scholarly journals ENTRE O IMPOSSÍVEL E O IMPROVÁVEL

2019 ◽  
Vol 3 (1) ◽  
pp. 40-49
Author(s):  
Rafael Petta Daud ◽  
Luiz Antônio Calmon Nabuco Lastória

O presente estudo teórico apresenta uma incursão nas relações de antagonismo derivadas a partir da análise de comparação levada a cabo com base em dois textos que, sobre o tema da moral, vieram a público praticamente à mesma época: O Juízo Moral da Criança, publicado por Jean Piaget em 1932, e Materialismo e Moral, datado por 1933 e de autoria de Max Horkheimer. Para isso, tomamos como referencial à comparação pretendida o modo com o qual ambos autores indicam se posicionar acerca da possibilidade ou não da realização da moral idealizada à luz dos imperativos categóricos de Immanuel Kant. Neste ínterim, após situarmos algumas noções gerais sobre o psiquismo humano e as diagnoses sociais que remetem, respectivamente, às concepções formuladas pelo pensador genebrino e pelo teórico frankfurtiano, concluímos que a autonomia moral kantiana se apresenta como impossível – conforme Horkheimer – ou como improvável – de acordo com Piaget.

Author(s):  
Diandra Dal Sent MACHADO (UFRGS)
Keyword(s):  

O presente artigo apresenta as influências de Jean-Jacques Rousseau e de Immanuel Kant sobre o pensamento de Jean Piaget. No campo epistêmico, o posicionamento de Piaget diz respeito, sobretudo, à defesa da ideia de que o ser humano se constrói como sujeito cognoscente, isto é, como alguém capaz de conhecer. Ele propõe que existe um desenvolvimento do sujeito cognoscente e esse desenvolvimento está atrelado ao movimento de interação. Neste artigo, defende-se a Epistemologia Genética de Piaget como um kantismo evolutivo, ao passo que propõe o sujeito como capaz de modificar suas estruturas cognitivas conforme sua própria atividade. Nesse mesmo sentido, faz-se também a defesa de que o kantismo evolutivo de Piaget só se fez possível como herdeiro do pensamento de Rousseau, sobretudo quanto à ideia de desenvolvimento da razão.


2018 ◽  
Vol 67 ◽  
pp. 41-60
Author(s):  
Andrés Buriticá

En este texto se presenta una propuesta sobre cómo comprender la cognición off-line o no situada a partir de la noción de esquema corporal. Se expone qué es un esquema corporal y cómo, a partir de Jean Piaget, Maurice Merleau-Ponty, Shaun Gallagher e Immanuel Kant, se puede ofrecer una noción de esquema corporal o esquema sensoriomotriz desde la cual marcar una ruta de investigación que permita responder a una crítica al enfoque enactivo de la mente, a saber, si este enfoque sostiene que la cognición es situada, ¿cómo puede el enactivismo dar cuenta de los casos de la cognición que no es situada?


Author(s):  
Caio Ferrari de Castro Melo
Keyword(s):  

Esse trabalho investiga a questão da recepção do conceito kantiano de Aufklärung por Theodor W. Adorno e Max Horkheimer em sua obra Dialética do Esclarecimento. Tem-se como objeto o conceito de esclarecimento e a problemática a ser desenvolvida se restringe ao modo como foi incorporado o conceito kantiano de esclarecimento por Adorno e Horkheimer, seu sentido e alcance, suas continuidades e descontinuidades em relação ao que foi teorizado por Immanuel Kant. Chegamos à conclusão de que, apesar das semelhanças entre como o conceito é empregado pelos autores, Adorno e Horkheimer mobilizam o conceito de esclarecimento contrapondo-o ao seu desenvolvimento histórico.


