Maria Isabel dos Santos Cavalcanti
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Débora Brígida Moura de Freitas
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Dijanah Cota Machado
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Cláudio Gabriel Rodrigues
Introdução: Staphylococcus aureus (S. aureus) é uma bactéria associada a diversas infecções, tanto na comunidade quanto em ambiente hospitalar, ocasionando desde infecção cutânea até septicemia(1). Um importante fator de virulência é a exotoxina alfa-hemolisina (α-HL), que oligomeriza e forma canais iônicos transmembranares nas células-alvo, permitindo o fluxo livre de várias espécies químicas, resultando na morte celular(2). Diversas cepas de S. aureus exibem multirresistência aos antibióticos, limitando as opções de tratamento. Os derivados tiazolidínicos podem ser uma boa alternativa para bloquear a α-HL, pois possuem amplas propriedades bioativas, como por exemplo a antimicrobiana para cepas multirresistentes, sendo eficazes contra o S. aureus e inibindo o seu crescimento(3). Objetivos: Dada a importância da busca de compostos com ação antibacteriana, via bloqueio da α-HL, este trabalho visa analisar, via docagem molecular, a interação de derivados tiazolidínicos 5-benzilideno com o canal iônico formado pela toxina. Métodos: A estrutura cristalográfica da α-HL de S. aureus foi obtida pelo Protein Data Bank (PDB) e utilizou-se o MolView para modelagem dos compostos denominados GQ294 e GQ443, posteriormente submetidos ao Avogadro 1.1.1 para minimização de energia molecular. A docagem foi realizada pelo DockThor e os resultados foram analisados utilizando o Discovery Studio Visualizer. Resultados: A partir dos resultados de docagem pelo DockThor, foi obtida uma classificação dos compostos de acordo com suas energias totais e scores de afinidade com a toxina. Os valores de energia total do GQ443 e GQ294 foram iguais a -15,152 KJ/ mol e -19,009 KJ/ mol, respectivamente. Enquanto o score de afinidade de GQ443 e GQ294 foi de -6,820 Kcal/ mol e -5,902 Kcal/ mol respectivamente. As análises obtidas a partir do Discovery Studio Visualizer demonstraram que os dois compostos interagem com a região de constrição do canal iônico, principalmente com os resíduos GLU 111 e LYS 147, sendo estas interações mediadas principalmente por ligações de hidrogênio, além de interações do tipo cátionpi, pi-alquila, pi-enxofre. Esses dados corroboram com outros trabalhos já encontrados na literatura(4). Conclusões: Os resultados indicam, preditivamente, que os compostos GQ443 e GQ294 interagem com o canal da α-HL na região de constrição, sugerindo um bloqueio de sua atividade. São necessários dados experimentais para elucidar os dados teóricos já obtidos.