Apontamentos sobre a emancipação humana nas obras de juventude marxiana (1843-1844)

2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 39-51
Author(s):  
Angélica Lima Melo ◽  
Amanda Gomes Pereira

Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma breve discussão sobre o conceito emancipação humana, numa trajetória perpassada por influências teóricas e metodológicas que contribuíram para a construção do pensamento de Karl Marx. Nele, foi feita uma revisão literária contida nas obras de 1843 e 1844, Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, Para a Questão Judaica, Introdução a Crítica da Filosofia do Direito, Glosas Críticas Marginais e a obra O Jovem Marx 1843-1844: as origens da ontologia do Ser Social. O intuito é estabelecer um debate acerca das relações e diálogos teóricos iniciais do pensamento do autor que fazem emergir suas análises sobre a condição humana e o materialismo histórico. Para tal, recorre-se aos estudos já realizados pelos jovens hegelianos, suas influências intelectuais, em especial, Feuerbach.  Em 1844, Marx conhece Engels e juntos tornaram-se adeptos ao socialismo, a pesquisa de Marx ganha uma modificação teórica e material, o autor percebe que a democracia não seria capaz de remodelar a história social alemã, acredita que emancipação deve conter um aspecto “real”, nesse momento ele visualiza o papel do proletariado como elemento indispensável no processo de revolução social, o socialismo contribuiria para a concretização da emancipação humana.  Palavras-chave: Emancipação. Materialismo Histórico. Proletariado. Democracia. Socialismo. Revolução social.  Abstract: This work aims to make a brief discussion about the concept of human emancipation, in a trajectory pervaded by theoretical and methodological influences that contributed to the construction of the Karl Marx thought, accompanying the literary revision contained in the works of 1843 and 1844, Critique of Philosophy of Hegel's Right for the Jewish Question, Introduction to the Critique of the Philosophy of Law, Marginal Critical Glosas, and The Young Marx 1843-1844: The Origins of the Ontology of Social Being. In 1843 Marx understands that democracy could modify Germany's social reality by contributing to the process of emancipation, in this endeavor, resorts to the studies already carried out by young Hegelians their intellectual influences, especially Feuerbach. In 1844 Marx met Engels and together became adherents to socialism, Marx's research gains a theoretical and material change, the author realizes that democracy would not be able to reshape German social history, believes that emancipation must contain a "real" "At that moment he envisions the proletarian figure as an indispensable element in the process of social revolution, socialism would contribute to the realization of human emancipation.  Keywords: Emancipation. Historical Materialism. Proletariat. Democracy. Socialism. Social revolution.  REFERÊNCIAS  BETTOMORE, Tom. Dicionário do Pensamento Marxista. Tradução Waltensir Dutra. Rio de Janeiro; Zahar, 2013. Disponível em<http://www.4shared.com/office/CDqABj5G/dicionrio-do-pensamentomarxis.html>. Acesso em 19 de setembro de 2015.   FREDERICO, Celso. O jovem Marx (1843-1844): As origens da ontologia do ser social 2.ed.. São Paulo: Expressão Popular, 2009.  MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. Tradução Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo, 2004.  MARX, K.; ENGELS, F. A sagrada família. Tradução de Marcelo Bakes. São Paulo: Boitempo, 2003.  MARX, Karl. O Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 1998.  MARX, K. Glosas críticas marginais ao artigo "O rei da Prússia e a reforma social". De um Prussiano, Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Londrina, v. 3, n. 1, p. 142155, fev. 2011.  Disponível em        html: <http://www.marxists.org/portugues/marx/1844/08/07.htm>.  Acesso em fevereiro de 2016.  MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Introdução de Jacob Gorender e Ttradução de Luis Claudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.  MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. Tradução de Rubens Enderle e Leonardo de Deus. 2.ed. São Paulo: Boitempo, 2010.  MARX, Karl. Sobre a questão judaica. São Paulo: Boitempo, 2010.  KARL, Marx. Para a crítica da filosofia do direito de Hegel. Tradução Artur Morão. Covilhã, Lusofia, 2008. Disponível em:  <https://www.google.com.br/search?q=KARL%2C+Marx.+Para+a+crítica+da+filosofia +do+direito+de+Hegel.+Tradução+Artur+Morão.+Covilhã%2C+Lusofia%2C+2008>. Acesso em outubro de 2015 às 14h00min.  MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007  MARX, Karl. A Questão Judaica. São Paulo: Centauro, 2005.NETTO, José Paulo. Marxismo impenitente: contribuição à história das idéias marxistas. São Paulo: Cortez, 2004.   SIQUEIRA, Sandra M. M.; PEREIRA, Francisco. Aspectos da vida e da obra de Marx e Engels . Salvador-BA: Lemarx, 2011. Disponível em: <https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chromeinstant&ion=1&espv=2&ie=UTF8#q=refer%C3%AAncia+Aspectos+da+vida+ea+obra+de+Marx+e+Engels+Sandra+M .+M.+Siqueira+e+Francisco+Pereira+Lemarx,+2011>. Acesso em dezembro de 2015.  TONET, Ivo. A propósito de “Glosas Críticas”. São Paulo: Expressão Popular, 2010.  TONET, Ivo. A propósito de “glosas críticas”. In: MARX, Karl. Glosas críticas marginais ao artigo “O rei da Prússia e a reforma de social” de um prussiano. São Paulo: Expressão Popular, 2010. 

