Filosofia na História

Author(s):  
Gustavo Chataignier ◽  
Keyword(s):  

O presente trabalho se debruça sobre a noção de crítica em filosofia, tendo por base alguns dos modelos chave erigidos pela chamada “Escola de Frankfurt”, a saber, o texto fundador de Max Horkheimer, “Teoria tradicional e teoria crítica”, e uma perspectiva contemporânea de sua terceira geração, com a concepção de Axel Honneth sobre o reconhecimento hegeliano, bem como seu comentário acerca de tal tradição. Além das descrições das referidas concepções, aposta-se na ideia de crítica como uma historicidade aberta, engendrada por uma dialética entre continuidade e ruptura, cuja norma exige o exame imanente caso a caso. Para tanto, mobilizam-se os conceitos modais de Hegel – necessidade, possibilidade, efetividade – guiados pela contingência, ao lado de uma noção de determinação presente.

Problemata ◽  
2016 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
pp. 169
Author(s):  
Tiago Porto

<p>Dentre as escolas de pensamento situadas no campo de estudo denominado Filosofia Política e Social, a Teoria Crítica recebe um lugar de destaque. Originária da Alemanha, buscava estudar os efeitos sociopolíticos do capitalismo a partir de um referencial marxista, utilizando uma metodologia multidisciplinar que abrangia Filosofia, Psicanálise, Ciências Sociais, Direito entre outras áreas de conhecimento. Longeva, a tradição inaugurada em Frankfurt no limite entre 1929 e 1930 por Theodor Adorno e Max Horkheimer, vive atualmente a sua terceira geração, sendo representada principalmente por Axel Honneth. Ainda que os referenciais teóricos dos seus integrantes fossem heterogêneos, passando de Karl Marx por Sigmund Freud e G.W.F. Hegel, uma categoria de estudo perpassou as três gerações, recebendo tônicas diferenciadas quanto ao seu diagnóstico: as patologias sociais. No presente artigo, pretende-se analisar de que forma Axel Honneth articula esse tópico dentro do seu <em>corpus </em>teórico. Para tanto, procederemos nossa investigação partindo inicialmente do conceito de desrespeito, fundamental para entendermos o alicerce conceitual empregado pelo filósofo; em seguida, nos concentraremos propriamente nas patologias sociais, analisando sobretudo a ideologia, a reificação e os paradoxos de individualização, enfermidades trabalhadas pelo autor; finalmente, encerramos este trabalho com um estudo do sentimento de injustiça e com a conclusão se Honneth oferece ou não uma solução prescritiva quanto as patologias sociais.</p>


2008 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 59
Author(s):  
Mauro Basaure

Axel Honneth ha sido incluido entre los intelectuales más influyentes de la actualidad. Ha sido reconocido, además, como el principal representante de la tercera generación de la Escuela de Frankfurt. Ese reconocimiento se debe a que Honneth ha desarrollado un programa de investigación que implica, al mismo tiempo, una continuidad y una ruptura con los intelectuales de la primera generación de dicha escuela y, en menor medida, aunque igualmente evidente, con su antecesor directo, Jürgen Habermas. Mediante una rápida reconstrucción, se presentan aquí, en primer lugar, algunos elementos clave de la obra de Axel Honneth. Esa reconstrucción ayuda a inscribir, dentro de una perspectiva más amplia, la entrevista que sigue a continuación. En ella, Honneth discute sobre el legado de la obra más conocida de la primera generación de la Escuela de Frankfurt: Dialéctica de la Ilustración de Theodor Adorno y Max Horkheimer.


