexo masculino. Os coeficientes de mortalidade masculinos são, aproximadamente, 4,5 vezes o valor dos femininos. As causas externas representaram a primeira causa de morte dos 5 aos 39 anos, sendo a maior ocorrência na faixa etária dos 15 a 19 anos (65% dos óbitos por causas externas). Além do aumento, parece estar ocorrendo um deslocamento das mortes para faixas etárias mais jovens. A mortalidade por causas externas, segundo tipo, mostra que durante o período analisado houve aumento tanto nos óbitos por acidentes de trânsito, quanto por homicídios, tendo os suicídios permanecido, praticamente, constantes. No grupo de acidentes classificados como "demais acidentes" houve leve aumento, devido, principalmente, às quedas e afogamentos. Nas capitais dos Estados a mortalidade por causas externas apresentam valores mais altos que a média brasileira, com exceção de algumas áreas do Nordeste. As capitais da região Norte apresentaram algumas das maiores taxas para o País. Já na região Nordeste apenas Recife, Maceió e Salvador apresentaram níveis muito elevados em relação ao País. Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, apresentaram os maiores coeficientes do País e Belo Horizonte apresentou declínio no período de estudo. Na região Sul houve aumento nas taxas, bem como na região Centro-Oeste, que teve aumento homogêneo em suas capitais. Esse aumento observado nas diferentes capitais apresentou diferenciais quanto ao tipo de causa externa. Os suicídios não representaram problema de Saúde Pública em nenhuma delas. Os acidentes de trânsito em Vitória, Goiânia, Macapá, Distrito Federal e Curitiba tiveram sua situação agravada. Os homicídios tiveram aumento expressivo em Porto Velho, Rio Branco, Recife, São Luís, Vitória, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Distrito Federal. No período estudado houve o crescimento da importância das causas externas para a população brasileira, chamando atenção, principalmente, o aumento dos homicídios. A qualidade das estatísticas de mortalidade por causas externas depende da colaboração do médico legista, e essa qualidade não é a mesma para todas as capitais estudadas.


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (35) ◽  
pp. 109-120
Author(s):  
Fernanda Beatriz Caricari De MORAIS ◽  
Osilene Maria Sá CRUZ

A Educação à Distância (EaD), baseada numa prática pedagógica mediada pela tecnologia e interatividade, vem passando por constantes evoluções no Brasil no que se refere ao campo tecnológico, educacional e político. O Programa Viver sem Limites/MEC, constituído como parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, consiste em uma das formas de possibilitar a plena cidadania das pessoas com deficiência no Brasil, oportunizando direitos, cidadania para todas as pessoas e seu acesso e permanência no ensino superior, na modalidade a distância. Este artigo apresenta uma reflexão sobre os desafios e as possibilidades de elaboração de material didático de Língua Portuguesa escrita para alunos surdos de um curso a distância de Licenciatura em Pedagogia, dentro de um contexto bilíngue de ensino – LIBRAS (L1) e Língua Portuguesa (L2) do Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES. Resultados mostram a importância da conscientização do professor conteudista no sentido de preparar material bilíngue, dialógico e interativo que valorize, primeiramente, a L1 do aprendiz, estimulando-o a ler e produzir textos escritos de forma autônoma e autêntica, respeitando-se as estruturas gramaticais da LIBRAS e da LP.Referências:ALMEIDA-FILHO, J. C. P. Identidades e caminhos no ensino de Português para estrangeiros. Campinas: Ed. UNICAMP, 1992.BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.BRASIL.Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. Disponível em:http:www.planalto.gov.br Acesso em: 07.01.2015.BRASIL.Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96). Brasília, Centro Gráfico, 1996.BRASIL. Decreto Nº 5.626. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Publicada no Diário Oficial da União em 22/12/2005.FELIPE, T. A. Introdução à gramática de LIBRAS. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997.FERNANDES, S. Educação bilíngue para surdos: identidades, diferenças, contradições e mistérios. Curitiba, 2003. Tese (Doutorado em Letras), Universidade Federal do Paraná.FERNANDES, S. Práticas de letramento na educação bilíngue para surdos. Curitiba: SEED/SUED/DEE, 2006.FERREIRA-BRITO, L. Por uma gramática da língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.LACERDA, C. B.F.;LODI, A. C. B. A difícil tarefa de promover uma inclusão escolar bilíngue para alunos surdos. GTEducação Especialn.15 Anped, 2008.LIMA, M S. C. Surdez, bilinguismo e inclusão: Entre o dito, o pretendido e o feito. Tese de doutorado - Unicamp, Campinas. 2004LODI, A.C.B. HARRISON, K.M.P.; CAMPOS, S.R.L. Leitura e escrita no contexto da diversidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 2002.LODI, A.C.B.; LACERDA, C.B.F. Uma escola, duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre: Editora Mediação, 2008.KLEIMAN, A. B. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas : Mercado de Letras, 1995.INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS. Manual do Professor-autor. Rio de Janeiro: INES, 2016.MULLER, C. R. Professor surdo no Ensino Superior: Representações da prática docente. Dissertação de Mestrado – UFSM, Santa Maria, RS. 2009.PEREIRA,M.C.C. Papel da língua de sinais na aquisição da escrita por estudantes surdos. In: LODI, A.C.B.; HARRISON, K.M.P.; CAMPOS, S.R.L.; TESKE, O Letramento e minorias. Porto Alegre: Editora Mediação, 2002.PEREIRA,M.C.C. Leitura, escrita e surdez. São Paulo: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 2003.QUADROS, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed,1997.QUADROS, R. M. de; KARNOP, L. Língua de sinais brasileira: Estudos linguísticos. ArtMed. Porto Alegre. 2004.QUADROS, R. M., SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.SALAMANCA, Declaração. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Disponível em: http: portal.mec.gov.br seesparqiuivospdfsalamancapdf  Acesso em 07.01.2015.SKLIAR, C. Bilinguismo e biculturalismo: Uma Análise sobre as narrativas tradicionais na educação dos surdos. Revista Brasileira de Educação N°8, Mai/Jun/Jul/Ago 1999.SOARES, M. B.  Letramento: um tema em três gêneros.  Belo Horizonte: Autêntica, 1988. Recebido em 08-10-2018.Aceito em 14-02-2019. 


