Fragmentos de tempos e espaços
Neste artigo, analisamos as obras de Gordon Matta-Clark e Michael Wesely a partir de uma visualidade fragmentada que teve início na relação do sujeito com a câmera escura. Com base nessa visão descontínua e instável do observador, conceituada e relatada por Jonathan Crary, investigamos de que maneira os dois artistas se utilizam da fotografia como uma forma de desagregação dos limites que se estabelecem entre passado e presente, de modo que espaço e tempo tornam-se indeterminados. Utilizamo-nos, assim, das leituras de Walter Benjamin, Maurice Blanchot e Jacques Derrida sobre a ruína, para estudar como a imagem fotográfica se afirma como configurações dilaceradas, ao se oferecer, por meio de sobreposições, ramificações e excessos, como representações obliteradas e incompletas.