Gadamer com Platão e o conhecimento na hermenêutica filosófica

2019 ◽  
Vol 11 (2) ◽  
pp. 23-38
Author(s):  
Cristian Marques

Resumo: O objetivo deste artigo é explicitar aspectos da interpretação de Gadamer à Carta Sétima de Platão que lancem luz sobre quais traços fundamentais são imprescindíveis a uma epistemologia que se ancore na hermenêutica filosófica. Merold Westphal propôs em um artigo que a hermenêutica filosófica poderia fornecer elementos para uma renovação da epistemologia analítica. O presente trabalho inscreve-se no interesse amplo de tratar sobre que implicações teriam para noção de conhecimento se a epistemologia seguisse o caminho apontado por Westphal. Para tanto, escolhemos um trabalho onde Hans Georg Gadamer, principal defensor da hermenêutica filosófica, explora uma interpretação fenomenológica de Platão em que identificamos elementos relevantes para pensar a noção de conhecimento dentro dessa chave de leitura. Hans-Georg Gadamer explora, sob a luz de sua concepção ontológico-hermenêutica, o texto da Carta Sétima, dando um entendimento renovado a alguns aspectos da obra platônica, bem como indicações a uma compreensão fenomenológica do conhecimento.  Palavras-chave: Teoria do Conhecimento. Gadamer. Platão. Carta Sétima. Hermenêutica.   Abstract: The aim of this article is to make explicit aspects of Gadamer 's interpretation of Plato's Seventh Letter that shed light on what fundamental traits are indispensable to an epistemology that is anchored in philosophical hermeneutics. Merold Westphal proposed in an article that philosophical hermeneutics could provide elements for a renewal of analytic epistemology. This paper is part of the broader interest of discussing what implications would have for the notion of knowledge if epistemology followed the path Westphal pointed out. For this, we chose a work where Hans Georg Gadamer, the main defender of philosophical hermeneutics, explores a phenomenological interpretation of Plato in which we identify relevant elements to think the notion of knowledge within this key of reading. Hans-Georg Gadamer explores, in the light of his ontological-hermeneutic conception, the text of the Seventh Letter, giving a renewed understanding to some aspects of the Platonic work, as well as indications to a phenomenological understanding of knowledge.  Keywords: Theory of Knowledge. Gadamer. Plato. Seventh Letter. Hermeneutics. REFERÊNCIASBONJOUR, L. The structure of empirical knowledge. Cambridge: Harvard University Press, 1985.GADAMER, H.-G. Dialektik ist nicht Sophistik. Theätet lernt das im Sophistes. In: Griechische Philosophie. t.3. Gesammelte Werke, Bd. 7. Tubingen: Mohr, 1985c [1990], pp.338-370._______. Dialektik und Sophistik im siebenten Platonischen Brief. In: Griechische Philosophie. t.2. Gesammelte Werke, Bd. 6. Tubingen: Mohr, 1985b [1964], pp.90-115._______. Die phänomenologische Bewegung. In: Neuere Philosophie, t. 1; Hegel, Husserl, Heidegger. Gesammelte Werke, Bd. 3. Tubingen: Mohr, 1987 [1963], pp.105-146._______. Hegel und Heidegger. In: Neuere Philosophie, t. 1; Hegel, Husserl, Heidegger. Gesammelte Werke, Bd. 3. Tubingen: Mohr, 1987 [1971], pp.87-101._______. Platos dialektische Ethik. In: Griechische Philosophie. t.1. Gesammelte Werke, Bd. 5. Tubingen: Mohr, 1985a [1931], pp.3-163._______. Platos dialektische Ethik - beim Wort genommen. In: Griechische Philosophie. t.3.  Gesammelte Werke, Bd. 7. Tubingen: Mohr, 1985c [1989], pp.121-127._______. Praktisches Wissen. In: Griechische Philosophie. t.1. Gesammelte Werke, Bd. 5. Tubingen: Mohr, 1985a [1930], pp.230-248._______. Wahrheit und Methode: Grundzüge einer philosophischen Hermeneutik. In: Hermeneutik I. Gesammelte Werke, Bd. 1. Tubingen: Mohr Siebeck, 1990 [1960].GRONDIN, J. Einführung zu Gadamer. Tübingen: Mohr Siebeck, 2000._______. Von Heidegger zu Gadamer: Unterwegs zur Hermeneutik. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft – WBG, 2001.HEIDEGGER, M. Sein und Zeit. 19. Faksimile-Ausgabe der 1. Ausgabe. Tübingen: Verlag, 2006 [1927].PLATÃO. Opera Platonis. Recognovit brevique adnotatione critica instruxit Ioannes Burnet. Scriptorum Classicorum. Bibliotheca Oxoniensis, v.1-6. Oxford: Clarendoniano Typographeo, 1900.///RORTY, R. A filosofia e o espelho da natureza. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.ROHDEN, L. Filosofa enquanto Fenomenologia e Hermenêutica à luz da Carta VII de Platão. In: BOMBASSARO, L. C.; DALBOSCO, C. A.; KUIAVA, E. A., (org.). Pensar Sensível. Festscrift ao prof. Jayme Paviani. Caxias do Sul, RS: Educs, 2011, pp. 87-104._______. Filosofando com Gadamer e Platão: movimentos, momentos e método[s] da dialética. Dissertatio, 36 (2012), pp. 105-130. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.15210/dissertatio.v36i0.8660> (acessado em 09.08.2018)._______. Hermenêutica e[m] resposta ao elogio da verdadeira filosofia da Carta Sétima de Platão. In: Kriterion, Belo Horizonte, v. 54, 127 (2013), p. 25-42. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2013000100002&lng=en&nrm=iso > (acessado em 17.09.2018)._______. Filosofar com Gadamer e Platão: hermenêutica filosófica a partir da Carta Sétima. 1. ed. São Paulo: Annablume, 2018.SMITH, P. C. H.-G. Gadamer’s Heideggerian Interpretation of Plato. In: Journal of the British Society for Phenomenology, Stockport, England, v. 12, 3 (1981), pp. 211–230. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/00071773.1981.11007544> (acessado em 06.07.2018).VALENTIM, I. A Carta VII, o manifesto e a autobiografia política de Platão. In: Revista Opinião Filosófica, Porto Alegre, v. 3, 1 (2012), pp-60-72. Disponível em: <http://periodico.abavaresco.com.br/index.php/opiniaofilosofica/article/view/435> (acessado em 17.09.2018).WESTPHAL, M. A hermenêutica enquanto epistemologia. In: GRECO, J.; SOSA, E. (orgs.). Compêndio de Epistemologia. São Paulo: Loyola, 2008. pp. 645-676. 