2016 ◽  
Vol 8 ◽  
pp. 1
Author(s):  
José Yvan Pereira Leite

Este é o último volume do periódico no ano de 2015, assim se faz necessário apresentar um balanço deste ano. Com esta publicação são 220 artigos, perfazendo uma média de 27,5 artigos, por volume.  De acordo com o Google Analytics, em 2015 o periódico teve 99,28 mil usuários com 429,44 mil visualizações, os quais acessaram em média 3,2 páginas, com duração de 2,41 minutos. Comparando estes resultados aos do ano de 2014, foi identificado um crescimento no número de usuários (15,64%), nas visualizações de páginas (19,76%) e na duração média (13,32%).Neste ano, os quinze principais países que acessaram a HOLOS foram: Brasil (94,4%), Portugal (0,93%), USA (0,64%), Índia (0,54%), Espanha (0,48%), Moçambique (0,34%), França (0,31%), Reino Unido (0,16%), Rússia (0,14%), México (0,12%), Colômbia (0,12%), Quênia (0,11%), Chile (0,10%) e Alemanha (0,08%). As quinze cidades que mais acessaram a Holos foram: Natal (12,39%), São Paulo (6,12%), Belo Horizonte (4,51%), Rio de Janeiro (4,40%), Fortaleza (4,14%), Recife (3,40%), Salvador (2,61%), Brasília (2,22%), Curitiba (2,08%), Mossoró (1,99%), Goiânia (1,86%), Teresina (1,57%), Porto Alegre (1,55%), João Pessoa (1,42%) e Belém (1,20%). Estes números revelam  um periódico de âmbito nacional, associado a uma presença em vários países (Google Analytics, 2015).Esta editoria trabalha de forma estratégica para ampliar a presença em países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Chia e África do Sul). Assim, foram enviados convites a pesquisadores destes países para submeterem artigos ao periódico e comporem o grupo de avaliadores Ad Hoc. Muito em breve, teremos a presença de representantes destes países no Conselho Editorial. A inclusão do periódico em indexadores internacionais, em particular no WoS – Thomson Reuters, deve consolidar a internacionalização do periódico nos próximos anos.É importante informar que a trajetória online do periódico foi iniciada em 2004, sob a guarda dos editores Professores André Calado de Araújo e José Yvan Pereira Leite e foram publicadas 55 edições, com 1.084 artigos. Este ambiente se caracteriza pela valoração acadêmica e estímulo às ações voltadas para consolidar políticas científicas no âmbito de publicações, seja em nível de periódicos ou livros, nos contextos nacional e internacional.Neste último volume são publicados 33 artigos das seguintes áreas do conhecimento: agronomia (03), administração/gestão (04), educação (08), engenharia ambiental (01), engenharia de produção (01), engenharia mecânica (01), engenharia química (01), engenharia de software (01), ensino (06), geociências (02), letras (02), saúde coletiva (02) e serviço social (01). A característica interdisciplinar do periódico apresenta artigos que discutem da diversidade florística do semiárido do nordeste do Brasil, passando pela sempre presença de temas importantes da educação (jovens e adultos; políticas educacionais da cidade de São Paulo; Plano Nacional de Educação; avaliação da aprendizagem; formação de professores; ensino fundamental), pelo ensino (botânica; química; matemática; artes); pela administração (relações de poder; teoria do comportamento; gestão/empreendedorismo; políticas públicas); pela literatura (discussão sobre obra Jubiabá de Jorge Amado; resenha da obra Inventando Milhões, dos australianos Simon Torok e Paul Holper); por temas da engenharia (uso e ocupação de solos em Maxaranguape/RN; avaliação de colunas para remediação de biogás; modelo matemático para cortes em aço; implantação da lógica tambor-pulmão-corda; gerenciamento de redes usando Zabbix); pelo serviço social (cidadania participativa no sistema único de assistência social); pela saúde coletiva (formação de profissionais cuidadores; recortes espaciais utilizados nas análises de saúde) e por temas das geociências (ensino de paleontologia; revisitando a geologia do pegmatito alto da Serra Branca – Pedra Lavrada/PB).As metas planejadas para 2015 foram atingidas em quase a totalidade, no entanto a meta de publicar 10% de artigos em língua inglesa (Leite, 2015) não obteve êxito. 7,3% dos artigos foram publicados em língua estrangeira, sendo 5% em inglês e 2,3% em espanhol. São necessários esforços para elevar este número em 2016, com vistas a elevar a visibilidade dos artigos publicados no periódico. Este ano foram publicados seis edições regulares e duas edições especiais e estuda-se uma forma de perenizar esta iniciativa em 2016.Enfim, agradecemos a confiança dos autores, avaliadores e conselho editorial pelo caminho de sucesso trilhado pelo periódico em 2015. Continuaremos neste ritmo para elevar a HOLOS ao convívio de um ambiente global.Boa leitura!Natal, 31 de dezembro de 2015.Prof. José Yvan Pereira Leite 


