scholarly journals AXEL HONNETH E A REFORMULAÇÃO DA IDEIA DO SOCIALISMO: DOS PROLETÁRIOS AOS CIDADÃOS

2018 ◽  
Vol 1 (36) ◽  
pp. 121
Author(s):  
Luiz Gustavo Da Cunha De Souza

Em seu recente estudo sobre a ideia do socialismo, Axel Honneth dedica algumas páginas de sua exposição a um tema lateral em seu modelo de Teoria Crítica: a reflexão sobre os destinatários do discurso crítico. Na década de 1930, o espectro do proletariado como o destinatário da Teoria Crítica foi um elemento central para o desenvolvimento dessa tradição de pensamento por Max Horkheimer, ainda que este autor efetuasse importantes rupturas com a herança legada por Karl Marx. Para gerações posteriores de teóricos críticos, porém, a reflexão sobre o destinatário do discurso crítico pareceu perder importância, junto com as dúvidas quanto à possibilidade emancipatória representada pelo proletariado, de modo que a retomada do tema por Honneth oferece a possibilidade de lançar um novo olhar sobre o tema. A fim de fazê-lo, este artigo explora (I) a herança do pensamento de Marx para o estabelecimento dos destinatários da Teoria Crítica; (II) a forma como Horkheimer se apropria desta herança ao mesmo tempo em que procura romper com alguns de seus elementos centrais; a maneira como Honneth reapresenta a questão, (III) primeiro como um teoria das instituições e (IV) depois como uma teoria da democracia direcionada aos cidadãos de modo geral.

Problemata ◽  
2016 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
pp. 169
Author(s):  
Tiago Porto

<p>Dentre as escolas de pensamento situadas no campo de estudo denominado Filosofia Política e Social, a Teoria Crítica recebe um lugar de destaque. Originária da Alemanha, buscava estudar os efeitos sociopolíticos do capitalismo a partir de um referencial marxista, utilizando uma metodologia multidisciplinar que abrangia Filosofia, Psicanálise, Ciências Sociais, Direito entre outras áreas de conhecimento. Longeva, a tradição inaugurada em Frankfurt no limite entre 1929 e 1930 por Theodor Adorno e Max Horkheimer, vive atualmente a sua terceira geração, sendo representada principalmente por Axel Honneth. Ainda que os referenciais teóricos dos seus integrantes fossem heterogêneos, passando de Karl Marx por Sigmund Freud e G.W.F. Hegel, uma categoria de estudo perpassou as três gerações, recebendo tônicas diferenciadas quanto ao seu diagnóstico: as patologias sociais. No presente artigo, pretende-se analisar de que forma Axel Honneth articula esse tópico dentro do seu <em>corpus </em>teórico. Para tanto, procederemos nossa investigação partindo inicialmente do conceito de desrespeito, fundamental para entendermos o alicerce conceitual empregado pelo filósofo; em seguida, nos concentraremos propriamente nas patologias sociais, analisando sobretudo a ideologia, a reificação e os paradoxos de individualização, enfermidades trabalhadas pelo autor; finalmente, encerramos este trabalho com um estudo do sentimento de injustiça e com a conclusão se Honneth oferece ou não uma solução prescritiva quanto as patologias sociais.</p>


SER Social ◽  
2016 ◽  
Vol 18 (38) ◽  
pp. 177-201
Author(s):  
Edemilson Paraná

O trabalho apresenta uma breve revisão do desenvolvimento da tradição de pensamento da Teoria Crítica ao longo de suas três gerações (aqui representadas, respectivamente, por Theodor Adorno e Max Horkheimer, Jurgen Habermas e Axel Honneth) em relação ao modo de como tratam, aproximando ou afastando-se deste eixo, a contradição capital-trabalho na explicação da dominação na modernidade capitalista. Ao situá-lo a partir dessa categoria, objetiva traçar o referido panorama da trajetória intelectual dessa linhagem na perspectiva de seu projeto fundacional de crítica radical da realidade social ancorada nas formulações de Karl Marx, como núcleo teórico-conceitual. Feito esse apanhado, argumenta que as distintas formas de negação do imperativo de ruptura sistêmica pela via revolucionária frente ao modo produção capitalista, verificadas nas propostas de tais autores, estão diretamente relacionadas à secundarização teórica da contradição capital-trabalho que estes empreendem na construção de suas formulações.


