scholarly journals O tormento da humanidade: requerentes de asilo LGBT na Europa enfrentando os limites dos direitos humanos

2018 ◽  
Vol 63 (2) ◽  
pp. 217
Author(s):  
Lorenzo Bernini

O que é o “humano” no humano? O que faz um ser vivente ser humano? Em caso de dúvida, quem decide se um ser vivente é um ser humano? Uma cultura política liberal baseada no valor dos direitos humanos não pode evitar essas questões. Assim, este artigo usará diferentes quadros interpretativos (Thomas Hobbes, Michel Foucault, Leo Bersani, Giorgio Agamben, Judith Butler, Lee Edelman, Jasbir Puar) para dar conta da permanência de uma decisão soberana sobre o humano no governo biopolítico do presente. Exemplo disso é condição de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais vindos do continente africano para requerer asilo na Europa. Perseguidos em seus países por sua orientação sexual ou identidade de gênero, em muitos casos atravessam o Mediterrâneo em barcos precários até a terra firme – reviravolta do destino – nas mesmas ilhas em que o fascismo italiano costumava confinar homens homossexuais. Lá, são “recebidos” em campos para imigrantes ilegais onde sua completa humanidade, negada por seus países de origem, será examinada por uma comissão. Apenas se reconhecidos como membros autênticos de uma minoria sexual eles se beneficiarão da totalidade dos direitos humanos no continente europeu. Caso contrário, correm o risco de serem forçados a sair da Europa – e da humanidade. Longe de ser uma viagem de esperança, com origem na barbaridade para chegar-se à modernidade, a jornada, iniciada na África e para a Europa, torna-se um arcaico tormento.

2018 ◽  
Vol 18 (32) ◽  
pp. 109
Author(s):  
Cecília Sánchez

Este artículo se propone desarrollar algunos aspectos de las rutas y desvíos experimentados por Michel Foucault acerca de lo que entiende por políticas de la verdad en el marco de una crítica a la racionalidad moderna. Este recorrido es necesario para juzgar los motivos que lo llevan a desarrollar su enfoque de la “biopolítica” y su repercusión en la concepción política del cuerpo contemporáneo. Con relación a las controversias y apoyos que suscita esta perspectiva, señalaremos la implicancia de la biopolítica en el pensamiento de autores como Giorgio Agamben, Judith Butler y también en el pensamiento latinoamericano más reciente, me refiero al uso de la biopolítica y de otras categorías foucaultianas en el pensamiento de Santiago Castro-Gómez. Al finalizar, se examinan las nuevas posiciones que ocupa el intelectual cuyo pensamiento arranca de las políticas de la verdad y ya no desde la verdad. En especial, se consideran las críticas de Foucault a Sartre y Habermas, así como las críticas de Dussel y Bhabha al eurocentrismo de Foucault.


2018 ◽  
Vol 23 (0) ◽  
Author(s):  
PATRÍCIA DANIELA MACIEL ◽  
MARIA MANUELA ALVES GARCIA

RESUMO Com base em relatos autobiográficos de um grupo de sete mulheres professoras da educação básica que em algum momento assumiram-se lésbicas, discute-se, valendo-se de discursos de gênero, como elas produzem a docência e o currículo. Como referências, utiliza-se a noção de experiência de Walter Benjamin, Giorgio Agamben e Jorge Larrosa, que inspirou a coleta e a análise das narrativas. Aliam-se a esses estudos as contribuições de Michel Foucault acerca da sexualidade e do cuidado de si e a crítica de Judith Butler ao sistema corpo/sexo/gênero. Conclui-se que as experiências das professoras como lésbicas nas escolas produzem uma pedagogia que atua não apenas como questionamento dos padrões heteronormativos, mas como uma produção de conhecimento próprio pela qual elas reinventam suas identidades como professoras.


