scholarly journals Repetições e rupturas entre a ruas e a cena: Um estudo de caso sobre a performatividade de gênero para o espetáculo Sofia -35

2021 ◽  
Vol 2 (14) ◽  
pp. 103-121
Author(s):  
Cleilson Queiroz Lopes

Este artigo busca perceber como os atos performativos se articulam na crítica de John Langshaw Austin sobre a linguagem. Analiso como esta teoria vem se modificando a partir do pensamento de Jacques Derrida, considerando como ambos, em suas convergências e divergências, foram imprescindíveis para a teorização de Judith Butler sobre a performatividade de gênero. Examino a partir da pesquisa-ação, como a arte, o teatro e a performance servem cada vez mais para as analogias, contrapontos e articulações da performatividade na ação da humanidade, na literatura e na representação cotidiana. Por fim, relaciono de que maneira a performatividade está presente na concepção dramatúrgica do espetáculo Sofia -35. Constato que a repetição é uma forma de sustentar alguns tipos de opressão, mas também de redirecionar o peso do passado; que a identidade é um instrumento de regime regulatório; que a heterossexualidade compulsória como original desarticula os direitos da comunidade LGBTIQ, ferindo-nos incansavelmente e que o espetáculo Sofia -35 é um projeto onde a estética autobiográfica ajuda a questionar repetições, padrões, experiências reconfiguradas para a cena e a possibilidade de uma escita performativa, plural, que cria novos significantes e possibilidades narrativas. Palavras-chave: performatividade, teatro, dramaturgia, autobiografia.

Somatechnics ◽  
2014 ◽  
Vol 4 (1) ◽  
pp. 9-38
Author(s):  
Michael O'Rourke ◽  
Kamillea Aghtan

This pair of texts, article and response – a performance poem of sorts – focuses on the sexual and textual erotics which circulate in the texts written by Jacques Derrida and Hélène Cixous for and about each other. It is based on Michael O'Rourke's ‘The Divivacities of Cixous and Derrida’, a keynote lecture delivered at the Bodies in Movement conference at Edinburgh in May of 2011 and Kamillea Aghtan's response to O'Rourke. It seeks to discuss the textual intimacies of Hélène Cixous, Jacques Derrida (and by reflection Michael O'Rourke and Kamillea Aghtan) and the various sensual bodies of text created between them. As O'Rourke enfolds his textual subjects, Aghtan repositions O'Rourke's conception of textual friendship and love in terms of her response and, by doing so, suggests a new kind of (un)balanced relationship in its writing, the creation of different amalgams and further bodies of text that are thoroughly contingent, multiplying and obstinately open-ended.


2018 ◽  
Vol 13 (20) ◽  
Author(s):  
Diego Lock Farina

Publicada originalmente na coleção “La philosophie en effet”, da prestigiada editora Galilée, na França em 2015, com o título Demande. Philosophie, littérature, a coletânea de textos de Jean-Luc Nancy, inédita enquanto tal e organizada por Ginette Michaud, professora da Universidade de Montreal, chega ao Brasil devido à iniciativa em parceria entre a editora da UFSC e a editora Argos, da Unochapecó. Nancy (1940-), professor emérito da Universidade de Estrasburgo, é certamente um dos filósofos mais conceituados no universo acadêmico atual, ao lado de Alain Badiou, Hélène Cixous, Judith Butler, Giorgio Agamben e Jacques Rancière. Seu destaque se dá sobretudo em função das contribuições acerca do político e da democracia, da obra em conjunto com Philippe Lacoue-Labarthe, de seus escritos sobre Jacques Derrida e da preocupação constante em relacionar a arte de maneira geral com o pensamento filosófico. Sua produção, entretanto, é ainda pouquíssimo traduzida no Brasil. Na tarefa de suprir essa falta, Demanda: Literatura e Filosofia (365 p.) reúne textos de 1977 a 2015, disponíveis até então somente em periódicos ou resultantes de conferências e entrevistas, dando mostras da trajetória do autor no que concerne o debate entre o aproveitamento da literatura e do modo singular (a singularidade para Nancy é sempre uma singularidade plural) com que ela convoca a filosofia para um pensamento conjunto, crítico e afectante a respeito da vida, da atividade política e dos sentidos nas suas concepções mais amplas.


