scholarly journals DESENVOLVIMENTO COLONIAL DA ABELHA SEM FERRÃO JANDAÍRA (Melipona subnitida Ducke) NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

2021 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
Author(s):  
Daniel De Freitas Brasil ◽  
Izabel Christina de Alencar Regis ◽  
Laênia Maria Campêlo de Freitas ◽  
Michelle De Oliveira Guimarães-Brasil
Keyword(s):  

Muitos fatores podem influenciar no desenvolvimento populacional das colônias, podendo estes serem internos ou externos à colmeia. Diante disso, objetivou-se acompanhar o estado de desenvolvimento de colônias de abelhas jandaíra (Melipona subnitida) por meio da análise da taxa de postura nos discos de cria mais superficiais. A coleta de dados deu-se por meio da contagem de células de cria visíveis nos discos mais superficiais. Cinco colônias de M. subnitida nidificadas em um meliponário localizado em Pau dos Ferros/RN foram fotografadas semanalmente, durante um período de 8 semanas consecutivas. A partir da contagem de células constatou-se que a abelha sem ferrão M. subnitida apresentou uma quantidade média de células de crias nos discos mais aparentes estimada em 206 ± 53. Taxas positivas e negativas de crescimento foram verificadas durante o período de tempo avaliado, apresentando também uma falta de padrão oscilatório para todas as colônias observadas. Isto indicou que esta espécie de abelha pode ser afetada por diversos fatores como a genética, manejo ou mesmo a disponibilidade de alimento no espaço circundante ao meliponário. Os dados apresentados podem vir a contribuir para futuras análises comportamentais, provendo maiores informações a respeito de sua biologia e utilização em atividades sustentáveis como a meliponicultura.

2020 ◽  
Vol 3 (3) ◽  
pp. 05
Author(s):  
Weliton Carlos de Andrade ◽  
Paulo Alves Wanderley ◽  
Patricia Dias de Oliveira ◽  
Mateus Gonçalves Silva ◽  
Guilherme Gomes Rolim
Keyword(s):  

<p>As abelhas nativas sem ferrão constituem o grupo de abelhas sociais mais diversificado, adicionalmente são consideradas importantes polinizadores. Para a coleta de recursos, estes insetos visitam uma alta diversidade de plantas nativa e cultivadas. São conhecidas 417 espécies para a região Neotropical, 244 destas ocorrem no Brasil. <em>Melipona subnitida</em> Ducke, 1910, é uma abelha nativa da Caatinga e ocorre naturalmente em todos os Estados da região Nordeste brasileiro. A atividade de voo das abelhas, inclui a coleta de alimento (néctar e pólen), resina e barro, além da atividade de retirada de detritos para fora da colônia. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo estudar a atividade de voo de <em>M. subnitida</em> nas condições ambientais da Caatinga no Município de Sousa, Paraíba. A coleta dos dados foi realizada durante três dias consecutivos, das 5h:00min às 18h:10min, onde foram realizadas observações junto à entrada de uma colônia de <em>M. subnitida</em>, onde a cada hora, durante 10 minutos, registrou-se a entrada de campeiras, com cargas de pólen ou de néctar (sem carga aparente), e a saída de campeiras, com detritos ou sem carga. Os dados de temperatura e umidade do ar do local onde a colônia foi instalada foram medidos a cada intervalo de observação com auxílio de termohigrômetro. As campeiras iniciaram suas atividades às 05:00 horas, com temperatura média de 23°C e umidade relativa de 75% e encerraram suas atividades às 17:00 horas, com temperatura média de 33°C e umidade de 36%. O néctar foi o recurso mais explorado pelas abelhas, seguido de pólen. A coleta de néctar foi realizada ao longo de todo o período de observação, apresentando dois picos de coleta intensa, no final da manhã, às 11:00 horas, e às 16:00 horas. A maior atividade de coleta de pólen ocorreu no período da manhã. Em relação a saída de abelhas foi observado que aproximadamente 7,5% estavam envolvidas na retirada de detritos da colônia e a maior parte (92,45%) saíram para a atividade de coleta de recursos e/ou outras atividades externas. A atividade de voo de <em>M. subnitida </em>nas condições ambientais de caatinga no estado da Paraíba é semelhante a outras espécies de <em>Melipona, </em>com maior atividade de coleta recursos tróficos durante o período da manhã.</p>


