A Filosofia da libertação: gênese e pretensão crítica do pensamento

2018 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 9-31
Author(s):  
Arivaldo Sezyshta

Resumo: Este artigo tem por objeto apresentar a Filosofia Política Crítica da Libertação em Enrique Dussel, analisando sua gênese e evolução e mostrando a influência decisiva da filosofia da práxis de Karl Marx para esse pensamento, em especial a partir do conceito de exterioridade, entendida como sendo o âmbito onde o outro se revela, onde permanece livre em seu ser distinto. A exterioridade, precisamente, é tida pela Filosofia da Libertação como a categoria principal do legado marxiano e pressuposto teórico fundamental, que viabiliza o discurso de Dussel, sobretudo na opção radical pela vítima, marca de seu pensamento filosófico. Mediante isso, aqui se assume a tese de que há em Dussel uma parcialidade pela vítima: seu pensamento está construído, propositalmente, em favor da vítima. O esforço deste trabalho é o de mostrar que a opção pela vítima será o fio condutor de todo seu pensar, o que cobra da Filosofia da Libertação uma pretensão crítica de pensamento, fazendo com que o labor filosófico seja desafiado e provocado pela necessidade real de auxiliar a vítima, exigência do povo latino-americano em seu caminho de libertação. Em termos de resultado, para além da importância atual do pensamento marxiano para a compreensão da realidade e a crítica ao capitalismo, ressalta-se a relevância teórico-prática do pensamento dusseliano para a Filosofia Política como um todo, pelas suas contribuições no cenário contemporâneo, pela coragem em apontar em direção a outra sociedade, trans-moderna e transcapitalista, já em curso nas práticas coletivas de Bem Viver.Palavras-chaves: Filosofia. Libertação. Enrique Dussel. Bem Viver. Abstract: This article aims to present the Critical Political Philosophy of Liberation in Enrique Dussel, analysing its genesis and evolution and showing the decisive influence of Karl Marx’s philosophy to his thought. Especially from his concept of exteriority, understood as being the space where the other reveals itself, where it remains free in its distinct being. The Externality, precisely, is considered by the Philosophy of Liberation as the main category of the Marxian legacy. It is the fundamental theoretical presupposition, which makes Dussel's speech possible, mainly in the radical choice for the victim, the hallmark of his philosophical thought. Hereby the assumption is made that there is in Dussel a partiality for the victim: his thought is purposely constructed in favour of the victim. The effort of this work is to show that the option for the victim will be the guiding thread of all his thinking, which demands from the Philosophy of Liberation a critical pretension of thought. Thus, causing the philosophical work to be challenged and provoked by the real need to help the victim, the demand of the Latin American people in their way of liberation. In addition to the current importance of Marxian thought for the understanding of reality and the critique of capitalism, the theoreticalpractical relevance of Dusselian thought for Political Philosophy as a whole is emphasized by its contributions in the contemporary scenario, by the courage to point towards another society, trans-modern and transcapitalist, already under way in the collective practices of Well Living.Keywords: Philosophy. Release. Enrique Dussel. Well living. REFERÊNCIAS   ACOSTA, Alberto. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. 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2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 77-94
Author(s):  
Arivaldo Sezyshta