2018 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 9-31
Author(s):  
Arivaldo Sezyshta

Resumo: Este artigo tem por objeto apresentar a Filosofia Política Crítica da Libertação em Enrique Dussel, analisando sua gênese e evolução e mostrando a influência decisiva da filosofia da práxis de Karl Marx para esse pensamento, em especial a partir do conceito de exterioridade, entendida como sendo o âmbito onde o outro se revela, onde permanece livre em seu ser distinto. A exterioridade, precisamente, é tida pela Filosofia da Libertação como a categoria principal do legado marxiano e pressuposto teórico fundamental, que viabiliza o discurso de Dussel, sobretudo na opção radical pela vítima, marca de seu pensamento filosófico. Mediante isso, aqui se assume a tese de que há em Dussel uma parcialidade pela vítima: seu pensamento está construído, propositalmente, em favor da vítima. O esforço deste trabalho é o de mostrar que a opção pela vítima será o fio condutor de todo seu pensar, o que cobra da Filosofia da Libertação uma pretensão crítica de pensamento, fazendo com que o labor filosófico seja desafiado e provocado pela necessidade real de auxiliar a vítima, exigência do povo latino-americano em seu caminho de libertação. Em termos de resultado, para além da importância atual do pensamento marxiano para a compreensão da realidade e a crítica ao capitalismo, ressalta-se a relevância teórico-prática do pensamento dusseliano para a Filosofia Política como um todo, pelas suas contribuições no cenário contemporâneo, pela coragem em apontar em direção a outra sociedade, trans-moderna e transcapitalista, já em curso nas práticas coletivas de Bem Viver.Palavras-chaves: Filosofia. Libertação. Enrique Dussel. Bem Viver. Abstract: This article aims to present the Critical Political Philosophy of Liberation in Enrique Dussel, analysing its genesis and evolution and showing the decisive influence of Karl Marx’s philosophy to his thought. Especially from his concept of exteriority, understood as being the space where the other reveals itself, where it remains free in its distinct being. The Externality, precisely, is considered by the Philosophy of Liberation as the main category of the Marxian legacy. It is the fundamental theoretical presupposition, which makes Dussel's speech possible, mainly in the radical choice for the victim, the hallmark of his philosophical thought. Hereby the assumption is made that there is in Dussel a partiality for the victim: his thought is purposely constructed in favour of the victim. The effort of this work is to show that the option for the victim will be the guiding thread of all his thinking, which demands from the Philosophy of Liberation a critical pretension of thought. Thus, causing the philosophical work to be challenged and provoked by the real need to help the victim, the demand of the Latin American people in their way of liberation. In addition to the current importance of Marxian thought for the understanding of reality and the critique of capitalism, the theoreticalpractical relevance of Dusselian thought for Political Philosophy as a whole is emphasized by its contributions in the contemporary scenario, by the courage to point towards another society, trans-modern and transcapitalist, already under way in the collective practices of Well Living.Keywords: Philosophy. Release. Enrique Dussel. Well living. REFERÊNCIAS   ACOSTA, Alberto. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Autonomia Literária, 2016.ARGOTE, Gérman Marquínez. Ensayo Preliminar y Bibliografia. In: DUSSEL, Enrique. Filosofia de la liberación latinoamericana. Bogotá: Nueva América, 1979.BOULAGA, Eboussi. La crise Du Muntu: authenticité africaine Et philosophie. Paris: Présence Africaine, 1977.CALDERA, Alejandro Serrano. Filosofia e crise: pela filosofia latinoamericana. Petrópolis: Vozes, 1984.CAIO, José Sotero. Manifesto-Declaração do Rio de Janeiro/1993. In: PIRES, Cecília Pinto (Org.) Vozes silenciadas: ensaios de ética e filosofia política. Ijuí: Editora Inijuí, 2003, p.263-271.CASALLA, Mario Carlos. Razón y liberación: notas para una filosofia latinoamericana. Buenos Aires: Siglo XXI, 1973.DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação - na América Latina. São Paulo: Loyola, 1977._______. Filosofia de la Liberación Latinoamericana. Bogotá: Nueva América, 1979._______. Para uma ética da libertação latino-americana III: eticidade e moralidade. São Paulo: Loyola, 1982._______. Filosofía de la producción. Bogotá: Editorial Nueva América, 1984._______. Ética comunitária. Madrid, Ediciones Paulinas, 1986._______. Introdución a la filosofía de la liberación. Bogotá: Nueva América, 1988._______. 1492 – O encobrimento do Outro: a origem do mito da modernidade. Petrópolis: Vozes, 1993. _______. Filosofia da libertação: crítica à ideologia da exclusão. São Paulo: Paulus, 1995._______. Filosofía de la Liberación. Bogotá: Editorial Nueva América, 1996._______. Ética da libertação na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2000. _______. Hacia una filosofia política crítica. Bilbao: Desclée, 2001._______. 20 teses de política. São Paulo: Expressão Popular, 2007.FANÓN, Franz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.FLORES, Alberto Vivar. Antropologia da libertação latino-americana. São Paulo: Paulinas, 1991.FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974 GULDBERG, Horacio C. Filosofía de la liberación latinoamericana. México: Fondo de Cultura Económica, 1983.IFIL. Livre Filosofar: Boletim Informativo do Ifil, Ano IX, No.18, 1988.LAS CASAS, Bartolomé de. O Paraíso perdido: Brevíssima relação da destruição das Índias. Trad.: Heraldo Barbuy. 6 ed. Porto Alegre: L&PM, 1996.LATOUCHE, Serge. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: Martins Fontes, 2009.LÖWY, Michael. Ecologia e Socialismo. São Paulo: Cortez, 2005.MARTI, José. Política de  nuestra América. México: Siglo XXI, 1987.SEZYSHTA, Arivaldo José e et al. Por uma terra sem males: seminário de formação para educadores e educadoras. Recife: Dom Bosco, 2003.ZEA, Leopoldo. Dependencia y liberación en la cultura Latinoamericana. México: Joaquín Mortiz, 1974.ZIMMERMANN, Roque. América Latina o não ser: uma abordagem filosófica a partir de Enrique Dussel (1962-1976). Petrópolis: Vozes: Petrópolis, 1987.


2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 77-94
Author(s):  
Arivaldo Sezyshta

