O presente artigo pretende investigar as percepções de vivências do corpo, do gênero e da sexualidade em indivíduos bissexuais, através de uma revisão sistemática da literatura, recorrendo a uma pesquisa de cunho qualitativo. A partir disso, se vislumbra diversas reflexões acerca da orientação sexual denominada bissexualidade. Entretanto, há uma escassez de pesquisas científicas que retratem a bissexualidade de forma protagonista entre as ditas “minorias sexuais”, dada a escassez de produções, pois poucos autores têm se debruçado sobre esse estudo de forma crítica, retratando a bissexualidade como uma forma de expressão legitimada e genuína de atração e de desejo. Destarte, é possível enxergar a bissexualidade como desvelamento de uma realidade múltipla, pois é capaz de implodir a binaridade heterossexual/homossexual, sendo uma fronteiriça sexual que subverte padrões normativos. Sublinha-se a necessidade de vislumbrar a bissexualidade através de uma óptica em que seja primordial a problematização das representações sociais e dos estereótipos acerca dos bissexuais, como os relacionados a denominação de “fase” a essa orientação sexual, a autoidentificação como forma de fuga a homoafetividade e a ligação com a promiscuidade, visualizando esses preconceitos e discriminações bifóbicas como fonte de sofrimento.