scholarly journals Meu corpo daria um romance rizomático

Raído ◽  
2018 ◽  
Vol 12 (31) ◽  
pp. 58-68
Author(s):  
José Veranildo Lopes da Costa Junior ◽  
Roniê Rodrigues da Silva

Este artigo objetiva realizar uma leitura crítica da narrativa Meu corpo daria um romance (1984), do escritor mineiro Herbert Daniel, cuja trama principal conta a história do protagonista Daniel, que após beijar o seu namorado, em uma parada de ônibus na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, vivencia, ao longo de onze minutos, uma série de discursos e olhares homofóbicos. Em nossa análise, buscamos aproximar os processos de subjetivação do personagem ao conceito de rizoma, proposto pelos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari (2011), destacando em nosso exame como Daniel representa um corpo rizomático, enquanto que as cenas protagonizadas pelos demais personagens secundários caracterizam a ideia de organismos tradicionais e sexistas.

Revista Prumo ◽  
2021 ◽  
Vol 6 (9) ◽  

Desde o início da Idade Moderna, a maneira como enxergamos a realidade à nossa volta esteve pautada por uma lógica inevitavelmente contextualista, linear e contínua. Fragmentação e anacronismo são, assim, propriedades inconcebíveis do espaço e do tempo, o que se reflete na maneira como se percebe e se age na cidade. Contudo, autores como Gilles Deleuze e Félix Guattari, Peter Eisenman e Robert Smithson (entre outros e outras), com seus respectivos conceitos de Rizoma, Diagrama e Site/Non-site exploram a potência e as múltiplas possibilidades de um espaço-tempo intermediado pela modernidade. O presente ensaio lança mão desses conceitos com o intuito de fazer emergir uma outra realidade. Para tanto, propõe um grid ficcional como ferramenta que opera sobre a cidade factual do Rio de Janeiro, que assim se transforma em um Rio aos Pedaços. Palavras-chave: Rio de Janeiro; Rizoma; Diagrama; Grid. Abstract Since the beginning of the Modern Age, the way we see the reality around us has been guided by an inevitably contextualist, linear and continuous logic. Fragmentation and anachronism are, therefore, inconceivable properties of both space and time, precluding the way one perceives and acts upon the city. Yet, authors such as Gilles Deleuze and Félix Guattari, Peter Eisenman and Robert Smithson (among others), with their respective concepts of Rhizome, Diagram and Site/Non-site, have explored the power and multiple possibilities of a space-time alien to the modern worldview. This essay makes use of these concepts in order to bring about another reality. To this effect, it proposes a fictional grid that acts upon the factual city of Rio de Janeiro, which becomes a Rio in Pieces. Keywords: Rio de Janeiro; Rhizome; Diagram; Grid.


polemica ◽  
2018 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 21-30
Author(s):  
Gian Cabral De Lima ◽  
Maria Helena Zamora

Resumo: O presente trabalho consiste no relato de uma experiência de campo ocorrida em uma escola estadual no município de Niterói. A discussão procura se pautar nas diretrizes da pesquisa interversão e da análise institucional para habitar o espaço existencial em questão com o objetivo de analisar as práticas educacionais exercidas neste campo. O método utilizado foi a cartografia de Gilles Deleuze e Felix Guattari. Foi analisada nesta instituição a possível emergência de um grupo sujeito e suas decorrentes práticas de liberdade exercidas através de um dispositivo criado pelos próprios participantes da pesquisa, um projeto pedagógico que visa uma educação libertadora e autogestionária. Todo o processo é pensado dentro do contexto socioeconômico brasileiro e fluminense, para, por fim, se dar a análise do que foi relatado.Palavras-chave: Experiência. Pedagogia. Escola.Abstract: The present work consists on the report of a field experience that occurred in a state school in the city of Niterói. The discussion tries to be guided by the guidelines of the interversion research and the institutional analysis to inhabit the existential space in question with the objective of analyzing the educational practices practiced in this field. The method used was the cartography of Gilles Deleuze and Felix Guattari. It was analyzed in this institution the possible emergence of a subject group and its resulting practices of freedom exercised through a device created by the participants of the research, a pedagogical project that aims at a liberating education and self-management. The whole process is thought within the Brazilian and Rio de Janeiro socioeconomic context, in order, finally, to give the analysis of what was reported.Keywords: Experience. Pedagogy. School.