Resumo: A pergunta feita por Karl Marx, “como é possível que aquele que produz a riqueza seja pobre?”, evidenciou a existência de uma ética implícita em um discurso explicitamente econômico. Precisamente, Marx escolheu a economia como lugar mais pertinente para desenvolver seu estudo ético-crítico, mostrando que o momento material da economia é a produção, que só tem sentido quando gera produtos para as necessidades humanas. Analisando o capitalismo observa que a preocupação principal está em torno do capital e não do ser humano, o que o leva a desenvolver sua crítica ética a partir da exterioridade do trabalhador, apresentando a possibilidade de um novo projeto político, fazendo da questão social um dos maiores problemas filosóficos. Essa análise marxiana da realidade de opressão à qual está submetido o trabalhador e, sobretudo, a possibilidade de sua emancipação, é decisiva para a Filosofia da Libertação. Essa aproximação entre a reflexão marxiana e a Filosofia da Libertação permite compreender que é a exterioridade a categoria principal escolhida por Marx, enquanto ponto de partida de sua crítica teórica e condição para que possa levantar, a partir do trabalho, todo o edifício de seu discurso. Isso torna-se decisivo para a Filosofia da Libertação e sua propositura de uma política igualmente libertadora  Palavras-chave: Marx. Exterioridade. Dussel. Filosofia da Libertação. Política.   Abstract: The question asked by Karl Marx, "How is it possible that the one who produces the wealth is poor?", provided evidence for the existence of an ethics implicit in an explicitly economic discourse. Specifically, Marx chose economics as the most pertinent place to develop his ethical-critical study, showing that the material moment of economics is production, which only makes sense when it generates products for human needs. Analysing capitalism, he observes that the main concern is about the capital and not the human being, which leads him to develop his ethical criticism from the externality of the worker, presenting the possibility of a new political project, thus making the social question one of the major philosophical problems. This Marxian analysis of the reality of oppression, to which the worker is subjected, and especially the possibility of his emancipation, is decisive for the Philosophy of Liberation.This approximation between Marxian reflection and the Philosophy of Liberation allows us to understand that exteriority is the main category chosen by Marx as the starting point of his theoretical critique and the condition so that he can raise from the work the whole edifice of his discourse. This becomes decisive for the Philosophy of Liberation and its proposition of an equally liberating policy.  Keywords: Marx. Exteriority. Dussel. Philosophy of Liberation. Politics.  REFERÊNCIAS  DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação - na América Latina. São Paulo: Loyola, 1977.  DUSSEL, Enrique. Hacia un Marx desconocido: un comentario de los manuscritos del 61-63. México: Siglo XXI, 1988  DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação: crítica à ideologia da exclusão. São Paulo: Paulus, 1995.  DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes. 2000.  DUSSEL, Enrique. Hacia uma filosofia política crítica. Bilbao: Desclée, 2001.  DUSSEL, Enrique. Vivemos uma primavera política. In: América Latina em Movimento. 18 dez. 2006. Disponível em: <https://www.alainet.org/pt/active/15053> Acesso em: 10 set. 2018.  DUSSEL, Enrique. 20 teses de política. São Paulo: Expressão Popular, 2007.  DUSSEL, Enrique. Política de la Liberación: Arquitectónica. Vol. 2. Madrid: Trotta, 2009.  DUSSEL, Enrique. A produção teórica de Marx: um comentário aos Grundrisse. 1ª.ed – São Paulo: Expressão Popular, 2012.  FORNET-BETANCOURT, Raul. O marxismo na América Latina. São Leopoldo: Unisinos, 1995.  FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 32.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.   MARX, Karl. Elementos fondamentales para la crítica de la economía política. México: Siglo XXI, 1976. MARX, Karl. Obras fondamentales. México: FCE, 1982. Vol. 1.  MARX, Karl. O capital. v. 1. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988  MARX, Karl. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011.  SANTOS, Boaventura Souza. El milenio huérfano: ensayos para una nueva cultura política. Madrid: Trotta, 2005. 


2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 139-155
Author(s):  
Marta Maria Aragão Maciel