2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 187-197
Author(s):  
Edmon Neto de Oliveira ◽  
Rosangela Machado Pereira Malvaccini

Este artigo tem por objetivo transitar pela obra poética do escritor brasileiro Alberto Pucheu, levantando um perfil de escrita que se manifesta desde as suas primeiras publicações até as mais recentes, como a que consta do poema “É preciso aprender a ficar submerso”, analisado a partir de abordagem cujo foco se concentra na relação entre literatura e imagem, sendo o vídeo produzido pela artista Danielle Fonseca (2015) o objeto de comparação, além da abordagem imanente concentrada nos aspectos internos ao texto.  Palavras-chave: Poesia. Imagem. Pensamento. Intermidialidade. Alberto Pucheu. Referências AGAMBEN, Giorgio. Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental. Tradução Selvino José Assmann. Belo Horizonte: UFMG, 2007. BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. Tradução Maria João da Costa. Lisboa: Relógio d’Agua, 1991. BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 2009. CARLOS, Erasmo. Meus lados B. Produção André Midani, CD/DVD/Blu-Ray, Coqueiro Verde, 2015. CICERO, Antônio. Poesia e filosofia. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2012. CORTEZ, Clarice Zamonaro; RODRIGUES, Hermes Rodrigues. Operadores de leitura da poesia. In: BONICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (orgs.) Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 4 ed. Maringá: Eduem, 2019. p. 63-84. COSTA, Gal. Divino maravilhoso. Produção Manoel Barenbein, CD, 39’28”, Philips, 1969. FONSECA, Danielle. É preciso aprender a ficar submerso. Out. 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jGwY2daOJGs. Acesso em: 24 maio 2019. KLINGER, Diana. Poesia, documento, autoria. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 55, set./dez. 2018. p. 17-33. MONTEIRO, André. É preciso aprender a ficar (in)disciplinado. Disponível em: http://www.albertopucheu.com.br/pdf/ensaios/eprecisoaprenderaficarindisciplinado_andremonteiro.pdf. Acesso em: 21 maio 2019. MONTEIRO, André; NETO, Edmon. Poesia e prosa porosas: um manifesto de Alberto Pucheu em favor da criação. Signótica, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 242-258, 2017. NIETZSCHE, Friedrich W. Das três metamorfoses. In: ______. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Tradução Mário da Silva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 51-53. OLIVEIRA, Edmon Neto de. Em busca de um paradigma para a relação entre o surfista e o piloto do surfista ou Tradução monstruosa de um arranjo de Alberto Pucheu. Fórum de literatura brasileira contemporânea, Rio de Janeiro, v. 10, p. 133-156, 2018. PESSOA, Fernando. Navegar é preciso. In: ______. Fernando Pessoa: poesias. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13. PUCHEU, Alberto. A fronteira desguarnecida (Poesia reunida 1993-2007). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2007. ______. É preciso aprender a ficar submerso. In: ______. Mais cotidiano que o cotidiano. Rio de Janeiro: Azougue, 2013. p. 11-12. ______. Giorgio Agamben: poesia, filosofia, crítica. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2010. ______. O dia em que Gottfried Benn pegou onda. Floema: caderno de teoria e história literária, Vitória da Conquista, n. 8, p. 107, out. 2017. SARTRE, Jean-Paul. A imaginação. Porto Alegre: L&PM, 2008. TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Tradução Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009. VILLA-FORTE, Leonardo. Escrever sem escrever: literatura e apropriação no século XXI. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Belo Horizonte: Relicário, 2019.