2017 ◽  
Vol 110 ◽  
pp. 95-106
Author(s):  
Adam Sulikowski

CONSTITUTIONALISM AND THE „REVENGE OF POSTMODERNISM”The main purpose of this article is to discuss the current situation of constitutional discourse as aresult of „Revenge of postmodernism”. This „Revenge” shows itself in taking over the methods of the leftist critique of democratic institutions by the radical right. This „Barbarization” of subtle methods of left-wing criticism leads to far-reaching consequences unforeseen by its founding fathers — Michel Foucault, Jacques Derrida or Judith Butler. The author, using various theories formulated by Chantal Mouffe, Ernesto Laclau and Artur Kozak, seeks to explain this phenomenon and to show its implications for the future evolution of the constitutional discourse.


Author(s):  
John Scholar

Chapter 3, continuing Chapter 2’s intellectual history of the impression, begins by exploring British aestheticism and its roots in Kant and romanticism (Walter Pater, Oscar Wilde, Immanuel Kant, Samuel Taylor Coleridge, William Wordsworth). It then turns to twentieth-century theories of performativity, which, it argues, combine elements of the empiricist and the aesthetic (J. L. Austin, Jacques Derrida, Paul de Man, Judith Butler, J. Hillis Miller). James followed Pater in resurrecting the ‘impression’. Pater found in Hume’s impression a role for the imagination at the heart of consciousness. But the interpretive excesses of James’s protagonists’ cognitive impressions must also be understood alongside the more flamboyant aestheticism of Pater’s disciple Wilde, and his ‘critic as artist’. The most active of James’s impressions, however, are performative: they are impressions made, not received. Performativity helps frame an account of the impression that encompasses both the receiving and making of impressions, and the confusion between the two.


2018 ◽  
Vol 41 (4) ◽  
pp. 205-222
Author(s):  
Naím Garnica

Resumen El objetivo general del trabajo es analizar las influencias y recepciones del post-estructuralismo en las lecturas de Judith Butler y sólo algunas derivaciones en el pensamiento de Paul B. Preciado. A partir de este rastreo se pueden establecer las críticas de la teoría queer al feminismo a través de las imágenes y textualidades que propone el arte. La hipótesis general del trabajo supone que, a partir de la recepción del postestructuralismo en los análisis de Butler y Preciado, se podría reconocer en la estética la capacidad crítica y política que las teorías de la identidad sexual pretenden lograr. A los efectos de identificar estos legados nos detendremos en reconocer los aportes de Jacques Derrida en la obra de estxs autorxs. Para finalizar dejamos planteadas algunas críticas que podrían advertir sobre los posibles límites en el plano de la estética de las teorías de género.


2020 ◽  
Vol 2020 (55) ◽  
pp. 212-225
Author(s):  
Marcin Sanakiewicz

Judith Butler, an American philosopher and performance theorist, sees the transformations of public sphere and democracy in the possibilities of making visible the human bodies. Butler interprets a performance as a setting boundary for belonging to a community. Public appearance requires the existence of the body and media technologies. In this way, the performative nature of political activities acquires the characteristics of biopower, according to Michel Foucault: control over the coupling of social and biological existence of man, taking into account his public visibility. Politics, by merging with what is media, obtains a performative (discursive/event) character.