Resumo: O presente texto objetiva uma abordagem, no interior do pensamento de Ernst Bloch (1885/1977), acerca da relação entre marxismo e utopia: um vínculo incomum no interior do marxismo, comumente tido numa oposição inconciliável. Daí a apropriação do termo “herético” em referência ao marxismo do autor alemão: a expressão é usada não em sentido pejorativo, mas apenas para situar seu distanciamento do marxismo vulgar, bem como sua intenção de crítica radical dessa tradição. Aqui entendemos que é, em particular, por meio da relação entre marxismo e utopia que o pensamento de Ernst Bloch aparece como um projeto inelutavelmente político com vistas a uma filosofia da práxis concreta na principal obra do autor: O Princípio esperança (Das Prinzip Hoffnung) [1954/1959]. Neste livro encontramos, com efeito, a tentativa de pensar a atualidade do marxismo para o contexto do século XX, a era das catástrofes, conforme definição do historiador Eric Hobsbawm. Palavras-chave: Marxismo. Utopia. Dialética. Crítica social. Cultura.  Abstract: This paper presents an approach within the thinking of Ernst Bloch (1885/1977) about the relation between Marxism and Utopia: an unusual link within Marxism, commonly held in an irreconcilable opposition. Hence the appropriation of the term "heretical" in reference to the German author's Marxism: the expression is used not in a pejorative sense, but only to situate its distancing from vulgar Marxism, as well as its intention of a radical critique of this tradition. Here we understand that it is particularly through the relationship between Marxism and Utopia that Ernst Bloch's thought appears as an ineluctably political project with a view to a philosophy of concrete praxis in the principal work of the author: The Principle Hope (Das Prinzip Hoffnung) [1954/1959]. In this book we find, in effect, the attempt to think the actuality of Marxism in the context of the age of catastrophe - as defined by Eric Hobsbawm - that is, the long twentieth century that experienced the extreme barbarism of the concentration camp, of which the thinker in question, Jewish and Communist, managed to escape.  Keywords: Marxism. Utopia. Dialectics. Social criticismo. Culture. REFERÊNCIAS   ALBORNOZ, Suzana. O enigma da Esperança: Ernst Bloch e as margens da história do espírito. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.   ALBORNOZ, Suzana. Ética e utopia: ensaio sobre Ernst Bloch. 2ª edição. Porto Alegre: Movimento; Santa Cruz do Sul: EdUSC, 2006.  BICCA, Luiz. Marxismo e liberdade. São Paulo: Loyola, 1987.  BLOCH, Ernst. Filosofia del Rinascimento. Trad. it. de Gabriella Bonacchi e Katia Tannenbaum. Bologna: il Mulino, 1981.     BLOCH, Ernst. Héritage de ce temps. Trad. Jean Lacoste. Paris: Payot, 1978.  BLOCH, Ernst. O Princípio Esperança [1954-1959]. Vol. I.  Trad. br. Nélio Schneider. Rio de Janeiro: EdUERJ; Contraponto, 2005.   BLOCH, Ernst. O Princípio Esperança [1954-1959]. Vol. II. Trad. br. Werner Fuchs. Rio de Janeiro: EdUERJ; Contraponto, 2006.   BLOCH, Ernst. O Princípio Esperança [1954-1959]. Vol. III. Trad. br. Nélio Schneider. Rio de Janeiro: EdUERJ; Contraponto, 2006.  BLOCH, Ernst. Du rêve à l’utopie: Entretiens philosophiques. Textos escolhidos e prefaciados por Arno Münster. Paris: Hermann, 2016.  BLOCH, Ernst. Thomas Münzer, Teólogo da Revolução [1963]. Trad. br. Vamireh Chacon e Celeste Aída Galeão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1973.  BLOCH, Ernst. L’esprit de l’utopie, [1918-1023]. Trad. fr. de Anne Marie Lang e Catherine Tiron-Audard. Paris: Gallimard, 1977.  BLOCH, Ernst. El pensamiento de Hegel. Trad. esp. de Wenceslao Roces. Mexico; Buenos Aires: Fondo de Cultura Economica, 1963.   BOURETZ, Pierre. Testemunhas do futuro: filosofia e messianismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2011, p. 690.  FREUD, Sigmund. 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Disponível em: <www.unicamp.br / cemarx_v_coloquio_arquivos_arquivos /comunicacoes/gt1/sessao6/Antonio_Rufi no.pdf>.  VIEIRA, Antonio Rufino. Marxismo e libertação: estudos sobre Ernst Bloch e Enrique Dussel. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2010.  RAULET, Gérard (Organizador). Utopie - marxisme selon Ernst Bloch: un sistème de l’inconstructible. Paris: Payot, 1976.  ZECCHI, Stefano. Ernest Bloch: Utopia y Esperanza en el Comunismo [1974]. Trad. esp. de Enric Pérez Nadal, Barcellona: Península, 1978.  


