A memória das ditaduras nos países ABC: anistia, reparação e impunidade

Author(s):  
Denize Correa Araújo
Keyword(s):  

A proposta deste texto é analisar reações de três culturas diferenciadas em relação às memórias de suas respectivas ditaduras retratadas em filmes. Os países ABC, ou seja, Argentina, Brasil e Chile, divergem em seus procedimentos pós-ditadura. Proponho três subtemas: anistia, reparação e impunidade. O referencial teórico básico inclui os conceitos de Beatriz Sarlo, de Jacques Le Goff e de Hannah Arendt.Palavras-chave: ditaduras; memória; anistia; reparação; impunidade 

2017 ◽  
Vol 2 (4) ◽  
Author(s):  
Monique Felix Borin

Os estudos sobre a urbanização das cidades brasileiras no século XIX e início do século XX foram uma tendência que auxiliou no fortalecimento do campo da história das cidades, em geral se apoiando na análise de legislações e planos urbanísticos que regulavam a estrutura e infraestrutura física urbana. Nos últimos anos vivemos um movimento de pluralização dessas fontes, expandindo as investigações para outros tipos de documentos urbanísticos, como requerimentos, relatórios, registro de imóveis, levantamentos topográficos, mapas e fotografias técnicas. Manteve-se, no entanto, uma centralidade em fontes que poderíamos definir como de origem urbanística, ou seja, que já foram produzidas diretamente para tratar das questões do urbano. Nesta comunicação propomos o cruzamento de fontes urbanísticas com fontes de natureza distinta como metodologia para o estudo da urbanização das cidades brasileiras no período, particularmente a urbanização de bairros centrais de São Paulo. Tal estudo de caso servirá para avaliar as potencialidades e as problemáticas do cruzamento de fontes proposto, particularmente a série Obras Particulares, do Arquivo Histórico de São Paulo com os Autos Crime do Arquivo do Tribunal de Justiça de São Paulo. O enfoque dessa proposta metodológica se alinha com investigações que tratam do papel da população e da iniciativa privada como agentes importantes na urbanização das cidades brasileiras, deslocando um foco excessivo no estudo de grandes obras públicas, que dominaram muitos dos estudos iniciais sobre essa temática e que têm uma relação clara com a preponderância do uso da legislação como fonte exclusiva. Essa perspectiva de análise traz implicações teóricas, que serão discutidas a partir do diálogo com Walter Benjamin e Beatriz Sarlo sobre o papel do cotidiano na formação das cidades, que perseguimos a partir do conceito de experiência da urbanização.


Author(s):  
Gustavo Ponciano Cunha de Oliveira

Em 1988, Beatriz Sarlo propõe uma passagem entre duas poéticas em Jorge Luis Borges: de Evaristo Carriego (1930) em direção a Historia universal de la infamia (1935). Os dois textos são “insidiosos”, defende a pesquisadora, porque falsificam as biografias de seus personagens. Porém, a coletânea de 1935 opera em âmbito universal. Este movimento, afirma Sarlo, é portador de um acumulo de prerrogativas, associado à dupla inscrição de Borges: o cidadão do mundo e, simultaneamente, o de um país pensado a partir de Buenos Aires. Neste ensaio, sugerimos uma passagem anterior, evidenciada em “Sentirse en muerte” (1928): do criollismo – o poeta dos arrabaldes, dotado da capacidade de transporte sensível e instalado nos limites de sua cidade imaginada, que busca a representação poética digna de seu conceito de argentinidade – em direção à prosa que alcança o caráter argumentativo-reflexivo dos ensaios sobre o tempo e a eternidade característicos de Borges, início de sua legitimação como “percibidor abstracto del mundo”. Este movimento é também portador de um acúmulo de prerrogativas, dupla inscrição de Borges: como poeta, literato e ensaísta programático do criollismo; como meditador dedicado aos assombros contidos em nossos conceitos de vida, tempo e universo, operador de textos da Filosofia e da Teologia.


2018 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
pp. 107
Author(s):  
Matías Moscardi

El presente artículo retoma los debates desarrollados en Argentina, en la década de los noventa, acerca del grupo poético “Belleza y Felicidad” con el objetivo de pensar relaciones entre el trabajo y emoción estética en la escritura para luego desmontar y analizar, en términos de una genealogía de la crítica, distintos momentos de irrupción de figuras emparentadas con el mal y la mala escritura en la literatura argentina contemporánea a partir de ensayos de Daniel Freidemberg, Beatriz Sarlo y Sandra Contreras.