2021 ◽  
Author(s):  
Braulio Fernandes de Carvalho ◽  
Gustavo Nogueira Barreto

Introdução: No Brasil existem cerca de 250 espécies de abelhas da tribo Meliponini, muitas das quais estão ameaçadas de extinção, seja pela coleta e destruição de seus ninhos, corte de árvores usadas na nidificação e forrageio e pelo uso de agrotóxicos. Garantir áreas de vegetação nativa protegidas do desmatamento e do uso de agrotóxicos é essencial para garantir a sobrevivência dessas abelhas e os seus serviços ecossistêmicos, como a polinização de plantas nativas e culturas agrícolas. Objetivo: Identificar espécies de abelhas indígenas adequadas para criação em propriedade rural privada, em Murici dos Portelas-PI, onde se pretende criar Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), em parte desta. Material e métodos: Analisou-se imagens da propriedade, de 52 ha, localizada em 3°15’46.96’’S e 41°57’04.25’’, através de dados obtidos pelo software Google Earth PRO; fez-se 3 visitas ao local, de junho a setembro de 2021, para identificação de fitofisionomia; realizou-se estudo de artigos científicos para identificação de espécies de meliponíneos nativos com ocorrência no estado do Piauí. Resultados: A área consiste em vegetação arbórea de médio porte, dos domínios de Cerrado e Caatinga. A pesquisa bibliográfica identificou as seguintes espécies de abelhas sem ferrão descritas para o Piauí: Mombuca-vermelha (Camargoia nordestina), Moça-branca (Friesiomelitta doederleini), Friesiomelitta flavicornis, Frieseomelitta silvestrii, Mombuca (Geotrigona mombuca), Iraxim (Lestrimelitta rufipes), Manduri (Melipona asilvai), Tiúba (Melipona compressipes), Uruçu-boi (Melipona fuliginosa), Tiúba-grande (Melipona fasciculata), Mandaçaia (Melipona mandacaia), Munduri (Melipona marginata), Mandaçaia (Melipona quadrifasciata), Bugia (Melipona rufiventris), Mandaçaia-da-terra (Melipona quinquefasciata), Uruçu (Melipona scutellaris), Jandaíra (Melipona subnitida), Mirim-da-terra (Paratrigona lineata), Cupira (Partamona ailyae), Boca-de-barro (Partamona chapadicola), Jati (Plebeia flavocincta), Imrê-ti (Scaptotrigona polysticta), Mandaguari (Scaptotrigona postica), Tuibá (Scaptotrigona tubiba), Borá (Tetragona clavipes), Arapuá (Trigona spinipes), Xupé (Trigona hyalinata), Feiticeira (Trigona recursa),Trigonisca sp.. Conclusão: Sugere-se criação das espécies listadas na propriedade, levando-se em conta fatores ambientais e biológicos envolvidos na manutenção da viabilidade de cada espécie. Recomenda-se obtenção de matrizes em criadouros autorizados e iniciar criação comercial, com produção de mel e multiplicação de colmeias. A atividade tem potencial econômico sustentável e poderia ser realizada na área não transformada em RPPN, contribuindo para a economia local e conservação de abelhas indígenas.


2018 ◽  
Vol 21 (0) ◽  
Author(s):  
Marivalda Figueredo Santa Bárbara ◽  
Cerilene Santiago Machado ◽  
Geni da Silva Sodré ◽  
Fabiane de Lima Silva ◽  
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho

Resumo O estudo foi realizado com o objetivo de verificar tanto a condição microbiológica quanto as diferenças físico-químicas existentes em pólens armazenados por diferentes espécies de abelhas sem ferrão no Nordeste do Brasil. Os pólens armazenados foram coletados nas colônias mantidas em meliponários das seguintes espécies: Melipona subnitida, M.scutellaris, M. mandacaia, Scaptotrigona sp. e Frieseomellita varia. Com relação às análises de qualidade microbiológica, as mesmas foram realizadas em micro-organismos indicadores de qualidade comercial (mesófilos, bolores e leveduras), qualidade sanitária (Staphylococcus coagulase positiva, coliformes fecais e Escherichia coli), e de segurança (esporos de Clostridium sulfito redutores e Salmonella spp.). Para os parâmetros físico-químicos, os mesmos foram avaliados de acordo com a exigência do Regulamento Técnico (RT) de qualidade para pólen apícola, e também para compostos fenólicos. Todas as amostras apresentaram condição microbiológica de acordo com as recomendações aceitáveis para o consumo humano. Os resultados confirmaram as diferenças na composição físico-química do pólen armazenado das cinco espécies; no entanto, houve formação de três grupos de pólens armazenados com base nos parâmetros físico-químicos. As amostras da espécie M. scutellaris apresentaram conteúdo de compostos fenólicos cinco vezes mais elevado aos outros méis das espécies avaliadas. Logo, este estudo permitiu conhecer a composição dos pólens armazenados por abelhas sem ferrão, por conseguinte reforçando a necessidade de reformular o Regulamento Técnico (RT) existente no Brasil para pólen apícola, de forma a abranger os pólens armazenados das espécies nativas.