Trama ◽  
2018 ◽  
Vol 14 (33) ◽  
pp. 118-129
Author(s):  
Espedito Saraiva MONTEIRO ◽  
Elisangela Alves da Silva SCAFF

Este artigo tem como objetivo analisar o processo de implementação do Programa Mais Educação na rede municipal pública de Dourados-MS, no período compreendido entre 2009 e 2015, com vistas a identificar e discutir a concepção de educação de tempo integral explicitada nesse processo. Para tanto, realizou-se pesquisa qualitativa, tendo como campo empírico as 45 escolas públicas municipais de Dourados – MS, utilizando como instrumento de coleta de dados questionário junto aos integrantes do Programa. Constata-se que a concepção de educação integral presente no Programa Mais Educação está relacionada à ampliação da jornada escolar; consequentemente, tal concepção está em consonância com a proposta preconizada pelo Programa que considera como educação integral, além de outros fatores, a jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias.REFERÊNCIASARROYO, M. O direito a tempos-espaços de um justo e digno viver. In MOLL, J. et al. 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2019 ◽  
Vol 13 (3) ◽  
pp. 827
Author(s):  
João Dos Reis Silva Júnior

The text seeks the understanding of the reform of the state apparatus in Brazil and the resulting reforms of republican institutions and the regulatory processes and control of society in a frightening globalized context. It tries to show economic and political dimensions of the structural changes in the state university, the research and the science of the country, considering the relations center-periphery.ResumoO texto busca o entendimento da reforma do aparelho de Estado no Brasil e das decorrentes reformas das instituições republicanas, bem como os processos de regulação e controle da sociedade, num contexto globalizado assustador. Busca mostrar dimensões econômicas e políticas das mudanças estruturais na universidade estatal, na pesquisa e na ciência do país, considerando as relações centro-periferia.Palavras-chave: Universidade estatal no Brasil atual, Mundialização, Dependência, Subdesenvolvimento.Keywords: State University in current Brazil, Globalization, Dependency, Underdevelopment.ReferencesBRESSER-PEREIRA, Luis Carlos. Crise econômica e reforma do estado no Brasil: para uma nova interpretação da América Latina. São Paulo: Editora 34, 1996.CATANI, Afrânio Mendes; OLIVEIRA, João Ferreira de. Educação superior no Brasil: reestruturação e metamorfose das universidades públicas. Petrópolis (RJ): Vozes, 2002.FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.FURTADO, Celso. A formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia Brasileira de Letras, 2007.HARVEY, David. 17 contradições e o fim do capitalismo. São Paulo, Boitempo Editorial, 2016.LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil e outros escritos: ensaio sobre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. Petrópolis (RJ): Vozes, 2006.MANCEBO, Deise; SILVA JÚNIOR, João dos Reis; SCHUGURENSKY, Daniel. A educação superior no Brasil diante da mundialização do capital. Educação em Revista, v. 32, n. 04, p. 205-225, 2016.MARINI, Ruy Mauro. A dialética da dependência. Tradução de Marcelo Carcanholo e Carlos Eduardo Martins. México: Editora Era, 1973.ROBERTO, Michael Joseph. The Coming of American Behemoth – the origins of fascism in The United States (1920-1940). NYC: Monthly Review Press, 2018.SADER, Emir. Ruy Mauro Marini, intelectual revolucionário. In: MARTINS, Carlos Eduardo; VALENCIA, Adrián Sotelo. América Latina e os desafios da globalização. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio. São Paulo: Boitempo Editorial, 2009.SGUISSARDI, Valdemar; SILVA JÚNIOR, João dos Reis. Trabalho intensificados nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico. São Paulo: Xamã Editora, 2009.SILVA JÚNIOR, João dos Reis; SGUISSARDI, Valdemar. As novas faces da educação superior no Brasil – reforma do Estado e mudança na produção. 2. ed. São Paulo: Cortez; Bragança Paulista: EDUSF, 2001.SILVA JÚNIOR, João dos Reis. Trabalho do professor nas federais: estranhamento e significados. Tese de Livre-docência, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.SILVA JÚNIOR, João dos Reis. The new Brazilian university: a busca por resultados comercializáveis: para quem? Bauru: Projeto Editorial Praxis, 2017.


Author(s):  
Nidilaine Xavier Dias ◽  
Tiago Canelas ◽  
Maria Da Penha Vasconcellos ◽  
Helena Ribeiro

O artigo pretende contribuir para a discussão a respeito da constituição do campo de conhecimento da saúde global e sustentabilidade na América Latina a partir da análise do Programa de Pós-Graduação em Saúde Global e Sustentabilidade da Universidade de São Paulo, incluindo suas bases conceituais, linhas de pesquisa, docentes e estudantes. Fez-se uma pesquisa documental e aplicaram-se questionários aos alunos na web, que foi enviado aos 35 estudantes matriculados no programa entre 2013-2015. Os resultados revelaram características inovadoras e únicas do programa alinhadas ao conceito da América Latina e da Agenda 2030, como a abordagem internacional com base em problemas relacionados à saúde na globalização, fundadas nos princípios da justiça, ética e solidariedade no mundo. A singularidade de atribuir destacada relevância à sustentabilidade, aos determinantes sociais e ambientes e à abordagem interdisciplinar em suas linhas de pesquisa. Outra característica evidente foi o perfil do corpo docente e discente, e a congruência dos temas das pesquisas com problemas globais, do Brasil e da América Latina.


