scholarly journals Convite à criação: deslocamentos da palavra na escola

2018 ◽  
Vol 36 (73) ◽  
pp. 137-153
Author(s):  
Raquel Leão Luz ◽  
Rosa Maria Bueno Fischer

Neste artigo, discutimos o tema do convite à criação na escola, especialmente em relação à leitura e à escrita, a fim de pensá-lo como invenção de outros modos de experienciar as palavras em uma narrativa literária. Pensamos o tema do convite a partir das noções de sensibilidade, limite e comoção, junto a autores como Michel Foucault, Anton Tchékhov, Agnès Varda e Wim Wenders. Guardadas as distâncias, as autorias e as condições de produção, os materiais artísticos e filosóficos produzidos por esses autores são mobilizados, lado a lado, na discussão de dois contos produzidos por estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. No enlace entre filosofia, arte e escrita literária, problematizamos a leitura e a escrita na escola, como convite ao deslocamento.

2018 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 29-45
Author(s):  
Wilne de Souza Fantini ◽  
Maria Veralucia Pessoa Porto

Resumo: O presente artigo visa mostrar algumas reflexões existentes no pensamento do filósofo francês Michel Foucault concernente à ontologia do presente, às relações de poder e à heterotopia. A atualidade analisada por Foucault está vinculada ao aspecto vital de cada época, nas formas de vivência dos indivíduos, principalmente, aqueles considerados pela normatividade e normalidade das relações de poder como sendo marginais, anormais, resíduos, infames. Assim, Foucault aproxima-se do trabalho desenvolvido por Sebastião Salgado ao relatar e denunciar os homens infames, habitantes dos espaços heterótopos.Palavras-chave: Michel Foucault. Ontologia do presente. Heterotopia. Homens infames. Sebastião Salgado. Abstract: This paper aims to show some reflections about the thoughts of the French philosopher Michel Foucault concerning the ontology of the present, power relations and heterotopia. actuality analyzed by Foucault is linked to the vital aspect of each age, in the ways of individuals living, especially, those considered by the power relations of normativity and normality as marginal, abnormal, waste, infamous. Therefore, Foucault approach his work to the work developed by Sebastião Salgado reporting and denouncing the infamous men, inhabitants of heterotopical spaces.Keywords: Michel Foucault. Ontology of the present. Heterotopia. Infamous men. Sebastião Salgado. REFERÊNCIASBAUMAN, Zygmunt; LYON, David. A vigilância líquida como pós-pan-óptico. In: ______. Vigilância líquida. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 55-74. CASTRO, Edgardo. Vocabulário Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Tradução de Ingrid Müller. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.DELEUZE, Gilles. Michel Foucault: rachar as coisas, rachar as palavras. In: Conversações (1972-1990). 3. ed. Tradução de Peter Pál Perlbart. São Paulo : 34, 2013.FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas (1966). 8. ed. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 1999._______. Des espaces autres (1984). In : _______. Dits et ecrits II (1976-1988). Paris: Gallimard, 2001b, p. 1571-1581. _______. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1997. (Coleção: tópicos)._______. La vie des hommes infâmes (1977). In: _______. Dits et ecrits II (1976-1988). Paris: Gallimard, 2001b, p. 237-253._______. Les anormaux (1975). In: _______. Dits et ecrits I (1954-1975). Paris: Gallimard, 2001a, p. 1690-1696.FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 22 ed. Rio de Janeiro, Graal, 2006a._______. O poder psiquiátrico. São Paulo, Martins Fontes, 2006b._______. Poder e saber (1977). In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Estratégia, poder-saber. Tradução de Vera Lúcia Avellar Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003, p. 223-240. (Col. Ditos & Escritos IV).FURTADO, Rafael Nogueira. A atualidade como questão: ontologia do presente em Michel Foucault. In: Natureza humana, vol.17, n.1, São Paulo (2015), p. 144-156. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302015000100007> (acessado em: 16.08.2016).JAQUET, Gabriela. É preciso questionar o presente: Foucault, o diagnóstico, a Aufklärung, Anais da XIII Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS, Porto Alegre, RS (2014). Disponível em: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/semanadefilosofia/XIII/9.pdf> (acessado em: 16.08.2016).REVEL, Judith. Foucault, une pensée du discontinu. Paris: Mille et une nuits, 2010.WENDERS, Wim. O sal da terra [documentário]. Autoria: Juliano Ribeiro Salgado, Wim Wenders, David Rosier. Produção: Decia Films. Co-produção: Amazonas Images, Fondazione Solares dele Arti com apoio de La région Île-de-France, Les Amis de la Maison Européenne de la Photographie (2014), 1 DVD (115 min).ZENDRON, Rute Coelho. O fotógrafo, Dossiê migrações, Esboços. In: Revista do programa de pós-graduação em História da UFSC, v.10, n.10, Florianópolis (2002), p. 83-95. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/389/9854> (acessado em: 16.08.2016).