2000 ◽  
pp. 15-30 ◽  
Author(s):  
Leila da Costa Ferreira

O trabalho analisa a internalização de indicadores político-institucionais de sustentabilidade nas políticas públicas em oito cidades de médio e grande porte do sul e sudeste do Brasil, através da análise da formulação e implementação de políticas públicas com características socioambientais. As cidades escolhidas como estudos de casos continham em suas agendas políticas locais propostas relativas à questão ambiental . São elas: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Vitória, Joinville e Uberlândia.


1967 ◽  
Vol 34 (70) ◽  
pp. 551
Author(s):  
Heródoto Barbeiro

 Belo Horizonte foi sede, de 29 de abril a 4 de maio de 1967, do III Seminário Interuniversitário de Estudantes de História, promovido pelo Centro de Estudos Históricos da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo comparecido 20 delegações; de São Paulo (Universidades de São Paulo, Católica, de Campinas, Faculdade de Filosofia de Lins, de Santos, de Assis, de Bauru e de Lorena), Minas Gerais (Universidades Federal e Católica de Belo Horizonte, Faculdades de Uberlândia, Uberaba, Montes Claros, Itaúna), Rio Grande do Sul (Pôrto Alegre), Paraná (Faculdades de Curitiba e Ponta Grossa), Goiás (Goiânia) e Rio de Janeiro (Niterói) . 


2019 ◽  
Vol 13 (2) ◽  
pp. 520
Author(s):  
Renata Porcher Scherer

The present article aims to analyze the main implications of metamorphoses in the world of work in the transition from a Fordist paradigm to a post-Fordist, for the professionalization of teaching work. Therefore, three important studies on Brazilian teaching are taken as empirical material and the importance of considering the diagnoses about changes in the world of work is taken into account in order to understand the current context experienced by teachers. It begins by examining the main transformations that have occurred in recent capitalism since the triumph of neoliberal in Brazil, signaling the emergence of new professional profiles that are now required in the current context. After presenting a diagnosis about the professionalization of teaching and teaching sickness in Brazil, showing that the concept of degeneration is an important tool for future studies that seek to investigate sush topics. ResumoO presente artigo tem como objetivo analisar as principais implicações das metamorfoses no mundo do trabalho na passagem de um paradigma fordista para um pós-fordista, para a profissionalização do trabalho docente. Para tanto, toma-se como material empírico três importantes estudos sobre a docência brasileira e aponta-se para a importância de consideramos os diagnósticos acerca das mudanças no mundo do trabalho para compreendermos e complexificarmos o atual contexto vivido por professores e professoras. Inicia-se examinando as principais transformações ocorridas no capitalismo recente a partir do triunfo do pensamento neoliberal no Brasil, sinalizando para a emergência dos novos perfis profissionais que passam a ser exigidos no contexto atual. Após, apresentamos um diagnóstico sobre a profissionalização do magistério e o adoecimento docente no Brasil, evidenciando que o conceito de desgenerificação mostra-se como uma ferramenta importante para futuros estudos que busquem investigar tais temáticas. ResumenEl presente artículo tiene como objetivo analizar las principales implicaciones de las metamorfosis en el mundo del trabajo en el paso de un paradigma fordista para un postfordista, para la profesionalización del trabajo docente. Para ello, se toma como material empírico tres importantes estudios sobre la docencia brasileña y se apunta a la importancia de considerar los diagnósticos acerca de los cambios en el mundo del trabajo para comprender y complejizar el actual contexto vivido por profesores y profesoras. Se inicia examinando las principales transformaciones ocurridas en el capitalismo reciente a partir del triunfo del pensamiento neoliberal en Brasil, señalando para la emergencia de los nuevos perfiles profesionales que pasan a ser exigidos en el contexto actual. Después de presentar un diagnóstico sobre la profesionalización del magisterio y el enfermedad docente en Brasil, evidenciando que el concepto de desgenerificación se muestra como una herramienta importante para futuros estudios que busquen investigar tales temáticas.Keywords: Teaching work, Capitalism, Degenerification of work.Palavras-chave: Trabalho docente, Capitalismo, Desgenerificação do trabalho.Palabras clave: Trabajo Docente; el capitalismo; Desgenerificación del trabajo.ReferencesANTUNES, Ricardo. A nova morfologia do trabalho e as formas diferenciadas da reestruturação produtiva no Brasil dos anos 1990. Sociologia, Porto, v. 27, p. 11-25, jan.  2014.ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? 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