O ÁLBUM SANDINISTA!: AGENCIAMENTOS E FRONTEIRAS MUSICAIS DO GRUPO THE CLASH // THE SANDINISTA! ALBUM: AGENCEMENTS AND MUSICAL BOUNDARIES OF THE BAND THE CLASH
O movimento punk inglês produziu rompimentos com o rock mainstream da indústria fonográfica, mas após algum tempo, sua estética se estabeleceu como fórmula cristalizada. No álbum Sandinista! (1980), a banda inglesa The Clash se afasta dessa rigidez musical ao movimentar-se para as fronteiras, em contato com outras culturas e seus agenciamentos textuais. Essa mudança é um aspecto fundamental na construção da linguagem híbrida do disco que difere dos moldes identitários do punk rock. Com base nos Estudos Culturais e na Semiótica da Cultura, este artigo visa demonstrar como o grupo propôs uma arte de fronteira musical e política com o chamado Terceiro Mundo, usando textos (dub, jazz, soul, hip hop, calypso) geradores de uma semiótica que difere do regime significante (DELEUZE; GUATTARI, 1995) do punk britânico.