Resumo: A pergunta feita por Karl Marx, “como é possível que aquele que produz a riqueza seja pobre?”, evidenciou a existência de uma ética implícita em um discurso explicitamente econômico. Precisamente, Marx escolheu a economia como lugar mais pertinente para desenvolver seu estudo ético-crítico, mostrando que o momento material da economia é a produção, que só tem sentido quando gera produtos para as necessidades humanas. Analisando o capitalismo observa que a preocupação principal está em torno do capital e não do ser humano, o que o leva a desenvolver sua crítica ética a partir da exterioridade do trabalhador, apresentando a possibilidade de um novo projeto político, fazendo da questão social um dos maiores problemas filosóficos. Essa análise marxiana da realidade de opressão à qual está submetido o trabalhador e, sobretudo, a possibilidade de sua emancipação, é decisiva para a Filosofia da Libertação. Essa aproximação entre a reflexão marxiana e a Filosofia da Libertação permite compreender que é a exterioridade a categoria principal escolhida por Marx, enquanto ponto de partida de sua crítica teórica e condição para que possa levantar, a partir do trabalho, todo o edifício de seu discurso. Isso torna-se decisivo para a Filosofia da Libertação e sua propositura de uma política igualmente libertadora  Palavras-chave: Marx. Exterioridade. Dussel. Filosofia da Libertação. Política.   Abstract: The question asked by Karl Marx, "How is it possible that the one who produces the wealth is poor?", provided evidence for the existence of an ethics implicit in an explicitly economic discourse. Specifically, Marx chose economics as the most pertinent place to develop his ethical-critical study, showing that the material moment of economics is production, which only makes sense when it generates products for human needs. Analysing capitalism, he observes that the main concern is about the capital and not the human being, which leads him to develop his ethical criticism from the externality of the worker, presenting the possibility of a new political project, thus making the social question one of the major philosophical problems. This Marxian analysis of the reality of oppression, to which the worker is subjected, and especially the possibility of his emancipation, is decisive for the Philosophy of Liberation.This approximation between Marxian reflection and the Philosophy of Liberation allows us to understand that exteriority is the main category chosen by Marx as the starting point of his theoretical critique and the condition so that he can raise from the work the whole edifice of his discourse. This becomes decisive for the Philosophy of Liberation and its proposition of an equally liberating policy.  Keywords: Marx. Exteriority. Dussel. Philosophy of Liberation. Politics.  REFERÊNCIAS  DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação - na América Latina. São Paulo: Loyola, 1977.  DUSSEL, Enrique. Hacia un Marx desconocido: un comentario de los manuscritos del 61-63. México: Siglo XXI, 1988  DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação: crítica à ideologia da exclusão. São Paulo: Paulus, 1995.  DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes. 2000.  DUSSEL, Enrique. Hacia uma filosofia política crítica. Bilbao: Desclée, 2001.  DUSSEL, Enrique. Vivemos uma primavera política. In: América Latina em Movimento. 18 dez. 2006. Disponível em: <https://www.alainet.org/pt/active/15053> Acesso em: 10 set. 2018.  DUSSEL, Enrique. 20 teses de política. São Paulo: Expressão Popular, 2007.  DUSSEL, Enrique. Política de la Liberación: Arquitectónica. Vol. 2. Madrid: Trotta, 2009.  DUSSEL, Enrique. A produção teórica de Marx: um comentário aos Grundrisse. 1ª.ed – São Paulo: Expressão Popular, 2012.  FORNET-BETANCOURT, Raul. O marxismo na América Latina. São Leopoldo: Unisinos, 1995.  FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 32.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.   MARX, Karl. Elementos fondamentales para la crítica de la economía política. México: Siglo XXI, 1976. MARX, Karl. Obras fondamentales. México: FCE, 1982. Vol. 1.  MARX, Karl. O capital. v. 1. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988  MARX, Karl. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011.  SANTOS, Boaventura Souza. El milenio huérfano: ensayos para una nueva cultura política. Madrid: Trotta, 2005. 


2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 11-20
Author(s):  
Iraquitan de Oliveira Caminha

