Gloria Anzaldúa em Borderlands/La Frontera: língua, identidade, cotidiano
O contexto histórico-cultural e literário de grande produtividade nos Estados Unidos tem fomentado intensivamente as literaturas imigrantes e de identidades em trânsito que proporcionou a criação de uma obra como Borderlands/La Frontera: the new mestiza (1987), de Gloria Evangelina Anzaldúa, dando ensejo ao surgimento de um rótulo em particular - o de literatura chicana - resultante do solo cultural da fronteira México- Estados Unidos. O objetivo principal deste artigo é analisar Borderlands/La Frontera em sua 4ª edição (2012), comemorativa dos vinte e cinco anos de sua publicação, nos aspectos de língua, identidade e cotidiano, representantes de um contexto sociocultural que ultrapassa aquela demarcação, chegando à realidade da América Latina, e por extensão, àqueles que vivem o entre-lugar fronteiriço. Em diálogo com as reflexões de Mignolo (2003) e Santiago (2000) observa-se que a autohistoria da chicana Gloria Anzaldúa materializa-se nas histórias de muitos outros que reinvindicam o direito ao grito.