2018 ◽  
Vol 11 (1) ◽  
pp. 223-238
Author(s):  
Jean Vargas

Resumo: O artigo leva em conta a recepção de Kierkegaard sobre o modo como os românticos lidam com o conhecimento e argumenta que o dinamarquês tem algo a dizer sobre temáticas de educação que estão hoje na ordem do dia. O artigo mostra ainda como Kierkegaard lida com temas transdisciplinares e em que medida a herança romântica, em contraposição ao legado iluminista, o ajuda a conceber sua reflexão pedagógica e existencial.Palavras-chave: Kierkegaard. Educação. Romantismo alemão. Pedagogia. Dúvida Abstract: The article takes into account Kierkegaard's reception of how the romantics deal with knowledge and argues that the Danish has something to say about education issues that are today the order of the day. The article also shows how Kierkegaard deals with transdisciplinary themes and to what extent the romantic heritage, in contrast to the enlightened legacy, helps him to conceive his pedagogical and existential reflection. Keywords: Kierkegaard. Education. German romanticism. Pedagogy. Doubt. REFERÊNCIASBEISER, Frederick. German Idealism: The Struggle against subjectivism 1781-1801. Londres: Harvard University Press, 2002.BERLIN, Isaiah. As raízes do romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015.GRAMMONT, Guiomar de. Don Juan, Fausto e o Judeu Errante em Kierkeggard. Petrópolis: Catedral das Letras, 2003.KIERKEGAARD, Søren. Johannes Clímacus ou é preciso duvidar de tudo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.KIERKEGAARD, Søren. Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor: uma comunicação direta, relatório à História. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições 70, 2002._______. Ou-ou: um fragmento de vida. Volume I. Tradução de Elisabete M. de Sousa. Lisboa: Relógios’d’água, 2013a._______. Pós-escrito conclusivo não científico às Migalhas filosóficas: coletânea mímico-patético-dialética, contribuição existencial, por Johannes Climacus.  Tradução de Álvaro L. M, Valls. Petrópolis: Vozes, 2013. v.1._______. Temor e Tremor. Tradução de Maria José Marinho. São Paulo: Abril cultural, 1974. (Os pensadores).LÖWITH, Karl. De Hegel à Nietzsche. Tradução de Rémi Laureillard, Paris: Gallimard, 1969.PATTINSON, George. Kierkegaard, Religion and the Nineteenth-Century Crisis of Culture. Cambridge : Cambridge University Press, 2004.SAFRANSKI, Rudiger. Romantismo: uma questão alemã. Tradução de Rita Rios. São Paulo: Estação Liberdade, 2010.VALLS, Álvaro; MARTINS, Jasson. (Org.). Kierkegaard no nosso tempo. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2010.VARGAS, Jean. Kierkegaard entre a existência e o niilismo. Puc Minas: Sapere Aude, Belo Horizonte, v.6–n.12, Jul./Dez.2015, p. 657-671.VARGAS, Jean. Indivíduo e multidão: uma reflexão sobre o lugar da ética no pensamento de Søren Kierkegaard. UFMG: Outramargem, Belo Horizonte, V.  - n., 2 Semestre 2014, p. 99-109.