2014 ◽  
Vol 81 (3) ◽  
pp. 299-308 ◽  
Author(s):  
Geice Ribeiro da Silva ◽  
Fábia de Mello Pereira ◽  
Bruno de Almeida Souza ◽  
Maria Teresa do Rego Lopes ◽  
José Elivalto Guimarães Campelo ◽  
...  
Keyword(s):  

A abelha sem ferrão Melipona subnitida atualmente está presente em quase toda a região nordeste, em função da boa adaptabilidade ao semiárido nordestino e do potencial econômico-ecológico proporcionado pela produção de mel e pela polinização de cultivos em condições de confinamento. Apesar disso, é uma espécie ameaçada devido a processos de degradação ambiental, dentre os quais estão o desmatamento, o uso indiscriminado de agrotóxicos e o extrativismo. Tais interferências tendem a isolar as populações de Jandaíra, provocando uma queda na variabilidade genética e, consequentemente, uma redução na capacidade adaptativa da espécie. Porém, técnicas de biologia molecular estão sendo implementadas, possibilitando que populações desse tipo sejam avaliadas quanto ao seu grau de variabilidade genética. Marcadores moleculares do tipo microssatélites de DNA vêm sendo bastante usados, porém, em função do alto custo exigido para seu desenvolvimento, diversos estudos vêm empregando microssatélites transferidos de táxons próximos com amplo sucesso em estudos voltados à caracterização e à diversidade genética. Dessa forma, a presente revisão objetivou avaliar os mais relevantes aspectos bioecológicos e genético-comportamentais envolvidos na conservação da abelha Jandaíra, a fim de auxiliar na avaliação do grau de diversidade genética da espécie, bem como da sua distribuição entre indivíduos e populações da abelha sem ferrão M. subnitida.


Author(s):  
Patricia Argemira Costa ◽  
Izabel Cristina Freitas Moraes ◽  
Ana Mônica Q.B. Bittante ◽  
Paulo José do Amaral Sobral ◽  
Catarina A. Gomide ◽  
...  

The aim of this work was to study the rheological, thermal and some other physical-chemical properties of selected honeys produced in the Northeast of Brazil. Two samples were produced by native “Jandaira” bees (Melipona subnitida) and ten other samples by Africanized bees (Apis mellifera). The samples were analyzed for pH, water activity (aW), soluble solids and water content. Viscosity flow curves were obtained using a rheometer (25ºC, 0-100s-1). Thermal analyses were performed on a differential scanning calorimeter, with heating rate of 10ºC/min (-100 to 100ºC). The water content and the pH of the honey samples varied from 17.2 to 27.9% and from 3.2 to 4.2, respectively, and, the aW of the samples varied from 0.57 to 0.74. Two samples were out of specification with respect to water content, according to Brazilian laws. In relation to rheology, all honey samples showed Newtonian behaviour with no thixotropy or dilatancy. The viscosity varied as an exponential function of the water content. The highest viscosity was obtained for the sample with lower values of water content and aW. Thermograms showed a glass transition (Tg) occurring between -52.4 and -42.6ºC, in the samples produced by Apis mellifera and -67.6 and -57.0ºC for the other samples. A linear relationship was obtained between Tg and water content. In conclusion, the honey viscosity depended on the water content of the product. The higher the water value and therefore the greater the aw, the lower viscosity and Tg of the samples.


Author(s):  
Sarah Geysa de Oliveira Ribeiro ◽  
Maria da Conceição Tavares Cavalcanti Liberato ◽  
Kamila de Lima Barbosa ◽  
Dayanne Cipriano Costa da Silva ◽  
Geovana Costa Aguiar ◽  
...  

2017 ◽  
Vol 41 (4) ◽  
pp. 353
Author(s):  
Maria Emilene Correia-Oliveira ◽  
Cândida B. da Silva Lima ◽  
Rogério M. de O. Alves ◽  
Geni da Silva Sodré ◽  
Bruno de Almeida Souza ◽  
...  

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