Author(s):  
Miriam Leite

Os movimentos de ocupação urbana ocorridos em diversas partes do mundo desde o início desta década foram, com frequência, associados à juventude. No entanto, o termo juventude é reconhecidamente pouco preciso quanto à idade que refere: estariam aqueles que frequentam os anos finais do ensino fundamental incluídos nesse reconhecimento de agência política? No contexto da greve docente da rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro, em 2013, realizamos entrevistas com professoras que participaram desse movimento, considerando que suas narrativas poderiam trazer notícias desse reconhecimento (ou não reconhecimento). Em diálogo com teorizações de Jacques Derrida, Judith Butler e Leonor Arfuch, discutimos sobre os textos produzidos nesses encontros, a partir das noções de performatividade,iteração, interpelação e entrevista narrativa. Assinalamos, nessa leitura, além da já suposta potência da interpelação docente, a força da própria cidade no favorecimento ou obstaculização da agência política desses jovens mais jovens.


Cadernos Pagu ◽  
2021 ◽  
Author(s):  
Rarielle Rodrigues Lima ◽  
Marília Milhomem Moscoso Maia ◽  
Sandra Maria Nascimento Sousa

Resumo Este artigo tem por objetivo refletir sobre as compreensões de gênero/sexualidade de professores (as) de uma escola pública estadual do município de Pio XII, no estado do Maranhão, em especial, o material construído em 2015 a partir do caderno de campo e rodas de conversa, referente à formação pedagógica ocorrida no mês de abril do mesmo ano. A partir das contribuições de Judith Butler (2015), Michel Foucault (2004; 2005) e Jacques Derrida (2004; 2015), problematiza-se o entendimento sobre a categoria gênero/sexualidade apresentada durante a formação pedagógica, em uma perspectiva pós-estruturalista.


2021 ◽  
Vol 29 (3) ◽  
Author(s):  
Djenifer Samantha Marx ◽  
Mériti de Souza ◽  
Raquel de Barros Pinto Miguel ◽  
Rayza Alexandra A. Francisco

Resumo: Neste trabalho, propomos um exercício de leitura do filme Meu Nome é Ray (THREE Generations, Gaby Dellal, 2015), questionando a relação da identidade e do binarismo sexualidade/gênero. O filme aborda o processo de transição de gênero do adolescente Ray. Utilizamos a desconstrução como referência analítica conforme posta por Jacques Derrida, entendida como o esforço de problematizar os modos hegemônicos de produção subjetiva considerando os movimentos de reversão e de deslocamento. O objetivo é problematizar a constituição do corpo e do gênero como atravessados pelos modos de subjetivação dominantes, além de discutir os termos de identificação disponíveis daqueles que escapam à heteronorma, conforme proposto por Judith Butler. Ressaltamos, ainda, a necessidade da despatologização das identidades trans de acordo com a publicação da mais recente atualização do CID-11.


2013 ◽  
Vol 19 (3) ◽  
pp. 499-519 ◽  
Author(s):  
Charlotte Epstein

In this contribution I engage with the question of the end of theory from a poststructuralist perspective. I begin by revisiting the making of International Relations as a discrete theoretical endeavour from Waltz (1979) to Wendt (1999), around, respectively, the efforts to unearth the structures of international politics that carved out the international as a distinct site of political analysis, and the appraisal of these structures as social structures (Wendt, 1999). I then revisit the origins of poststructuralism via the works of Jacques Derrida and Judith Butler, in order to bring its founding moves to bear directly on International Relations constructivism. Engaging with constructivism’s founding fathers, Nicholas Onuf, Alexander Wendt and Friedrich Kratochwil, I show that the search for unconstructed universals, grounded in an innate ‘human nature’, persistently haunts International Relations constructivism, even when it foregrounds language as the medium of social construction, and notably when it engages the question of gender. Just as language provided the original site for orchestrating the ‘moving beyond’ (the ‘post’ of poststructuralism) fixed, naturalized structures, I argue that a return to language holds the promise of renewal, and of constructivism’s being able to fulfil its founding promise to theorize constitutivity and the constructed-ness of International Relations’ world.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document