scholarly journals "NINGUÉM ESQUECE UMA COISA DESSAS": PROBLEMATIZAÇÕES SOBRE PARRICÍDIO E HOSPITAIS DE CUSTÓDIA

2016 ◽  
Vol 28 (1) ◽  
pp. 171-180 ◽  
Author(s):  
Marcele de Freitas Emerim ◽  
Mériti de Souza

Resumo O considerado inimputável é absolvido por não entender o caráter ilícito de seu ato, embora, por medida de segurança, seja internado compulsoriamente em um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (HCTP): uma instituição pertencente ao sistema penitenciário. Cria-se assim a ambígua figura dolouco infrator - ora criminoso, ora doente mental - que raramente vimos contemplada em discussões e ações nas áreas da saúde e do direito. Ainda menos acolhido será aquele que atentar contra a vida de seus genitores: o chamado parricida. A partir dos aportes teóricos de Michel Foucault, Giorgio Agamben e Jacques Derrida, este trabalho discute discursos e práticas que se debruçam tanto sobre a questão da loucura, da infração e do parricídio quanto sobre a instituição do HCTP como modalidade de contenção e encaminhamento para os inimputáveis; assim como serão apresentadas discussões a partir das falas de pessoas classificadas como loucas, infratoras, parricidas - internadas em um HCTP.

2018 ◽  
Vol 18 (3) ◽  
pp. 330-342
Author(s):  
Murilo Duarte Costa Corrêa

A Constituição de 1988 não deveria ser pensada como um documento que selaria a passagem da ditadura à democracia no Brasil. De Carl Schmitt a Giorgio Agamben, a teoria do Estado de exceção e sua crítica contribuíram para tornar visível a abscôndita indistinção entre Estado de direito e Estado de exceção. Uma constituição que se sucede a um período de exceção tanto o continua sob novos termos quanto encerra o gérmen para rupturas locais com o passado autoritário que insiste em repetir. Demonstrando algumas dessas relações de continuidade-ruptura na literatura sobre a transição política brasileira, este artigo propõe repensar a Constituição de 1988 a partir da categoria de arquivo, explorando-a no contágio recíproco entre as obras de Michel Foucault e Jacques Derrida. Isso permite desenvolver como saída política possível a relação entre uma política de arquivo e a prática de uma heterotopia constitucional.


2020 ◽  
pp. 213-240
Author(s):  
Ana Paula Penchaszadeh ◽  
Senda Sferco

En este artículo ofrecemos un análisis filosófico político de un caso “ejemplar” de criminalización de la solidaridad hacia migrantes y refugiados en la actualidad: el caso de Carola Rackete, capitana del Sea Watch 3, que en 2019 protagonizó un salvataje enel Mediterráneo. Con base en desarrollos teórico-conceptuales de autores centrales de la filosofía contemporánea como Michel Foucault, Giorgio Agamben, Judith Butler, Étienne Balibar y Jacques Derrida, buscamos abordar las contradicciones ético-políticas que conllevan hoy las prácticas de solidaridad hacia personas en situación de movilidad internacional. El manuscrito se encuentra divido en cuatro secciones: en la primera, analizamos el nivel jurídico del caso; en la segunda, abordamos la lucha jurídico-política en torno a la definición de “lugar seguro” y el problema del “tráfico de fronteras”; en la tercera, indagamos la cuestión de la personalización de las acciones solidarias como estrategia de despolitización del campo humanitario; y, en la cuarta, insistimos en la necesidad de reposicionar el alcance político del derecho humanitario hoy.


Author(s):  
Vanessa Lemm

Readers of Giorgio Agamben would agree that the German philosopher Friedrich Nietzsche (1844–1900) is not one of his primary interlocutors. As such, Agamben’s engagement with Nietzsche is different from the French reception of Nietzsche’s philosophy in Michel Foucault, Gilles Deleuze and Georges Bataille, as well as in his contemporary Italian colleague Roberto Esposito, for whom Nietzsche’s philosophy is a key point of reference in their thinking of politics beyond sovereignty. Agamben’s stance towards the thought of Nietzsche may seem ambiguous to some readers, in particular with regard to his shifting position on Nietzsche’s much-debated vision of the eternal recurrence of the same.


2010 ◽  
pp. 121-134
Author(s):  
Philippe Corcuff

Il saggio, nato da una conferenza sul tema della democrazia organizzata da "Attac", č una trattazione della questione dei processi di individualizzazione e disindividualizzazione in relazione all'impegno politico che ripercorre la produzione sociologica recente e attraversa le analisi di autori come Norbert Elias, Jacques Derrida e Michel Foucault. Particolare attenzione č rivolta al problema dei presupposti impliciti operanti nell'analisi sociologica e a quanto da essi deriva sul piano valutativo. L'autore, che propone un recupero critico della nozione di individualitÀ, mette in guardia da un lato rispetto a una considerazione atemporale delle categorie sociologiche e politiche, dall'altro rispetto alle riduzioni semplificanti dell'individualismo di cui sottolinea invece l'irriducibile complessitÀ.


Author(s):  
Nicolai Von Eggers ◽  
Mathias Hein Jessen

Michel Foucault developed his now (in)famous neologism governmentality in the first of the two lectures he devoted to ’a history of governmentality, Security, Territory, Population (1977-78) and The Birth of Biopolitics (1978-79). Foucault developed this notion in order to do a historical investigation of ‘the state’ or ‘the political’ which did not assume the entity of the state but treated it as a way of governing, a way of thinking about governing. Recently, the Italian philosopher Giorgio Agamben has taken up Foucault’s notion of governmentality in his writing of a history of power in the West, most notably in The Kingdom and the Glory. It is with inspiration from Agamben’s recent use of Foucault that Foucault’s approach to writing the history of the state (as a history of governmental practices and the reflection hereof) is revisited. Foucault (and Agamben) thus offer another way of writing the history of the state and of the political, which focuses on different texts and on reading more familiar texts in a new light, thereby offering a new and notably different view on the emergence of the modern state and politics.