Author(s):  
Vicente Eduardo Ribeiro Marçal ◽  
Ricardo Pereira Tassinari
Keyword(s):  
A Priori ◽  

Neste artigo, discutimos a questão do caráter a priori das estruturas necessárias ao conhe-cimento, segundo a Epistemologia Genética, centrando-nos, em especial, na noção de espaço. Nesse sentido: estabelecemos algumas relações entre a Epistemologia Genética de Jean Piaget e a Filosofia Crítica de Immanuel Kant; discutimos a noção de a priori, segundo Kant, em especial, em relação à noção de espaço; e, em seguida, discutimos a construção da noção de espaço pelo sujeito epistêmico, segundo a Epistemologia Genética, centrando-nos no Período Sensório-Motor. Concluímos que, na Epistemologia Genética, o espaço é ainda pensado como forma a priori dos fenômenos, no sentido de que a noção de espaço é quem organiza espacialmente os dados da percepção, sendo, pois condição da percepção; que a noção de espaço não é diretamente abstraída da experiência, mas construída pelo sujeito epistêmico na sua interação com o meio, em termos de estruturação de seu sistema de esquemas de ação; esta análise leva a noção de a priori construído, que, após sua construção, tem as características do a priori, como concebido por Kant.


2020 ◽  
Vol 68 (5) ◽  
pp. 659-688
Author(s):  
Herta Nagl-Docekal

Abstract “What we call meaning is bound to vanish”: Under this heading, an interview with Max Horkheimer was published in Der Spiegel (Jan 5, 1970). Revisiting this interview, the article focuses on Horkheimer’s thesis that human beings share the “longing that the injustice which characterizes the world must not be the final word”. It examines the extent to which Horkheimer’s notion of the “desire for the totally other” may be inspired by Kant’s claim that religion is grounded in the “need of practical reason”. A further topic of discussion is Horkheimer’s critical assessment concerning current tendencies toward a “total administration of the world” that may ultimately “reduce thinking to the level of industrial processes”. Relating this critique to Kant’s reflections on the “unbelief of reason (Vernunftunglaube)”, which is based on “the maxim of reason’s independence of its own need”, the article raises the question of Horkheimer’s significance today: What relevance does Horkheimer’s method of casting doubt on any “politics that is not based on theology, metaphysics and, of course, morality” have for today’s discourse on such matters? In this context a brief glance is cast at Jürgen Habermas’s post-metaphysical reading of Horkheimer’s “negative theology”. Die Forschung zu diesem Beitrag wurde durch das Russian Academic Excellence Project at the Immanuel Kant Baltic Federal University unterstützt.


2011 ◽  
Vol 16 (31) ◽  
pp. 219-238
Author(s):  
Heinz-Hermann Krüger ◽  
Anne Schippling

O presente artigo apresenta o desenvolvimento da Ciência Crítica da Educação (Kritische Erziehungswissenschaft) a partir do final dos anos sessenta do século passado. Tal percurso não foi uma evolução simples, ocorreu em várias etapas e passou por diversas mudanças determinadas por diferentes autores e discussões teóricas no contexto tradicional da Teoria Crítica. Entre os fundadores do programa original da Ciência Crítica da Educação na Alemanha encontram-se Herwig Blankertz, Klaus Mollenhauer e Wolfgang Klafki. As primeiras abordagens partiram da auto-crítica da Pedagogia das Ciências Humanas (Geisteswissenschaftliche Pädagogik) e dos trabalhos teórico-científicos de Jürgen Habermas. Durante as décadas de setenta e oitenta do século passado, foram desenvolvidas algumas novas variantes teóricas da Ciência Crítica da Educação, que tinham como referência alguns trabalhos de Habermas, mas também incluíram outros aportes, como a teoria da comunicação de Paul Watzlawick et al., o Interacionismo Simbólico de George Herbert Mead, as teorias cognitivas de Jean Piaget e de Lawrence Kohlberg. Desde os fins dos anos oitenta do século passado, a Ciência Crítica da Educação é fortemente influenciada pelos escritos cépticos de Max Horkheimer e Theodor W. Adorno, do que resulta uma nova orientação que funda os alicerces da Ciência Reflexiva da Educação (Reflexive Erziehungswissenschaft). O artigo conclui que o conceito de Ciência Reflexiva da Educação, no contexto atual, parte da premissa de que a Ciência Crítica da Educação apenas se sustenta como ciência reflexiva e interdisciplinarmente orientada.


