Que potências as imagens tem quando descoladas do desejo de representar, explicar, apresentar um real pré-existente? Quando as imagens não desejam mais desvelar verdades, que forças intensivas ganham? O artigo passeia por obras de artistas que, por meio da criação fotográfica, oferecem ao mundo imagens que desequilibram os modos de ver e de pensar a visão e a percepção. Obras que desafiam ordens visuais e enveredam-nos para o não-dito, não percebido e irrepresentável. Diante do excesso de imagens e do esgotamento das possibilidades de absorção do mundo pelas imagens as obras de Miguel Rio Branco, Claudia Andujar, Moisés Patrício e Cao Guimarães criam vazios por onde vazam sensações. Com Peter Pal Pelbart e Gilles Deleuze, a criação artística é pensada (e vivida) como quebra dos automatismos da percepção, como janelas a outros modos de encontro e criação com o mundo.
PALAVRAS-CHAVE: Fotografia; visualidade; Gilles Deleuze.
ABSTRACT
What forces do images have when they are detached from a desire of representing, explaining, presenting a preexisting real? When the images no longer tend to reveal truths, what intensive forces do they gain? This article presents the works of artists who offer the world, through photographic creation, images that unbalance the ways we see and think of vision and perception. These works defy visual orders and move us toward the unspoken, unperceived and unrepresentable. Faced with the excess of images and the exhaustion of the possibilities of absorption of the world by the images, the works of Miguel Rio Branco, Claudia Andujar, Moisés Patrício and Cao Guimarães create voids through which sensations leak. With Peter Pal Pelbart and Gilles Deleuze, artistic creation is thought of (and lived) as a break from the automatisms of perception, as windows to other kinds of world encounters and creations.
KEYWORDS: Photography; visuality; Gilles Deleuze.
RESUMEN
¿Qué poderes tienen las imágenes cuando se separan del deseo de representar, explicar, presentar una verdad pre-existente? Cuando las imágenes no desean revelar más verdades ¿que fuerzas ganan? El texto trata de obras de artistas que, a través de la creación fotográfica, ofrecen al mundo imágenes que cuestionan las formas tradicionales de ver y pensar la visión y la percepción. Obras que desafían el orden visual y perceptivo y que nos llevan a lo no-dicho, lo no representable. Ante el exceso de imágenes y el agotamiento de las posibilidades de absorber el mundo a través de ellas, las obras de Miguel Rio Branco, Claudia Andujar, Moises Patrício e Cao Guimarães abren un vacío donde residen sensaciones inauditas. Junto a Peter Pal Pelbart y Gilles Deleuze, la creación artística es pensada (y vivida) como quiebra del automatismo de la percepción, como ventanas a otros modos de encuentro y creación con el mundo.
PALABRAS CLAVE: Fotografía;, visualidad; Gilles Deleuze.