Author(s):  
Anelice Astrid RIBETTO ◽  
Luma Balbi de Figueiredo CORDEIRO

este artigo é fruto da composição da pesquisa de mestrado “Cartografando gestos escolares de surdos em Rio Bonito: entre o Maior e o menor da educação”. Ela trata das tensões entre as Histórias, as Políticas da Educação de Surdos e as histórias escolares de quatro pessoas surdas de Rio Bonito, município localizado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Gilles Deleuze e Félix Guattari nos apresentam o conceito de literatura menor, como dispositivo para estudar a obra de Franz Kafka. Neste sentido, tentamos promover um deslocamento: usar esse conceito, operando com a noção de histórias menores, como dispositivo para pensarmos as trajetórias escolares dos surdos como formas de resistências às formas em que hegemonicamente vêm sendo inventados e em decorrência desta invenção, quais políticas educacionais vêm sendo promovidas para a escolarização deles.


2020 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
Author(s):  
Daniela Lopes Oliveira Dourado ◽  
Cinara Barbosa de Oliveira Morais

O Livro Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade organizado por Eduardo Passos, Virgínia Kastrup e Liliana da Escóssia é uma obra de 207 páginas, em oito capítulos denominados por “Pistas” que são estruturados no formato de coletânea de artigos, resultado da produção de pesquisa dos professores do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense e do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro orientadas pelos fundamentos teóricos de Gilles Deleuze e Félix Guattari  a partir da obra Os Mil Platôs publicada em 1995. Apresenta um diálogo metodológico que discute sobre as lacunas das pesquisas quantitativas e qualitativas, visto que ambas podem constituir práticas cartográficas, desde que garantam acompanhamento de processos. E neste ponto tem-se o principal fundamento sobre a pesquisa com base no método da cartografia social, quer dizer, o processo da investigação orientado por um método igualmente processual. A perspectiva da obra não é definir regras ou protocolos de passos metodológicos de pesquisas, traz diversos estudos que apresentam pistas para o entendimento sobre a cartografia social que respeita as especificidades da autoria e dos diversos contextos de investigações. Por fim, seus artigos oportunizam a compreensão da expressão do método na prática com articulação teórica da pesquisa-intervenção, entendendo que, exprimem parâmetros importantes para todos que queiram compreender o método cartográfico e desenvolver pesquisa nesta fundamentação metodológica, como pesquisadores, professores e estudantes de graduação e pós-graduação das diversas áreas implicadas com as ciências sociais.


Reflexão ◽  
2019 ◽  
Vol 43 (2) ◽  
pp. 205
Author(s):  
Giovanni Felipe Catenaci

O presente artigo tem como objetivo apresentar a plausibilidade da seguinte hipótese: a partir do cotejamento das reflexões de Giorgio Agamben, Gilles Deleuze e Félix Guattari, é possível concebermos a loucura como uma experiência de profanação do pensamento. Para tanto, se tomará como ponto de partida Estamira, protagonista do documentário de José Padilha e Marcos Prado, lançado em 2006, diagnosticada clinicamente como esquizofrênica. É a partir do encontro com esta mulher de 63 anos, catadora de lixo, moradora do Jardim Gramacho na Baixada Fluminense no Rio de Janeiro e louca, que se começara a formular a hipótese deste estudo. A fim de sustentarmos teoricamente essa asserção, este texto será divido em três seções. Respectivamente: “Introdução”: na qual se começará a demonstrar a pertinência de pensarmos a loucura na esteira dos estudos da religião, tendo nesse momento o conceito agambeniano de profanação como principal referencial teórico. Na sequência, se passará ao “Desenvolvimento”: que é composto de duas partes, estando a primeira voltada para a compreensão das “formas-de-vida” em Agamben, através das quais poderá ser possível se aproximar de Deleuze e Guattari e suas teses acerca da esquizofrenia como processo. Finalmente, em “Considerações finais”: arriscar-se-à a esboçar alguns traços de um pensamento profano.


Author(s):  
Bruno Gonçalves Borges

O problema que pretende responder este texto pode ser resumido ao questionamento acerca do processo que levou a pedagogia a se tornar uma peça indispensável de uma engenhosa estrutura de produção de subjetividades na era capitalista. Para tanto, esse problema ganha contornos a partir do esboço de um cenário dual, em que há de um lado, um Pequeno Emílio, originário da obra rousseauniana , desprendido do desejo de formulação de um padrão subjetivo, ainda que aspectos de um naturalismo liberal sejam pertinentes a ele; e, de outro, um Grande Emílio, produto de uma “pequena”, mas incessante e, talvez, pretensiosa resposta ao problema do governo de si e dos outros por meio dos usos de uma pedagogia científica e suas variações, encerrada na ideia de formação plena de um corpo social que reduz a multiplicidade aos níveis economicamente produtivos. Ao propor a abordagem em questão, este texto lança mão de uma análise ao estilo esquizo dos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari de textos importantes para a filosofia da educação e da própria pedagogia em função de encontrar suporte para os elementos de uma produção subjetiva em curso que passa pela pedagogia.