Author(s):  
Wilson Levy Braga da Silva Neto

O presente trabalho pretende apresentar uma análise sobre os conceitos de esfera pública e democracia no pensamento de Jürgen Habermas, a partir de fragmentos da obra do autor. Os objetivos são, na ordem: 1. Retomar as principais fontes do pensamento habermasiano, em especial Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Immanuel Kant, de forma a dispô-lo numa perspectiva cronológica; 2. Destacar a evolução dos conceitos de esfera pública e democracia, a partir da ordenação temporal da produção de Habermas; 3. Apresentar a atualização desses conceitos, em Habermas e em outros autores em face das revoluções tecnológicas e sociais. A metodologia adotada será a pesquisa bibliográfica, em especial de textos dos pensadores mencionados e seus comentadores. Espera-se, como resultado, explicitar as relações propostas no título, além de contribuir tanto com trabalhos da linha de pesquisa Democracia, Justiça e Direitos Humanos – Estudos de Teoria Crítica, quanto na consecução do trabalho de pesquisa relacionado ao projeto de iniciação científica do autor, intitulado “O Conceito de Democracia no pensamento de Jürgen Habermas: apontamentos para uma crítica da democracia brasileira contemporânea”.


Idéias ◽  
2012 ◽  
Vol 3 (1) ◽  
pp. 73
Author(s):  
Rodrigo Antonio de Paiva Duarte

A interpretação filosófica da cultura e da estética constitui o quarto tema abordado no dossiê. Em “A estética e a discussão sobre indústria cultural no Brasil”, Rodrigo Duarte apresenta uma caracterização das transformações sofridas pela filosofia da arte ou estética desde a Crítica da faculdade do juízo, de Immanuel Kant – obra central para a ideia da arte como autônoma –, até a crítica radical realizada por Max Horkheimer e Theodor Adorno, na Dialética do Esclarecimento, à indústria cultural como dominação da produção artística por uma lógica mercantil e massificadora. A partir dessa caracterização da trajetória da estética filosófica no contexto europeu, o autor analisa o movimento correspondente em solo brasileiro, destacando tanto a própria difusão dos meios de comunicação de massa no Brasil quanto o estabelecimento e a diversificação da produção acadêmica crítica sobre o tema, e chega à conclusão de que a compreensão crítica dos fenômenos de cultura de massa se deu no Brasil concomitantemente à consolidação da recepção da teoria crítica da sociedade (tal como concebida por Horkheimer e Adorno) em nosso país.


2015 ◽  
Vol 8 (1) ◽  
Author(s):  
Bernadétte Beber ◽  
Simoni Urnau Bonfiglio ◽  
Eduardo Da Silva

O presente artigo decorre dos estudos desenvolvidos sobre os temas Epistemologia e Ciência no Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPEGC/UFSC). O objetivo deste artigo é descrever a visão epistemológica sobre ‘verdade’ defendida por Howard Gardner (1943), em sua relação com as ideias de Immanuel Kant (1724-1804) e Jean Piaget (1896-1980). Trata-se, portanto, do conceito de verdade e da ideia de verdadeiro sob uma ótica científica que, entretanto, é constituída através das relações intrapessoais e interpessoais, porque essas interferem e contribuem no estabelecimento de conceitos ou ideias. De modo intrínseco, o sujeito constrói seu conceito de verdade, sendo que essa construção é mediada por interferências externas, decorrentes da mídia e de outros setores da sociedade. A elaboração do conhecimento ocorre pela reconstrução da verdade, levando-se em conta o desenvolvimento das percepções e as diferenças relacionadas à forma significativa, com a qual o sujeito cognoscente configura o mundo.


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