2017 ◽  
Vol 26 (2) ◽  
pp. 207-227
Author(s):  
Alessandra Vannucci

A partir de 1850, após a inauguração de linhas de navegação a vapor com destino aos principais portos latino-americanos, a viagem transatlântica virou produto de consumo. Os gigantescos navios embarcavam todas as classes sociais e todas as profissões – mas aos emigrantes de nacionalidade italiana, na América Latina, era atribuído um especial talento canoro. Na corte carioca, a concorrência no mercado do teatro lírico era tamanha que alimentava torcidas adversárias, a favor ou contra um ou outro intérprete; assim como sustentava uma intensa exploração dos artistas por parte de agentes com dúbia moral. O presente ensaio aborda esse mundo pelo olhar de Giuseppe Banfi, um carpinteiro que desembarcou no Rio de Janeiro em 1857, em plena febre lírica, sendo logo contratado como corista do Teatro Lírico Fluminense e como solista em igrejas. Depois de ter seus pertences roubados, ele empreende uma fabulosa jornada pelo interior do Brasil, atravessando os estados de Minas Gerais e São Paulo, subindo montanhas, traspondo rios e vagando na selva até chegar a Curitiba, após três meses de viagem. Já de volta à Itália, ele narrou as suas aventuras em um diário. Entre relato de viagem e romance de formação, seu registro pode ser lido como libelo de tolerância em que é encenado o encontro entre índios gentis e bárbaros europeus, perdidos nas mais extremas regiões do continente americano. A música, por ser linguagem que potencializa a alteridade, é tática essencial desse surpreendente diálogo intercultural.


2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 65-78
Author(s):  
Regina Kohlrausch ◽  
Maria Edilene de Paula Kobolt

O presente artigo volta-se para a análise da obra Chicas muertas (2014), de Selva Almada, visando mostrar de que maneira se cumpre a função social da arte, conforme Candido (2000), na voz dessa escritora argentina e também indicar como exemplo do processo de ocupação de espaço pela mulher no universo literário. Apresentam-se ainda dados biográficos situando-a também como mulher que se inclui na própria obra ficcional. Palavras-chave: Autoria feminina. Selva Almada. Chicas muertas. Referências ALMADA, Selva. Biografia. Disponível em: https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=3049 . Acesso em: 08 out 2018. ALMADA, S. Chicas muertas. Youtube, 13 nov. 2015. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=LBpESnvgTHk&t=28s>. Acesso em: 08 jun.19 BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: a experiência vivida. Tradução Sérgio Milliet. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967. Disponível em: <http://brasil.indymedia.org/media/2008/01/409680.pdf>. Acesso em: 08 out. 2018. 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2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 39-51
Author(s):  
Angélica Lima Melo ◽  
Amanda Gomes Pereira

Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma breve discussão sobre o conceito emancipação humana, numa trajetória perpassada por influências teóricas e metodológicas que contribuíram para a construção do pensamento de Karl Marx. Nele, foi feita uma revisão literária contida nas obras de 1843 e 1844, Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, Para a Questão Judaica, Introdução a Crítica da Filosofia do Direito, Glosas Críticas Marginais e a obra O Jovem Marx 1843-1844: as origens da ontologia do Ser Social. O intuito é estabelecer um debate acerca das relações e diálogos teóricos iniciais do pensamento do autor que fazem emergir suas análises sobre a condição humana e o materialismo histórico. Para tal, recorre-se aos estudos já realizados pelos jovens hegelianos, suas influências intelectuais, em especial, Feuerbach.  Em 1844, Marx conhece Engels e juntos tornaram-se adeptos ao socialismo, a pesquisa de Marx ganha uma modificação teórica e material, o autor percebe que a democracia não seria capaz de remodelar a história social alemã, acredita que emancipação deve conter um aspecto “real”, nesse momento ele visualiza o papel do proletariado como elemento indispensável no processo de revolução social, o socialismo contribuiria para a concretização da emancipação humana.  Palavras-chave: Emancipação. Materialismo Histórico. Proletariado. Democracia. Socialismo. Revolução social.  Abstract: This work aims to make a brief discussion about the concept of human emancipation, in a trajectory pervaded by theoretical and methodological influences that contributed to the construction of the Karl Marx thought, accompanying the literary revision contained in the works of 1843 and 1844, Critique of Philosophy of Hegel's Right for the Jewish Question, Introduction to the Critique of the Philosophy of Law, Marginal Critical Glosas, and The Young Marx 1843-1844: The Origins of the Ontology of Social Being. In 1843 Marx understands that democracy could modify Germany's social reality by contributing to the process of emancipation, in this endeavor, resorts to the studies already carried out by young Hegelians their intellectual influences, especially Feuerbach. In 1844 Marx met Engels and together became adherents to socialism, Marx's research gains a theoretical and material change, the author realizes that democracy would not be able to reshape German social history, believes that emancipation must contain a "real" "At that moment he envisions the proletarian figure as an indispensable element in the process of social revolution, socialism would contribute to the realization of human emancipation.  Keywords: Emancipation. Historical Materialism. Proletariat. Democracy. Socialism. Social revolution.  REFERÊNCIAS  BETTOMORE, Tom. Dicionário do Pensamento Marxista. Tradução Waltensir Dutra. Rio de Janeiro; Zahar, 2013. Disponível em<http://www.4shared.com/office/CDqABj5G/dicionrio-do-pensamentomarxis.html>. Acesso em 19 de setembro de 2015.   FREDERICO, Celso. O jovem Marx (1843-1844): As origens da ontologia do ser social 2.ed.. São Paulo: Expressão Popular, 2009.  MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. Tradução Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo, 2004.  MARX, K.; ENGELS, F. A sagrada família. Tradução de Marcelo Bakes. São Paulo: Boitempo, 2003.  MARX, Karl. O Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 1998.  MARX, K. Glosas críticas marginais ao artigo "O rei da Prússia e a reforma social". De um Prussiano, Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Londrina, v. 3, n. 1, p. 142155, fev. 2011.  Disponível em        html: <http://www.marxists.org/portugues/marx/1844/08/07.htm>.  Acesso em fevereiro de 2016.  MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Introdução de Jacob Gorender e Ttradução de Luis Claudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.  MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. Tradução de Rubens Enderle e Leonardo de Deus. 2.ed. São Paulo: Boitempo, 2010.  MARX, Karl. Sobre a questão judaica. São Paulo: Boitempo, 2010.  KARL, Marx. Para a crítica da filosofia do direito de Hegel. Tradução Artur Morão. Covilhã, Lusofia, 2008. Disponível em:  <https://www.google.com.br/search?q=KARL%2C+Marx.+Para+a+crítica+da+filosofia +do+direito+de+Hegel.+Tradução+Artur+Morão.+Covilhã%2C+Lusofia%2C+2008>. Acesso em outubro de 2015 às 14h00min.  MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007  MARX, Karl. A Questão Judaica. São Paulo: Centauro, 2005.NETTO, José Paulo. Marxismo impenitente: contribuição à história das idéias marxistas. São Paulo: Cortez, 2004.   SIQUEIRA, Sandra M. M.; PEREIRA, Francisco. Aspectos da vida e da obra de Marx e Engels . Salvador-BA: Lemarx, 2011. Disponível em: <https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chromeinstant&ion=1&espv=2&ie=UTF8#q=refer%C3%AAncia+Aspectos+da+vida+ea+obra+de+Marx+e+Engels+Sandra+M .+M.+Siqueira+e+Francisco+Pereira+Lemarx,+2011>. Acesso em dezembro de 2015.  TONET, Ivo. A propósito de “Glosas Críticas”. São Paulo: Expressão Popular, 2010.  TONET, Ivo. A propósito de “glosas críticas”. In: MARX, Karl. Glosas críticas marginais ao artigo “O rei da Prússia e a reforma de social” de um prussiano. São Paulo: Expressão Popular, 2010. 