Author(s):  
Liliana Guadalupe Chávez Díaz

En este artículo se reflexiona sobre las memorias escritas por autoras latinoamericanas y la narrativa de viajes contemporánea. Se inscribe en el debate en torno a la memoria y la literatura del yo en la literatura latinoamericana publicada a partir del 2000, a través del análisis de testimonios de viaje de mujeres escritos en primera persona en el contexto de las guerrillas y revoluciones de los años sesenta. El objetivo es identificar los usos particulares del lenguaje que las autoras latinoamericanas desarrollaron para autorrepresentarse mientras viajaban en un territorio aún en desarrollo y que enfrentaba grandes cambios sociales. El estudio se centra en El país bajo mi piel(2001), de Gioconda Belli; La Habana en un espejo(2004), de Alma Guillermoprieto y Viajes: De la Amazonía a las Malvinas (2014), de Beatriz Sarlo. Se propone aportar al conocimiento de la narrativa de no ficción latinoamericana y de autoras poco atendidas por la crítica literaria mediante el estudio de la literatura de viaje como medio de expresión de la memoria individual y colectiva. El artículo ofrece una perspectiva femenina en torno a la relación entre ideología, política y viaje, al mismo tiempo que explora las representaciones de clase y género en la literatura contemporánea.


2020 ◽  
Vol 24 ◽  
pp. 15
Author(s):  
Martín Kohan

Este artículo se propone analizar la operación crítica de Beatriz Sarlo en tanto lectora de Walter Benjamin. Por un lado, su lectura de Benjamin, es decir, el campo de intereses y afinidades que comparten y se dejan entrever en su escritura —la ciudad, la modernidad, la experiencia, la tecnología, las vanguardias—. Por el otro, su lectura con Benjamin, es decir, el modo en que Sarlo lo hace funcionar en el interior de su propio ejercicio crítico, trayéndolo al presente para abrir y potenciar nuevos análisis.


2016 ◽  
Vol 16 (26) ◽  
pp. 77
Author(s):  
Vítor Kawakami

http://dx.doi.org/10.5007/1984-784X.2016v16n26p77Através de uma abordagem que busque compreender as dimensões culturais e políticas como interdependentes, com o auxílio de embasamentos conceituais de pensadores como Raymond Williams, Beatriz Sarlo e Michel Foucault, este artigo discute a forma como Mito – revista bimestral de cultura atuou diretamente sobre a polarizada e conflitante realidade política colombiana entre os anos de 1955 e 1962, posicionando-se diante de entraves socioculturais que perduravam desde os anos diretamente anteriores a sua publicação. A perspectiva de leitura considerada, antes de tomar a revista apenas como registro de acontecimentos históricos, observa a composição de seu discurso enquanto interferente no contexto político-cultural do país.


Author(s):  
Yara Dos Santos Augusto Silva

Este estudo propõe desenvolver um pensamento crítico em torno das noções de crioulização e diálogo intercultural, a partir da obra de Alejandro Xul Solar (1887-1963) e do contexto da modernidade argentina. Em sua condição de sujeito e criador formado em uma cultura de mescla, Xul Solar elabora um projeto artístico compósito, baseado em textos e imagens e na invenção de uma língua auxiliar para a América Latina, o neocriollo. Isso lhe permite, em consonância ao proposto por Jorge Luis Borges, evitar incorrer excessivamente na cor local e, por outra parte, não se submeter ao ideário de unificação expressiva e obliteração da diferença cultural, aventado pelas nações europeias hegemônicas. Diante disso, a partir do campo de estudos da Literatura Comparada, objetiva-se investigar de que maneira os processos de crioulização de línguas e linguagens, que permeiam a produção artística e as reflexões estéticas de Xul Solar, culminam em dinâmicas de contato e diálogo intercultural. Como pesquisa de caráter transdisciplinar, o estudo se vale de contribuições de teóricos como Beatriz Sarlo, Néstor Canclini, Rosalind Krauss, Édouard Glissant e Silviano Santiago. Dentre os resultados obtidos, destaca-se a constatação de que a noção de crioulização, conforme operacionalizada por Xul Solar, compreende a mescla cultural enquanto processo de aproximação e negociação entre elementos díspares. Nesse sentido, foi possível concluir que a busca neocriolla supõe um mecanismo de assimilação ativa, devoração crítica, que se aproxima da proposição oswaldiana da antropofagia, proposta que possibilita a Xul Solar uma espécie de entre-lugar discursivo.


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