2019 ◽  
Vol 1 (11) ◽  
pp. 01-04
Author(s):  
Elias Ferreira Veras ◽  
Kleber Simões ◽  
Durval Muniz de Albuquerque Junior

Inspirado por Judith Butler, Michel Foucault, Giorgio Agamben, Paul B. Preciado, Angela Davis, Jasbir Puar, Achille Mbembe, Lélia Gonzalez, dentre outrxs, o presente dossiê problematiza como se articularam/articulam sexualidade, gênero e política nos contextos históricos (brasileiro e internacional) marcados pelos regimes de exceção. Corpos-vivos; corpos-mortos; Corpos alijadxs; corpos aliadxs; Corpos em luto; Corpos em luta


2020 ◽  
pp. 213-240
Author(s):  
Ana Paula Penchaszadeh ◽  
Senda Sferco

En este artículo ofrecemos un análisis filosófico político de un caso “ejemplar” de criminalización de la solidaridad hacia migrantes y refugiados en la actualidad: el caso de Carola Rackete, capitana del Sea Watch 3, que en 2019 protagonizó un salvataje enel Mediterráneo. Con base en desarrollos teórico-conceptuales de autores centrales de la filosofía contemporánea como Michel Foucault, Giorgio Agamben, Judith Butler, Étienne Balibar y Jacques Derrida, buscamos abordar las contradicciones ético-políticas que conllevan hoy las prácticas de solidaridad hacia personas en situación de movilidad internacional. El manuscrito se encuentra divido en cuatro secciones: en la primera, analizamos el nivel jurídico del caso; en la segunda, abordamos la lucha jurídico-política en torno a la definición de “lugar seguro” y el problema del “tráfico de fronteras”; en la tercera, indagamos la cuestión de la personalización de las acciones solidarias como estrategia de despolitización del campo humanitario; y, en la cuarta, insistimos en la necesidad de reposicionar el alcance político del derecho humanitario hoy.


Author(s):  
Vanessa Lemm

Readers of Giorgio Agamben would agree that the German philosopher Friedrich Nietzsche (1844–1900) is not one of his primary interlocutors. As such, Agamben’s engagement with Nietzsche is different from the French reception of Nietzsche’s philosophy in Michel Foucault, Gilles Deleuze and Georges Bataille, as well as in his contemporary Italian colleague Roberto Esposito, for whom Nietzsche’s philosophy is a key point of reference in their thinking of politics beyond sovereignty. Agamben’s stance towards the thought of Nietzsche may seem ambiguous to some readers, in particular with regard to his shifting position on Nietzsche’s much-debated vision of the eternal recurrence of the same.


Author(s):  
Laura Salah Nasrallah

Through case studies of archaeological materials from local contexts, Archaeology and the Letters of Paul illuminates the social, political, economic, and religious lives of those whom the apostle Paul addressed. Roman Ephesos, a likely setting for the household of Philemon, provides evidence of the slave trade. An inscription from Galatia seeks to restrain traveling Roman officials, illuminating how the travels of Paul, Cephas, and others may have disrupted communities. At Philippi, a donation list from a Silvanus cult provides evidence of abundant giving amid economic limitations, paralleling practices of local Christ followers. In Corinth, a landscape of grief includes monuments and bones, a context that illumines Corinthian practices of baptism on behalf of the dead and the provocative idea that one could live “as if not” mourning. Rome and the Letter to the Romans are the grounds to investigate ideas of time and race not only in the first century, when we find an Egyptian obelisk inserted as a timepiece into Augustus’s mausoleum complex, but also of Mussolini’s new Rome. Thessalonikē demonstrates how letters, legend, and cult are invented out of a love for Paul, after his death. The book articulates a method for bringing together biblical texts with archaeological remains in order to reconstruct the lives of the many adelphoi—brothers and sisters—whom Paul and his co-writers address. It is informed by feminist historiography and gains inspiration from thinkers like Claudia Rankine, Judith Butler, Giorgio Agamben, Wendy Brown, and Katie Lofton.