Resumo: Em 21 de fevereiro de 1848, foi publicado pela primeira vez em Londres o Manifesto Comunista, escrito por Marx em Engels.  Quando escreveram o manifesto, os dois parceiros estavam exilados na Bélgica. Eles dirigiam uma organização internacional chamada de “Liga dos Comunistas”. Esse documento foi produzido para orientar a classe operária na sua missão revolucionária. Não fazia sentido apenas compreender o mundo, era preciso transformá-lo. Em 2018, sob a coordenação do professor Marcos Érico de Araújo Silva da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), foi realizado um evento em que foram comemorados os 200 anos de nascimento de Karl Marx e 170 anos do Manifesto Comunista. Na ocasião, fiz uma fala sobre o Manifesto Comunista e o modo de conceber a dialética de Merleau-Ponty. Irei retomar essa fala aqui com o objetivo de analisar como a dialética sem síntese de Merleau-Ponty pode ser usada como referência para se pensar esse Manifesto e apontar um horizonte para sua atualidade.  Palavras-chave: Manifesto Comunista. Dialética. Merleau-Ponty.   Abstract: On February 21, 1848, the Communist Manifesto, written by Marx in Engels, was published for the first time in London. When they wrote the manifesto, the two partners were exiled in Belgium. They ran an international organization called the "Communist League." This document was produced to guide the working class in its revolutionary mission. It made no sense just to understand the world, it had to be transformed. In 2018, under the coordination of professor Marcos Érico de Araújo Silva from Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), an event was held in which 200 years of Karl Marx's birth and 170 years of Communist Manifesto were celebrated. At that time I gave a talk on the Communist Manifesto and the way of conceiving the dialectic of Merleau-Ponty. I will return to this speech here with the aim of analyzing how the dialectic without synthesis of Merleau-Ponty can be used as reference to think this Manifesto and to point a horizon for its present.  Keywords: Communist Manifesto. Dialectic. Merleau-Ponty.  REFERÊNCIAS  AREDT, Hannah. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.   BLOCH, Ernst. O princípio esperança. Rio de Janeiro: Contraponto, Vol. I, 2005. CAMINHA, Iraquitan de Oliveira. Humanismo e Terror segundo Merleau-Ponty: em que medida é possível tolerar a violência? In: Saeculum: Revista de História, João Pessoa, Jul/Dez 2008.  MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. Tradução de Álvaro Pina, e Ivana Jinkings. Organização e introdução de Osvaldo Coggiola. São Paulo: Boitempo,  2010.MERLEAU-PONTY, Maurice. As aventuras da dialética. São Paulo: Martins Fontes, 2016.  MERLEAU-PONTY, Maurice. Humanismo e Terror: ensaio sobre o problema comunista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1968.  MERLEAU-PONTY, Maurice. Le visible et l’invisible. Paris, Gallimard, 1991.  


2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 95-119
Author(s):  
João Alberto Wohlfart

Resumo: O texto visa uma abordagem de o Capital, de Karl Marx, na perspectiva da reconstrução dos principais momentos de articulação da obra. Trata-se de um complexo sistema dialético de racionalidade, estruturado em várias plataformas de desenvolvimento, articuladas em diferentes graus de exposição, num processo dialético que integra estas diferenças num movimento global. Procuramos expor os argumentos acerca das determinações imediatas do capital, os fundamentos da produção do capital, a passagem da produção para a superfície da circulação do capital, a circularidade global do capital e o processo global de produção capitalista. O texto dará ênfase aos principais momentos de articulação e de passagem que justificam os diferentes momentos de estruturação.   Palavras-chave: Capital. Capitalismo. Dinheiro. Marx. Mercadoria.  Abstract: The text aims at an approach of the Capital, of Karl Marx, in the perspective of the reconstruction of the main moments of articulation of the work. It is a complex dialectical system of rationality, structured on several development platforms, articulated in different degrees of exposure, in a dialectical process that integrates these differences into a global movement. We seek to set forth the arguments about the immediate determinations of capital, the foundations of the production of capital, the transition from production to the surface of the circulation of capital, the global circularity of capital, and the global process of capitalist production. The text will emphasize the main moments of articulation and passage that justify the different structuring moments.  Keywords: Capital. Capitalism. Money. Marx. Merchandise. REFERÊNCIAS  MARX, Karl. O Capital. Trad. Reginaldo Santana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.  MARX, Karl. O processo de produção do Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.  MARX, Karl. O processo de circulação do Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.  MARX, Karl. O processo global de produção capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.  MARX, Karl. O processo de produção do Capital. Trad. de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo Editorial, 2018.  MARX, Karl. O processo de circulação do Capital. Trad. de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015.   MARX, Karl. O processo global de produção capitalista. Trad. de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo Editorial, 2017.  