2020 ◽  
Vol 25 (2) ◽  
pp. 07
Author(s):  
Carola Freire Saraiva ◽  
Rosa Maria Bueno Fischer

O artigo discute possibilidades de articulação entre narrativas fílmicas e construções metodológicas na pesquisa em educação. A partir de obras de Alfred Hitchcock, Abbas Kiarostami e Agnès Varda, tecemos considerações sobre atitudes éticas e estéticas do pesquisador, com foco no registro e análise de cenas cotidianas, relacionadas a práticas escolares. Com o apoio em Walter Benjamin, Michel Foucault, Jeanne Marie Gagnebin e Alain Badiou, defendemos a necessidade da complexidade do olhar do pesquisador, atento à sua tarefa de colecionar imagens e ditos, a serem tratados poética e filosoficamente por meio da escrita. Apostamos nos movimentos lacunares e de incompletude, como potencializadores das práticas investigativas em educação.


2018 ◽  
Vol 6 (13) ◽  
pp. 38-52
Author(s):  
Beatriz Avila Vasconcelos

Em seu documentário ‘Identidade de nós mesmos’ (Alemanha-França, 1989), o diretor Wim Wenders se vê confrontado com o processo criativo de um outro artista - o estilista Johji Yamamoto -, com uma outra arte - a moda - e com uma outra cultura - a japonesa. A partir deste Outro tão flagrante, Wenders é instigado a repensar questões relativas à própria identidade da sua arte e de si mesmo como artista. ‘O que seria isto, identidade?’, ele se pergunta na abertura do filme, fazendo emergir neste contexto a questão do autor. É a partir dessa questão que este estudo se desdobra, retomando as discussões sobre a autoria no campo do cinema, em torno da chamada politique des auteurs, e da literatura, em torno das ideias de Michel Foucault e Roland Barthes, e procurando ver como elas reverberam nas questões postas por Wenders em seu filme.


Pflege ◽  
2004 ◽  
Vol 17 (6) ◽  
pp. 364-374 ◽  
Author(s):  
Heiner Friesacher
Keyword(s):  

In dieser Arbeit wird das Konzept der Gouvernementalität des französischen Philosophen Michel Foucault (1926–1984) vorgestellt und seine Übertragung auf die Pflegewissenschaft aufgezeigt. Der Begriff Gouvernementalität entstammt den Spätschriften Foucaults und bildet eine Fortsetzung, Erweiterung und Akzentverschiebung seiner einflussreichen Analytik der Macht. Die Problemkomplexe Staat und Subjektivität kann Foucault mit der strategischen Konzeption von Macht nicht hinreichend unter einer einheitlichen analytischen Perspektive untersuchen. Erst mit dem Begriff der Regierung und dem Konzept der Gouvernementalität findet Foucault eine befriedigende Analysemethode. Machtbeziehungen werden hierbei unter dem Blickwinkel von Führung untersucht; so lassen sich Sozialtechnologien und Technologien des Selbst in ihrer Beziehung zueinander analysieren. Mittels dieser Perspektivenerweiterung gelingt die Analyse neoliberaler Gouvernementalität. Es lässt sich eine Neudefinition des Verhältnisses von Staat und Ökonomie aufzeigen, wobei der Markt zum regulierenden Prinzip des Staates wird und das Ökonomische alle Bereiche menschlichen Handelns umfasst. Die bisherige Foucault-Rezeption in der Pflegewissenschaft schließt (bis auf wenige Ausnahmen) nicht an die Spätschriften Foucaults an und bleibt damit in ihren Möglichkeiten begrenzt. Exemplarisch wird in dieser Arbeit der Qualitätsdiskurs und die Problematik der Bedürfnisinterpretation untersucht. In beiden Feldern lässt sich zeigen, wie sowohl die Patienten als auch die Pflegenden im Sinne neoliberaler Subjektbildung geformt werden und letztlich pflegerisches Handeln zu ökonomischem Handeln transformiert wird.


2011 ◽  
Vol 8 (2-3) ◽  
pp. 235-257 ◽  
Author(s):  
Michael Sheringham
Keyword(s):  

Author(s):  
Bethan Evans ◽  
Charlotte Cooper

Over the last twenty years or so, fatness, pathologised as overweight and obesity, has been a core public health concern around which has grown a lucrative international weight loss industry. Referred to as a ‘time bomb’ and ‘the terror within’, analogies of ‘war’ circulate around obesity, framing fatness as enemy.2 Religious imagery and cultural and moral ideologies inform medical, popular and policy language with the ‘sins’ of ‘gluttony’ and ‘sloth’, evoked to frame fat people as immoral at worst and unknowledgeable victims at best, and understandings of fatness intersect with gender, class, age, sexuality, disability and race to make some fat bodies more problematically fat than others. As Evans and Colls argue, drawing on Michel Foucault, a combination of medical and moral knowledges produces the powerful ‘obesity truths’ through which fatness is framed as universally abject and pathological. Dominant and medicalised discourses of fatness (as obesity) leave little room for alternative understandings.


Author(s):  
Vanessa Lemm

Readers of Giorgio Agamben would agree that the German philosopher Friedrich Nietzsche (1844–1900) is not one of his primary interlocutors. As such, Agamben’s engagement with Nietzsche is different from the French reception of Nietzsche’s philosophy in Michel Foucault, Gilles Deleuze and Georges Bataille, as well as in his contemporary Italian colleague Roberto Esposito, for whom Nietzsche’s philosophy is a key point of reference in their thinking of politics beyond sovereignty. Agamben’s stance towards the thought of Nietzsche may seem ambiguous to some readers, in particular with regard to his shifting position on Nietzsche’s much-debated vision of the eternal recurrence of the same.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document