2011 ◽  
Vol 43 (2) ◽  
pp. 19-32 ◽  
Author(s):  
Sally Ann Ness

No critic of phenomenology, arguably, has been more influential in prefiguring recent discourses on power, gender, and sexuality that have emerged in dance studies in recent decades than the philosopher-historian-critic Michel Foucault. The number of dance scholars directly citing Foucault, and the number influenced indirectly by his ideas through intermediary theorists such as Judith Butler—perhaps the single most popular one—is so large as to require an essay of its own just to survey. Virtually every analysis of choreographic practice that has addressed these topics since the 1980s has drawn directly or indirectly on Foucault's theories. Indeed, the very mention of the term “discipline” in current dance scholarship (and many related fields as well) more or less automatically makes reference to Foucault's genealogical study of incarceration,Surveiller et punir. Naissance de la prison, translated into English asDiscipline and Punish: Birth of the Prison, and, in particular to the chapter, “Les corps dociles” or “Docile Bodies” (Foucault 1975, 137–171; 1975/1995, 135–170).


2016 ◽  
Vol 28 (1) ◽  
pp. 171-180 ◽  
Author(s):  
Marcele de Freitas Emerim ◽  
Mériti de Souza

Resumo O considerado inimputável é absolvido por não entender o caráter ilícito de seu ato, embora, por medida de segurança, seja internado compulsoriamente em um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (HCTP): uma instituição pertencente ao sistema penitenciário. Cria-se assim a ambígua figura dolouco infrator - ora criminoso, ora doente mental - que raramente vimos contemplada em discussões e ações nas áreas da saúde e do direito. Ainda menos acolhido será aquele que atentar contra a vida de seus genitores: o chamado parricida. A partir dos aportes teóricos de Michel Foucault, Giorgio Agamben e Jacques Derrida, este trabalho discute discursos e práticas que se debruçam tanto sobre a questão da loucura, da infração e do parricídio quanto sobre a instituição do HCTP como modalidade de contenção e encaminhamento para os inimputáveis; assim como serão apresentadas discussões a partir das falas de pessoas classificadas como loucas, infratoras, parricidas - internadas em um HCTP.


Author(s):  
Nicolai Von Eggers ◽  
Mathias Hein Jessen

Michel Foucault developed his now (in)famous neologism governmentality in the first of the two lectures he devoted to ’a history of governmentality, Security, Territory, Population (1977-78) and The Birth of Biopolitics (1978-79). Foucault developed this notion in order to do a historical investigation of ‘the state’ or ‘the political’ which did not assume the entity of the state but treated it as a way of governing, a way of thinking about governing. Recently, the Italian philosopher Giorgio Agamben has taken up Foucault’s notion of governmentality in his writing of a history of power in the West, most notably in The Kingdom and the Glory. It is with inspiration from Agamben’s recent use of Foucault that Foucault’s approach to writing the history of the state (as a history of governmental practices and the reflection hereof) is revisited. Foucault (and Agamben) thus offer another way of writing the history of the state and of the political, which focuses on different texts and on reading more familiar texts in a new light, thereby offering a new and notably different view on the emergence of the modern state and politics.


Question ◽  
2019 ◽  
Vol 1 (64) ◽  
Author(s):  
Cassiana Lopes Stephan

No presente ensaio, tentaremos entender em que medida a tradição filosófica galgada no princípio de igualdade, atrelado à noção de natureza humana, teria paulatinamente conduzido à justificação e, até mesmo, à fundamentação da desconsideração ético-política do animal e da animalidade. Mais precisamente, a partir de uma perspectiva que interpreta os estudos de Michel Foucault acerca do cuidado de si no período socrático-platônico, sob a luz [A] das análises de Jean-Pierre Vernant no que concerne às diferenças entre a Antiguidade arcaica e a clássica e [B] das reflexões de Judith Butler a propósito da violência moral, indicaremos de que modo a emergência filosófica do princípio de igualdade teria influenciado na estruturação de uma dinâmica moralista que violenta explícita ou implicitamente o animal e, com ele, todos e todas que se distinguem biológica ou eticamente das normas que descrevem o ser humano e que prescrevem a sua humanidade. O nosso artigo é constituído por quatro partes que marcam a temporalidade da questão animal e que manifestam sua urgência no presente histórico. Através da narração de possíveis articulações entre o presente e o passado, buscamos diagnosticar os limites antropocêntricos da filosofia ético-política e, ao mesmo tempo, vislumbrar relações não-antropocêntricas entre humanos e animais. 


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document