2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 121-137
Author(s):  
Júlia Lemos Vieira

Resumo: A história do marxismo e dos movimentos sociais demonstram que as diferentes concepções sobre o que Marx quis dizer com os seus conceitos de base e superestrutura na configuração de uma teoria da história nortearam estratégias de luta diferentes na esquerda política - tendo o marxismo ocidental configuradose como uma reação ao soviético, rejeitando, dentre outros aspectos, a ideia de uma relação mecanicista nos fatores sociais estruturais. O presente artigo sugere pistas para criticar a interpretação de que há um reducionismo econômico na obra de Karl Marx.  Palavras-chave: Marx. Infraestrutura. Superesturura. História. Revolução.  Abstract: The history of Marxism and social movements demonstrate that the different conceptions of what Marx meant by his concepts of base and superstructure in the configuration of a theory of history guided different strategies of struggle on the political left - with Western Marxism configured as a reaction to the Soviet, rejecting, among other things, the idea of a mechanistic relationship in structural social factors. The present article suggests clues to criticize the interpretation that there is an economic reductionism in the work of Karl Marx.  Keywords: Marx. Infrastructure. Supersession. History. Revolution. REFERÊNCIAS  BOBBIO, Norberto. Nem com Marx, nem contra Marx. Tradução de Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2006.  COHEN. G.A. Karl Marx’s Theory of history: A defense. Expanded Edition. Princeton. Pinceton: University  Press, 2000.  KAUTSKY, Karl. The Dictatorship of the Proletariat. 1918. in <http://www.marxists.org/archive/kautsky/index.htm>  MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. Tradução de Marcelo Backes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.  MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Obras Escolhidas. Vol. 1-3. São Paulo: Editora AlfaÔmega, 1983.   MARX, Karl. A miséria da filosofia. Tradução de José Paulo Netto. São Paulo: Editora Global, 1985.  MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. Tradução de Maria Helena Barreiro Alves. São Paulo. Martins Fontes. 1983.  MARX, Karl. Elementos fundamentales para la crítica de la economia política (Grundrisse) 1857 ~1858. Traducción de Pedro Scaron. México. Siglo XXI Editores. 2007. Vol. 1-3.  MARX, Karl. Las luchas de clases en Francia. Traducción de Tristán Suárez. Buenos Aires. Editorial Claridad. 1973.  MARX, Karl. Manuscritos Econômicos-Filosóficos. Texto integral. Tradução de Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo, 2006. MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Tradução de Reginaldo Sant’anna. Livro Primeiro. Vol. 1-3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971.  PLEKHÂNOV, G.V. Os Princípios Fundamentais do Marxismo. 1927. Tradução de Sônia Rangel. São Paulo: Editora Hucitec, 1978.  SHAW, Willian H. Marx’s Theory of History First Edition. London: Hutchinson, 1978  TRÚBNIKOV, Vadim (org.) Marx, Engels, Lénine: sobre as vias de acesso ao socialismo. Moscovo: Edições da Agência de Imprensa Nóvosti, 1980.   


Author(s):  
Ana Flávia Magalhães Pinto

Brazil had the largest population of free and freed Black people on the continent, starting in the early 19th century, despite being the last country in the Americas to abolish slavery. The 1872 General Census of the Empire reported that six out of every ten Black or brown people could claim a series of rights associated with citizenship by virtue of not being enslaved. These included some individuals who were literate and active in the cultural and political spaces in which plans for the country’s present and future were drawn up. Especially in the second half of the 19th century, a time of deepening crisis for the slaveholding system, individuals such as José Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio, Ignácio de Araújo Lima, Arthur Carlos, and Theophilo Dias de Castro, all of whom were born free and resided in São Paulo and Rio de Janeiro, invested in their individual aspirations but also joined groups that defended the citizenship rights of free, freed, and enslaved Black people. Facing daily experiences of “color prejudice,” they not only participated in debates waged in the abolitionist, Black, literary, and general press, but they also played leading roles in the creation of mechanisms and instruments of resistance, confrontation, and dialogue. Although this aspect has not received much attention in recent historical accounts that recognize their existences, these and other Black intellectuals developed bonds of affection and solidarity over the course of their careers. To reflect on the scope of this shared racial identity in the latter 19th century and the possible impact of these ties on public positions taken by Black intellectuals, the demonstrations of friendship and companionship experienced by these individuals are traced, as well as by some others. An exercise in approaching the traces of different practices surrounding the politicization of race is given, and paths for future research on the social history of ideas and antiracism in Brazil are suggested.