Ramus ◽  
2020 ◽  
Vol 49 (1-2) ◽  
pp. 213-235
Author(s):  
Michiel van Veldhuizen

The reception of Circe's island in and through Classical Antiquity has largely focused on the enigmatic sorceress herself. The long literary chain of interpretive topoi—Circe the witch, the whore, the temptress—stretches from Apollonius, Virgil, Ovid, and Dio Chrysostom to Spenser, Calderón, Joyce, Margaret Atwood, and Madeline Miller. Her role as Odysseus’ benefactor, so unmistakable in Homer, is soon forgotten; to Virgil, she is above all dea saeva, (‘the savage goddess’, Aen. 7.19). One distinguishing feature of Circe and her reception is the focus on representation: the enchantment of Circe, as Greta Hawes puts it, is above all a study in allegory. From the moment Circe put a spell on Odysseus’ companions, transforming them into animals in Book 10 of the Odyssey, Circe has invited analogical reasoning, centered on what the transformation from one being into another represents. More often than not, this transformation is interpreted according to a dualist thinking about humans and animals: subjects are transformed from one being into another being, thus representing some moral or physical degradation. This article, by contrast, concentrates on Circe's island through the lens of becoming-animal, the concept developed by Gilles Deleuze and Félix Guattari in the tenth plateau of A Thousand Plateaus, ‘1730: Becoming-Intense, Becoming-Animal, Becoming-Imperceptible…’. I explicate the concept of becoming-animal by applying it to a Deleuzian encounter with Circe's island, both in its ancient articulations and in its various receptions, including H.G. Wells's science fiction novel The Island of Dr. Moreau.


2021 ◽  
Vol 13 (10) ◽  
pp. 5588
Author(s):  
Anita Tvedt Crisostomo ◽  
Anne B. Reinertsen

In this article, we seek to theorize the role of the kindergarten teacher as an agency mobiliser for sustainability through keeping the concept of the child in play, ultimately envisioning the child as a knowledgeable and connectable collective. This implies a non-dialectical politics of multiplicity ready to support and join a creative pluralism of educational organization and teacher roles for sustainability. Comprising friction zones between actual and virtual multiplicities that replace discursive productions of educational policies with enfoldedness, relations between bodies and becomings. This changes the power, position and function of language in and for agency and change. Not through making the child a constructivist change-agent through language but through opening up the possibilities for teachers to explore relations between language and matter, nature and culture and what might be produced collectively and individually. We go via the concepts of agencement expanding on the concept of agency, and conceptual personae directing the becoming of the kindergarten teacher. Both concepts informed by the transformational pragmatics of Gilles Deleuze (1925–1995) and Félix Guattari (1930–1992). The overarching contribution of this article is therefore political and pragmatic and concerns the constitution of subjectivity and transformative citizenships for sustainability in inter- and intra-generational perspectives.


PMLA ◽  
2003 ◽  
Vol 118 (1) ◽  
pp. 114-119 ◽  
Author(s):  
Roger Bartra

Ecology defines territory as an area defended by an organism or a group of similar organisms with the purpose of pairing off, nesting, resting, and feeding. The defense of this space frequently brings about an aggressive behavior toward intruders and the marking of boundaries by means of repulsive chemical odors. Human beings, though they lack a precise ecological niche and are capable of adapting themselves to diverse spaces, also define territorial limits, from which emanate particular aromas that identify certain social groups. This is a question not of chemical perfumes but rather of codified cultural effusions that fill these groups with pride, even though they may, on occasion, strike others as repulsive. Many years ago, theories established that modern society impels a relentless process of deterritorialization and decodification, a process that tends to be ill regarded by ecologists, the populist left, fundamentalists, and conservatives. The proponents of this idea in the 1970s, Gilles Deleuze and Félix Guattari, stated in their renowned but forgotten book Anti-Oedipus (1972) that this process would end in the liberation of “desiring machines” and the dismantling of the oppressive state, in the same way that the death of God announced by Nietzsche was to be a liberating catastrophe. It is curious that these theories should end up hermetically codified and entombed beneath the seven seals of postmodernism and deconstruction, in the territory of an insufferable and unnecessary jargon.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document