2018 ◽  
Vol 1 (36) ◽  
pp. 121
Author(s):  
Luiz Gustavo Da Cunha De Souza

Em seu recente estudo sobre a ideia do socialismo, Axel Honneth dedica algumas páginas de sua exposição a um tema lateral em seu modelo de Teoria Crítica: a reflexão sobre os destinatários do discurso crítico. Na década de 1930, o espectro do proletariado como o destinatário da Teoria Crítica foi um elemento central para o desenvolvimento dessa tradição de pensamento por Max Horkheimer, ainda que este autor efetuasse importantes rupturas com a herança legada por Karl Marx. Para gerações posteriores de teóricos críticos, porém, a reflexão sobre o destinatário do discurso crítico pareceu perder importância, junto com as dúvidas quanto à possibilidade emancipatória representada pelo proletariado, de modo que a retomada do tema por Honneth oferece a possibilidade de lançar um novo olhar sobre o tema. A fim de fazê-lo, este artigo explora (I) a herança do pensamento de Marx para o estabelecimento dos destinatários da Teoria Crítica; (II) a forma como Horkheimer se apropria desta herança ao mesmo tempo em que procura romper com alguns de seus elementos centrais; a maneira como Honneth reapresenta a questão, (III) primeiro como um teoria das instituições e (IV) depois como uma teoria da democracia direcionada aos cidadãos de modo geral.


2016 ◽  
Vol 13 (2) ◽  
pp. 165
Author(s):  
Elsa Cristine Bevian

http://dx.doi.org/10.5007/1807-1384.2016v13n2p165O Instituto de Pesquisas Sociais (Institut für Sozialforschung) foi fundado em 1923, como um anexo da Universidade de Frankfurt, hoje intitulada Johann Wolfgang Goethe-Universität Frankfurt am Main. A Escola de Frankfurt, desde 1930, foi dirigida por Max Horkheimer, e reunia pensadores como Theodor W. Adorno, Erich Fromm, Herbert Marcuse, e, contou também como membro do "círculo de fora" do Instituto, Walter Benjamin. Estes intelectuais formularam, como sabemos, o que conhecemos como "Teoria Crítica". Nos anos sessenta, temos a "segunda geração", marcado pela obra de Jürgen Habermas. Aquele que foi seu assistente entre 1984 e 1990, Axel Honneth, veio a ser o Diretor do Instituto frankfurtiano desde 2001. Com ele inaugura-se a "terceira geração" da Escola, cuja proposta consiste em relançar a "Teoria Crítica", sobretudo a partir do livro Kampf um Anerkennung. Zur moralischen Grammatik sozialer Konflikte, de 1992 (publicado no Brasil como Luta por reconhecimento - A Gramática Moral dos Conflitos Sociais. Trad. Luiz Repa. São Paulo: Ed. 34, 2003), tendo como ponto de partida a Fenomenologia do Espírito de Hegel. Honneth centra sua reflexão na "teoria do reconhecimento" e, através dela, são apresentados os limites da obra das gerações de frankfurtianos anteriores.  A falta de reconhecimento passa a ser vista como base dos conflitos interpessoais, sociais e políticos na atualidade. Mais recentemente, Honneth publicou Das Recht der Freiheit (Berlin, Suhrkamp, 2011 - O direito à liberdade) e Die Idee des Sozialismus (Berlin, Suhrkamp, 2015 - A ideia do socialismo), sustentando que o socialismo está vivo como ideia, e tem como cerne a liberdade social. Foi em 2014, no Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, que aconteceu o encontro e a entrevista com o Diretor do Instituto, Axel Honneth. O foco da breve entrevista, aqui apresentada no original alemão e em tradução portuguesa.


SER Social ◽  
2016 ◽  
Vol 18 (38) ◽  
pp. 177-201
Author(s):  
Edemilson Paraná

O trabalho apresenta uma breve revisão do desenvolvimento da tradição de pensamento da Teoria Crítica ao longo de suas três gerações (aqui representadas, respectivamente, por Theodor Adorno e Max Horkheimer, Jurgen Habermas e Axel Honneth) em relação ao modo de como tratam, aproximando ou afastando-se deste eixo, a contradição capital-trabalho na explicação da dominação na modernidade capitalista. Ao situá-lo a partir dessa categoria, objetiva traçar o referido panorama da trajetória intelectual dessa linhagem na perspectiva de seu projeto fundacional de crítica radical da realidade social ancorada nas formulações de Karl Marx, como núcleo teórico-conceitual. Feito esse apanhado, argumenta que as distintas formas de negação do imperativo de ruptura sistêmica pela via revolucionária frente ao modo produção capitalista, verificadas nas propostas de tais autores, estão diretamente relacionadas à secundarização teórica da contradição capital-trabalho que estes empreendem na construção de suas formulações.