Author(s):  
Gustavo Chataignier ◽  
Keyword(s):  

O presente trabalho se debruça sobre a noção de crítica em filosofia, tendo por base alguns dos modelos chave erigidos pela chamada “Escola de Frankfurt”, a saber, o texto fundador de Max Horkheimer, “Teoria tradicional e teoria crítica”, e uma perspectiva contemporânea de sua terceira geração, com a concepção de Axel Honneth sobre o reconhecimento hegeliano, bem como seu comentário acerca de tal tradição. Além das descrições das referidas concepções, aposta-se na ideia de crítica como uma historicidade aberta, engendrada por uma dialética entre continuidade e ruptura, cuja norma exige o exame imanente caso a caso. Para tanto, mobilizam-se os conceitos modais de Hegel – necessidade, possibilidade, efetividade – guiados pela contingência, ao lado de uma noção de determinação presente.


2008 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 59
Author(s):  
Mauro Basaure

Axel Honneth ha sido incluido entre los intelectuales más influyentes de la actualidad. Ha sido reconocido, además, como el principal representante de la tercera generación de la Escuela de Frankfurt. Ese reconocimiento se debe a que Honneth ha desarrollado un programa de investigación que implica, al mismo tiempo, una continuidad y una ruptura con los intelectuales de la primera generación de dicha escuela y, en menor medida, aunque igualmente evidente, con su antecesor directo, Jürgen Habermas. Mediante una rápida reconstrucción, se presentan aquí, en primer lugar, algunos elementos clave de la obra de Axel Honneth. Esa reconstrucción ayuda a inscribir, dentro de una perspectiva más amplia, la entrevista que sigue a continuación. En ella, Honneth discute sobre el legado de la obra más conocida de la primera generación de la Escuela de Frankfurt: Dialéctica de la Ilustración de Theodor Adorno y Max Horkheimer.


2019 ◽  
Vol 46 (7) ◽  
pp. 810-828
Author(s):  
Pauline Johnson

Neo-liberalism is not working but carries on regardless. A society and all of its institutions modelled on market logics and imperatives has produced system crisis and has lost widespread popular support. To account for neo-liberalism’s continuing grip, we must submit this project to ideology critique. Max Horkheimer offers some relevant insights into what this requires. Ideology critique needs to come up with a competing measure of progress, it has to demonstrate why this ought to be the standard and it needs to expose the means by which this alternative is blocked. This article suggests that the normativity that underpins a social democratic project is best placed to prosecute these key tasks in a neo-liberal and historicizing age. It draws upon two major accounts of the ideological battlefield that has been staked out between neo-liberal and social democratic projects, looking to Wolfgang Streeck and Michel Foucault to identify the cultural resources that are available to, and the blocking strategies that have to be negotiated by, ideology critique in neo-liberal times. Finally it, turns to György Markus’s fine-grained and critical reading of the tasks of ideology critique outlined by Karl Marx. This section puts ideology critique into dialogue with a social democratic normativity in order to better consider the traction of ideology critique in a neo-liberal age.


Protrepsis ◽  
2017 ◽  
pp. 19-42
Author(s):  
José Alfonso Villa Sánchez

La formación profesional en filosofía debe poner la misma atención al contenido de los filósofos estudiados que al método del que dichos filósofos se valen, pues unas ideas se dejan expresar de unos modos mejor que de otros, y unos problemas filosóficos reclaman ser tratados más con un género literario que con otro. De manera que el método en filosofía no es un asunto menor en la formación del profesional de la filosofía. El presente estudio profundiza en el método utilizado por algunos pensadores consagrados en la historia de la filosofía, tomando como ejemplo algún fragmento significativo de su producción. Se trata de autores de la talla de Platón, Santo Tomás de Aquino y Søren Kierkegaard, David Hume, Friedrich Nietzsche y Ludwig Wittgenstein, Karl Marx y el trabajo conjunto de Max Horkheimer y Theodor W. Adorno, Martin Heidegger y Hans-Georg Gadamer.


2015 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 159
Author(s):  
Sermada Kelen Donatus

This essay elaborates the Critical Theory proposed by a group of German intellectuals who revived the anti-capitalist social theory of Karl Marx. They belong to what is called the “Frankfurt-School” which emphasises the contextualisation of Marx’ theory. Critical Theory emerged as a response to anti-socialist dominance in contemporary society. This essay takes up some of the ideas of Frankfurt-School members Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse and Jürgen Habermas. Critical Theory can impact greatly on how we read present-day Indonesian society which is being destroyed by the global capitalist-system which in turn is producing social diseases like systemic corruption. Keywords: Teori Kritis, sekolah Frankfurt, Karl Marx, Horkhmeimer, Adorno, Marcuse, Habermas, relevansi teori kritis, realitas sosial Indonesia.