1999 ◽  
Vol 23 ◽  
Author(s):  
Colin M. Lewis

Já se passaram 30 anos desde a publicação do seminal estudo sobre São Paulo de DEAN (1969). Esse trabalho desafiou uma afirmativa chave no paradigma – estruturalista – que dominava grande parte dos escritos sobre ciências sociais e sobre a história da América Latina. Ele também lançou dúvidas sobre aspectos igualmente centrais da abordagem que viria a se tonar ascendente, a dependentista, uma escola descrita como “histórico-estruturalista” (FISHLOW, 1988). Para os estudiosos baseados nas tradições cepalina e dependentista inicial, era uma verdade amplamente estabelecida que a industrialização da América Latina foi deflagrada pela crise mundial dos anos 30. O “modelo” pré-1929 (ou pré-1914) de crescimento liderado pelas exportações era apresentado como frustrando a industrialização ou como sendo contrário ao desenvolvimento (deve ser relembrado que, nesse tempo, a industrialização e o desenvolvimento eram entendidos como virtualmente sendo a mesma coisa). DEAN refutou esta ortodoxia, no mínimo no caso de São Paulo. Ele demonstrou que a atividade no setor manufatureiro era mais dinâmica durante os períodos de flutuações das exportações. Com a derrocada do estruturalismo e da dependência, amplamente preditos por seus críticos, teria a tese de DEAN sobre industrialização finalmente sido reivindicada? Este ensaio examinará como a historiografia sobre a industrialização da América Latina tem evoluído nas últimas três décadas. Ele avaliará os principais rumos das pesquisas, refletindo até onde o caminho aberto por DEAN tem sido seguido por outros. Ele também identificará o que precisa ser feito: quais são os hiatos na literatura, e onde se encontram. Abstract It is now thirty years since the publication of the seminal study on São Paulo by DEAN (1969). That work challenged a key assertion in the prevailing paradigm – structuralism – then dominating much social science and historical writing on Latin America. It also cast doubt on similarly central aspects of the soon-to-be ascendant dependista approach, a school described as historico-structuralism (FISHLOW, 1988). For scholars rooted in cepalista and early dependency traditions, it was a truth widely-held that Latin American industrialisation was triggered by the world crisis of the 1930s. The pre-1929 (or pre-1914) “model” of export-led growth was variously presented as frustrating industrialisation or inimical to development. (It must be remembered that, at the time, industrialisation and development were held to be virtually one and the same). DEAN refuted this orthodoxy, at least in the case of São Paulo. He demonstrated that activity in the manufacturing sector was most dynamic during periods of export buoyancy. With the demise of structuralism and dependency widely predicted by their critics, has the DEAN thesis on industrialisation finally been vindicated? This essay will examine how the historiography on modern Latin American industrialisation has evolved over the last three decades. It will appraise the principal directions in research, reflecting on the extent to which the route pioneered by DEAN has been followed by others. It will also identify what needs to be done: where and what are the gaps in the literature?


2019 ◽  
Vol 46 (3) ◽  
pp. 102-113 ◽  
Author(s):  
Rasem Bisharat

The Palestinian diaspora and Arab communities in Latin America, especially in Brazil, have contributed significantly to the Palestinian cause in Latin America. The convergence between these communities and union and left parties encouraged the left to include the Palestinian cause on its agenda. Brazil may be considered a model in this respect because of the influence of its Partido dos Trabalhadores (Workers’ Party—PT), which led the Latin American left after the founding of the São Paulo Forum in 1992. The Palestinian community has an even greater role to play today, the more so since the PT’s exclusion from power favors Israel at the expense of the Palestinian cause. A diáspora palestina e as comunidades árabes na América Latina, especialmente no Brasil, teem contribuído significativamente para a causa palestina na América Latina. A convergência entre essas comunidades, sindicatos e partidos de esquerda levou a esquerda a incluir a causa palestina em sua agenda. O Brasil pode ser considerado um modelo nesse aspecto devido à influência do Partido dos Trabalhadores (PT), que liderou a esquerda latino-americana após a fundação do Fórum de São Paulo em 1992. A comunidade palestina tem uma relevância ainda maior já que a perda de poder do PT favorece Israel em detrimento da causa palestina.


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