Folios ◽  
2018 ◽  
pp. 153-166
Author(s):  
Santiago Roggerone
Keyword(s):  

A fines de reconstruir cómo el proyecto de la teoría crítica de la sociedad ha adquirido sus principales determinaciones, en el presente artículo, que se desprende de una investigación más amplia sobre el marxismo contemporáneo, se atiende a algunas de las contribuciones efectuadas por Max Horkheimer, Jürgen Habermas y Axel Honneth. Se examinan, más específicamente, los propósitos y tareas que cada uno de estos pensadores de la Escuela de Frankfurt prescriben a la teoría crítica con la intención de resolver el problema del vínculo subyacente entre conocimiento (crítico) e interés (emancipatorio). Para ello se procede en tres pasos: primero, se analiza cómo surge la idea original de una teoría crítica en contraposición con la de una teoría tradicional (I); hecho esto, se indaga en cómo la idea en cuestión es desligada de sus connotaciones antropológicas marxistas e inscripta en el contexto de una teoría de la acción comunicativa (II); luego, se da cuenta de la actualización que experimenta dicho contexto de inscripción de la teoría crítica al ser repensado en los términos de la lucha social por el reconocimiento (III). Se ofrece, para finalizar, una serie de conclusiones (IV).


Author(s):  
Manoel de Moraes

Religion and Critical Theory in Max Horkheimer This paper is an effort to focus some aspects about a Philosophy of Religion inside Critic Theory, especially in the thought of Max Horkheimer.


2020 ◽  
Vol 11 (2) ◽  
Author(s):  
Shirlene Santos Mafra Medeiros ◽  
Rita Maria Radl-Phillipp ◽  
José Gilliard Santos da Silva

O artigo em questão apresenta a construção coletiva de uma proposta pedagógica para a Escola Estadual Joaquim José de Medeiros, localizada na cidade de Cruzeta, no Estado do Rio Grande do Norte, e possui como base epistemológica a teoria social de George Herbert Mead, Jürgen Habermas e a teoria crítica da educação da Escola de Frankfurt, nas perspectivas de Max Horkheimer, Theodor Adorno (2003), Jürgen Habermas (2012); e, atualmente, de pesquisadores contemporâneos como Freire (2009), Radl-Philipp (1996, 1998, 2014), Bannell (2006), Pucci (2006), Santos (2007), Medeiros (2010-1016), Casagrande (2014) dentre outros autores que estudam Mead e as teorias críticas numa perspectiva emancipatória.


2018 ◽  
Vol 5 (2) ◽  
pp. 349-366
Author(s):  
Thiago Ferreira de Borges
Keyword(s):  

No presente artigo, busca-se refletir sobre o conceito de corpo, presente em algumas passagens da Dialética do Esclarecimento, obra dos anos de 1940, escrita por Max Horkheimer e Theodor W. Adorno, e na Dialética Negativa do ano de 1960, escrita por Adorno. O problema de fundo pertence à atual pesquisa de doutorado, na qual se trabalha o conceito de corpo na filosofia de Adorno. Parte do núcleo da investigação concentra-se nas variações entre as palavras Körper e Leib, utilizadas pelo filósofo de Frankfurt, e as possíveis consequências, no texto, para a dialética entre cultura e natureza ou, ainda, espírito e natureza. Também serão discutidas algumas incidências das leituras marxianas e freudianas na filosofia de Adorno para o tema em questão. 


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