2018 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 654
Author(s):  
Luiz Gustavo Da Cunha De Souza

This paper presents a discussion on how the concept of the division of labour within society appears in the work of Émile Durkheim, of Karl Marx, and of Axel Honneth. Historically, that notion has been related to Durkheim’s De la division du travail social, but it was also a subject to which Marx and, more recently, Honneth directed their attention. In highlighting how those three authors conceptualise the division of labour, this paper intents to show that all of them, with their respective particularities, conceive modern societies as a normative order based on the principle of mutual recognition, which for its part is expressed in the historical process of the division of labour. *** Divisão do trabalho em Durkheim, Marx e Honneth Contribuições para uma economia política de reconhecimento ***Este artigo discute como a ideia de divisão do trabalho social aparece nas obras de Émile Durkheim, Karl Marx e Axel Honneth. Historicamente, este conceito é associado ao sociólogo francês, mas também Marx e Honneth se referem a este tema e às suas implicações para as sociedades modernas. Ao ressaltar o modo como cada um destes três autores trata da questão, o artigo procura demonstrar que, apesar de suas diferenças, tanto em Durkheim quanto em Marx e Honneth é possível encontrar traços de uma concepção das sociedades modernas como uma ordem normativa na qual o princípio de reconhecimento recíproco, expresso no processo histórico de divisão do trabalho social, desempenha um papel central.Palavras-chave: Divisão do trabalho social; Émile Durkheim; Karl Marx; Axel Honneth; Reconhecimento.


Author(s):  
Franciele Bete Petry ◽  
Stefan Fornos Klein
Keyword(s):  

O presente artigo tem o objetivo de retomar alguns aspectos das contribuições para a relação entre a educação, a política, a democracia e os anseios de transformação social conforme expostos na teoria crítica, em textos de Karl Marx, Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. Ele perpassa, nesse sentido, elementos trazidos por Marx especificamente no que diz respeito aos processos educacionais e formativos no âmbito da relação capital-trabalho para, então, percorrer brevemente alguns traços da maneira como as formas repressivas de educação e a sua relação face ao ideal burguês de formação (Bildung) se apresenta em textos e intervenções de Adorno, realizadas ao longo das décadas de 1950 e 1960, na Alemanha. Finalmente, conclui ao articular essas reflexões com aquelas apresentadas por Max Horkheimer, nesse mesmo período, ambas à luz do processo de reconstrução e redemocratização da Alemanha pós-nacional-socialismo. Considera-se ser possível identificar, assim, contribuições relevantes para se pensar os processos educacionais, notadamente algumas de suas contradições, enfatizando a relevância premente da educação para a resistência, bem como indicando a relação explícita que tanto em Horkheimer quanto em Adorno está posta no que diz respeito à busca da democracia. Suas reflexões trazem as marcas indeléveis das formas de governo totalitárias que se disseminaram na Europa, sobretudo ao longo da primeira metade do século XX, e podem, em nossa interpretação, oferecer impulsos instigantes para que se examine os cenários contemporâneos, notadamente quando se considera o recrudescimento de sinais cada vez mais recorrentes de intolerância e perseguição política, religiosa e identitária em sentido mais amplo.Palavras-chave: Educação. Formação (Bildung). Teoria Crítica. Transformação Social. Democracia.


Author(s):  
Daniel Chaves de Brito ◽  
Jaime Luiz Cunha de Souza ◽  
Aucilene Moraes de Brito

O texto, especialmente, objetiva trazer uma reflexão sobre a sociedade de consumo e suas implicações, tanto para os sujeitos quanto para o processo civilizatório. O trabalho parte da tentativa de uma caracterização da modernidade com base na teoria elaborada por Karl Marx e o conceito de mercadoria; a partir de então apoiado na teoria de Sigmud Freud mostra os fatores desencadeantes do mal-estar na civilização; e, finalmente, com as contribuições de Theodor Adorno e Max Horkheimer, Anthony Giddens e Zygmunt Bauman aponta as consequências de uma época de aprofundamentos alienantes em torno da sociedade de consumo.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document