UMA LEITURA ESPINOSISTA EM JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Este trabalho objetiva analisar o poema O cão sem plumas, de João Cabral de Melo Neto (1994), tendo em vista as conceituações do filósofo Espinosa, expostas em uma de suas principais obras - Ética (2009) -, bem como as análises de Gilles Deleuze (2002), fundamentadas no livro Espinosa: filosofia prática. Para tanto, elegemos os seguintes objetivos específicos: evidenciar, na perspectiva das afecções, a possível relação de decomposição desencadeada às margens do rio-personagem descrito no poema, assim como caracterizar o modo de vida denunciado nos versos apresentados, por meio do enfoque das paixões e de suas relações com a imagem-palavra rio. Dessa forma, este estudo segue, de acordo com Chizzotti (2005) e Bardin (1977), os parâmetros da pesquisa qualitativa ao aplicar a Análise de Conteúdo como ferramenta de análise. Além disso, apropria-se dos fundamentos da Literatura Comparada (CARVALHAL, 2006), aliando discussões filosóficas a abordagens literárias. Em síntese, há, nesta composição acadêmica, a apresentação das figurações existentes no texto de João Cabral relacionadas às formulações espinosistas sobre o padecimento do(s) corpo(s).