2016 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
Author(s):  
Lina Faria

Introdução: Em função de uma trajetória profissional curativa e reabilitadora, os fisioterapeutas encontram-se frente ao desafio da adaptação de sua formação curricular para atender às novas demandas da saúde pública brasileira. Objetivo: Verificar a necessidade de adequação das grades curriculares dos cursos de fisioterapia aos propósitos das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) na formação de profissionais fisioterapeutas com perfil humanista e generalista. Material e métodos: Foram analisadas 33 grades curriculares de cursos de fisioterapia, reconhecidos pelo MEC, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, para verificar se os conteúdos programáticos atendem às mudanças preconizadas. Resultados: Em treze cursos o modelo de ensino ainda é o tradicional, tendo como referência o “saber técnico”. Nove cursos buscam se adaptar às propostas das Diretrizes. Onze integram disciplinas e estágios supervisionados que atendem às mudanças. Conclusão: Os projetos pedagógicos revelam a necessidade de mudanças na educação, de modo que o processo de formação se paute por uma atuação com foco na prevenção e promoção da saúde.Palavras-chave: atenção primária à saude, educação em saúde, prática profissional, classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde.


2013 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 200
Author(s):  
Silvio Soares Macedo
Keyword(s):  

Arquiteto pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), paisagista, professor titular de Paisagismo da FAUUSP e pesquisador sobre paisagem urbana e projeto paisagístico da FAUUSP desde 1976, cantor e produtor musical, viajante inveterado, morador do Rio de Janeiro por quatro anos, apreciador de desenhos animados e Arqueologia.


2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 139-155
Author(s):  
Marta Maria Aragão Maciel

Resumo: O presente texto objetiva uma abordagem, no interior do pensamento de Ernst Bloch (1885/1977), acerca da relação entre marxismo e utopia: um vínculo incomum no interior do marxismo, comumente tido numa oposição inconciliável. Daí a apropriação do termo “herético” em referência ao marxismo do autor alemão: a expressão é usada não em sentido pejorativo, mas apenas para situar seu distanciamento do marxismo vulgar, bem como sua intenção de crítica radical dessa tradição. Aqui entendemos que é, em particular, por meio da relação entre marxismo e utopia que o pensamento de Ernst Bloch aparece como um projeto inelutavelmente político com vistas a uma filosofia da práxis concreta na principal obra do autor: O Princípio esperança (Das Prinzip Hoffnung) [1954/1959]. Neste livro encontramos, com efeito, a tentativa de pensar a atualidade do marxismo para o contexto do século XX, a era das catástrofes, conforme definição do historiador Eric Hobsbawm. Palavras-chave: Marxismo. Utopia. Dialética. Crítica social. Cultura.  Abstract: This paper presents an approach within the thinking of Ernst Bloch (1885/1977) about the relation between Marxism and Utopia: an unusual link within Marxism, commonly held in an irreconcilable opposition. Hence the appropriation of the term "heretical" in reference to the German author's Marxism: the expression is used not in a pejorative sense, but only to situate its distancing from vulgar Marxism, as well as its intention of a radical critique of this tradition. Here we understand that it is particularly through the relationship between Marxism and Utopia that Ernst Bloch's thought appears as an ineluctably political project with a view to a philosophy of concrete praxis in the principal work of the author: The Principle Hope (Das Prinzip Hoffnung) [1954/1959]. In this book we find, in effect, the attempt to think the actuality of Marxism in the context of the age of catastrophe - as defined by Eric Hobsbawm - that is, the long twentieth century that experienced the extreme barbarism of the concentration camp, of which the thinker in question, Jewish and Communist, managed to escape.  Keywords: Marxism. Utopia. Dialectics. Social criticismo. Culture. REFERÊNCIAS   ALBORNOZ, Suzana. O enigma da Esperança: Ernst Bloch e as margens da história do espírito. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.   ALBORNOZ, Suzana. Ética e utopia: ensaio sobre Ernst Bloch. 2ª edição. Porto Alegre: Movimento; Santa Cruz do Sul: EdUSC, 2006.  BICCA, Luiz. Marxismo e liberdade. São Paulo: Loyola, 1987.  BLOCH, Ernst. Filosofia del Rinascimento. Trad. it. de Gabriella Bonacchi e Katia Tannenbaum. Bologna: il Mulino, 1981.     BLOCH, Ernst. Héritage de ce temps. Trad. Jean Lacoste. Paris: Payot, 1978.  BLOCH, Ernst. O Princípio Esperança [1954-1959]. Vol. I.  Trad. br. 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