2018 ◽  
Vol 13 (20) ◽  
Author(s):  
Diego Lock Farina

Publicada originalmente na coleção “La philosophie en effet”, da prestigiada editora Galilée, na França em 2015, com o título Demande. Philosophie, littérature, a coletânea de textos de Jean-Luc Nancy, inédita enquanto tal e organizada por Ginette Michaud, professora da Universidade de Montreal, chega ao Brasil devido à iniciativa em parceria entre a editora da UFSC e a editora Argos, da Unochapecó. Nancy (1940-), professor emérito da Universidade de Estrasburgo, é certamente um dos filósofos mais conceituados no universo acadêmico atual, ao lado de Alain Badiou, Hélène Cixous, Judith Butler, Giorgio Agamben e Jacques Rancière. Seu destaque se dá sobretudo em função das contribuições acerca do político e da democracia, da obra em conjunto com Philippe Lacoue-Labarthe, de seus escritos sobre Jacques Derrida e da preocupação constante em relacionar a arte de maneira geral com o pensamento filosófico. Sua produção, entretanto, é ainda pouquíssimo traduzida no Brasil. Na tarefa de suprir essa falta, Demanda: Literatura e Filosofia (365 p.) reúne textos de 1977 a 2015, disponíveis até então somente em periódicos ou resultantes de conferências e entrevistas, dando mostras da trajetória do autor no que concerne o debate entre o aproveitamento da literatura e do modo singular (a singularidade para Nancy é sempre uma singularidade plural) com que ela convoca a filosofia para um pensamento conjunto, crítico e afectante a respeito da vida, da atividade política e dos sentidos nas suas concepções mais amplas.


Profanações ◽  
2020 ◽  
Vol 7 ◽  
pp. 409-430
Author(s):  
Giovanna Faciola Brandão de Souza Lima ◽  
Ricardo Evandro Santos Martins ◽  
Paulo Henrique Araújo da Silva

Este artigo tratará sobre as declarações de Giorgio Agamben acerca da pandemia do novo coronavírus e sua ideia de guerra civil ou stasis. Tendo em vista a acusação de que, em sua leitura sobre o contexto pandêmico, o filósofo estaria apenas tentando ser coerente com sua própria filosofia, esta pesquisa se propõe a demonstrar de que forma um contexto emergencial, tal qual a pandemia atual, já era visualizado por Agamben como uma justificativa para que fossem implementadas medidas de exceção ou como manifestação de uma guerra civil mundial. Para tanto, foi realizada pesquisa essencialmente bibliográfica, tendo como principal referencial teórico os artigos do filósofo publicados no site Quodlibet, suas obras e demais textos anteriores à pandemia, sobretudo Stasis (2015), além de escritos de Michel Foucault, uma de suas principais referências. Palavras-chave: Pandemia. Agamben. Guerra civil. Exceção.


2017 ◽  
Vol 110 ◽  
pp. 95-106
Author(s):  
Adam Sulikowski

CONSTITUTIONALISM AND THE „REVENGE OF POSTMODERNISM”The main purpose of this article is to discuss the current situation of constitutional discourse as aresult of „Revenge of postmodernism”. This „Revenge” shows itself in taking over the methods of the leftist critique of democratic institutions by the radical right. This „Barbarization” of subtle methods of left-wing criticism leads to far-reaching consequences unforeseen by its founding fathers — Michel Foucault, Jacques Derrida or Judith Butler. The author, using various theories formulated by Chantal Mouffe, Ernesto Laclau and Artur Kozak, seeks to explain this phenomenon and to show its implications for the future evolution of the constitutional discourse.


E-Compós ◽  
2008 ◽  
Vol 7 ◽  
Author(s):  
Gustavo Souza

Este trabalho quer investigar os fatores que possibilitam a recorrente presença dos segmentos socialmente marginalizados na produção de documentários brasileiros após 1993 ou da “retomada”. Nosso enfoque concentra-se nos documentários que apresentam como personagens pessoas ou grupos diretamente vinculados ao contexto de violência urbana. Partimos do pressuposto que a visibilidade conquistada por esses setores relaciona-se, de uma forma ou de outra, às demarcações da “diferença” e às estruturas de poder. Para tanto, tomaremos como referência a leitura do conceito de différance, de Jacques Derrida, empreendida por Stuart Hall e os estudos sobre formações e estruturas de poder realizados por Michel Foucault e Gilles Deleuze


2003 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
pp. 11-28 ◽  
Author(s):  
Marie Cuillerai ◽  
Marc Abélès

Résumé La mondialisation est souvent décrite comme un phénomène principalement économique, et l’intérêt d’une approche anthropologique est d’en saisir la dimension géo-culturelle. Notre but est de faire apparaître tout l’intérêt de cette perspective en nous référant aux travaux d’Arjun Appadurai. Ce dernier met en évidence la crise de l’État-nation traditionnel et l’impact de la circulation des individus et des informations. Dans ce contexte, l’imagination joue un rôle essentiel, il est possible de produire de nouvelles localités. On confronte ici l’analyse d’Appadurai à une autre perspective qui souligne aussi l’importance des déplacements de population, mais place l’accent sur la dimension bio-politique de cette situation. En nous référant aux travaux de Michel Foucault et de Giorgio Agamben, nous montrerons que la prise en compte de cette perspective bio-politique peut permettre de mieux comprendre certains aspects de la mondialisation qui échappent à l’approche géo-culturelle.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document