As ironias do conceito socrático em Kierkegaard
Resumo: O presente artigo visa fazer uma análise do socratismo em O conceito de Ironia de Kierkegaard, para isso, pressupomos o valor da ironia na antiguidade e das visões pós-socráticas. Buscamos assim, também, entender essencialmente a relação entre o filósofo e as ironias dos pontos de vista pagão e cristão. Por fim, vimos na visão da morte uma ironia do destino, que por sua vez abre a perspectiva entre o trágico e o cômico. Para tal investigação, utilizamos comentadores como Vergote, Farago, Politis, Stewart e principalmente Reichmann. Dessa maneira, chegaremos ao desfecho no qual Kierkegaard faz a transposição da realidade grega para a atualidade do seu contexto, com a possibilidade do uso adequado de uma ironia controlada.Palavras-chave: Humor. Cômico. Destino. Abstract: This article aims to make an analysis of Socratism in Kierkegaard's Concept of Irony, for which we presuppose the value of irony in antiquity and post-Socratic visions. We also seek to understand, essentially, the relation between the philosopher and the ironies from the pagan and Christian point of views. Finally, we saw in the vision of death an irony of fate, which in turn opens the perspective between the tragic and the comic. For such investigation, we use commentators like Vergote, Farago, Politis Stewart and mainly Reichmann. In this way, we will arrive at the outcome in which Kierkegaard transposes Greek reality to the actuality of his context, with the possibility of proper use of controlled irony.Keywords: Humor. Comic. Destiny. REFERÊNCIASAMARAL, Ilana. O 'Conceito' de Paradoxo (Contantemente referido a Hegel) - Fé, história e linguagem em S. Kierkegaard. Tese de Doutorado. São Paulo: PUC, 2008. 247 f.FARAGO, France. Compreender Kierkegaard. Tradução de Ephraim Alves. Petrópolis: Ed. Vozes, 2006.GOUVÊA, Ricardo. Paixão pelo paradoxo: Uma introdução a Kierkegaard. São Paulo: Fonte Editorial, 2006.HOWLAND, Jacob. Kierkegaard and Socrates: A study in philosophy and faith. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.KIERKEGAARD, Søren. O conceito de Ironia constantemente referido à Sócrates. Tradução de Álvaro Valls. Petrópolis: Editora Vozes, 1991._______. Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor: uma comunicação direta, relatório à História. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições 70, 2002.OUBINHA, Oscar. Loquere ut Videam: “’Guilty?/‘Not Guilty?” and The writing of irony. IN: JUSTO; SOUSA: ROSFORT. Kierkegaard and the challenges of infinitude – Philosophy and literature in Dialogue. Lisboa: CFUL, 2013.REICHMANN, Ernani. Soeren Kierkegaard: Textos selecionados. Curitiba: Editora Imprensa Universitária, 1978._______. Intermezzo lírico-filosófico: Carta a Carlos Galvez. Curitiba: Edição do autor, 1963.SILVA, Fernando. A subjectivity raised to the second power – Kierkegaard’s view of Schelegel’s Concept of Irony. In: JUSTO; SOUSA: ROSFORT. Kierkegaard and the challenges of infinitude: Philosophy and literature in Dialogue. Lisboa: CFUL, 2013.STEWART, Jon. Søren Kierkegaard: subjetividade, ironia e a crise da modernidade. Tradução de Humberto Souza. Petrópolis: Vozes, 2017.PLATÃO. Apologia de Sócrates. In: Os pensadores. Tradução de Jaime Bruna. 2ª Ed.. São Paulo: Abril Cultural, 1980._______. Diálogos: Eutífron – Apologia de Sócrates – Críton – Fédon. Tradução de Marcio Pugliesi. São Paulo: Hemus, 1977.POLITIS, Hélène. Le concept de philosophie constamment rapporté à Kierkegaard. Paris: Editions Kimé, 2009.VERGOTE, Henri. Sens et Repetition: essai sur la ironie kierkegaardiene. Paris: Cerf/Orante, 1982.