2007 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 94-101 ◽  
Author(s):  
Marcelo Gomes ◽  
André Palmini ◽  
Fabio Barbirato ◽  
Luis Augusto Rohde ◽  
Paulo Mattos

OBJETIVO: Verificar o conhecimento da população sobre o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e de médicos, psicólogos e educadores sobre aspectos clínicos do transtorno. MÉTODOS: 2.117 indivíduos com idade > 16 anos, 500 educadores, 405 médicos (128 clínicos gerais, 45 neurologistas, 30 neuropediatras, 72 pediatras, 130 psiquiatras) e 100 psicólogos foram entrevistados pelo Instituto Datafolha. A amostra da população foi estratificada por região geográfica, com controle de cotas de sexo e idade. A abordagem foi pessoal. Para os profissionais (amostra aleatória simples), os dados foram coletados por telefone em Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. resultados: Na população, > 50% acreditavam que medicação para TDAH causa dependência, que TDAH resulta de pais ausentes, que esporte é melhor do que drogas como tratamento e que é viável o tratamento psicoterápico sem medicamentos. Dos educadores, > 50% acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes, que tratamento psicoterápico basta e que os esportes substituem os medicamentos. Entre psicólogos, > 50% acreditavam que o tratamento pode ser somente psicoterápico. Dos médicos, > 50% de pediatras e neurologistas acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes. CONCLUSÕES: Todos os grupos relataram crenças não respaldadas cientificamente, que podem contribuir para diagnóstico e tratamento inadequados. É urgente capacitar profissionais e estabelecer um programa de informação sobre TDAH para pais e escolas.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Dulcinéa Silva Jerônimo ◽  
Nádia Dolores Fernandes Biavati

A partir das teorias que envolvem o processo avaliativo da aprendizagem, torna-se possível conceber a avaliação como ferramenta indispensável na tomada de decisões do professor. Na verdade, a avaliação, no presente texto, será considerada para além disso, pois destacamos preceitos analisando-os, indicando-a parte constitutiva do discurso escolar e do discurso pedagógico. Nessa direção, pelo aporte da vertente francesa de Análise de Discurso, voltamos nosso olhar para práticas que indicam a ideia de avaliação ideal (e por vezes idealizada) pautada no bom planejamento e condizente com a realidade dos discentes e descrevemos o modo como os discursos funcionam, analisando a tendência de a formação  classificatória perpassar o processo avaliativo.  Percebemos que o discurso legitimador da avaliação prevalece, superestimando sua face regulatória,  na medida em que ela deve  fornecer (e muitas vezes não fornece) bons indicadores para os processos de didatização. Ao considerar a escola a partir de uma perspectiva discursiva, destacamos o que acreditamos ser dois fundamentos efetivos diretamente relacionadas à avaliação, a saber: o discurso pedagógico e o discurso escolar – a partir das concepções de Orlandi (1996). Nessa perspectiva, no presente texto, traçamos, pela ótica francesa de Análise de Discurso, uma reflexão acerca das estratégias avaliativas, a fim de buscar compreender melhor o processo de acompanhamento da aprendizagem, sua função e a forma como os discursos perpassam o contexto escolar, especificamente na avaliação escolar de aprendizagem. ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de Estado. Rio de janeiro: Graal, v. 2, 1985.AMORIM, Vanessa; MAGALHÃES, Vivian. Cem aulas sem tédio. Porto Alegre: Padre Reus, 1998.BARRETTO, Elba Siqueira de Sá. A avaliação na educação básica entre dois modelos. Educação & Sociedade, ano XXII, no 75, Agosto/2001.BIAVATI, Nadia Dolores Fernandes. Entre o fato e a regra: unidade e fragmentação na constituição da identidade e representação de valores e práticas do professor-mosaico. 2009. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) –Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.ESTEBAN, M. Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003._______. Microfísica do poder. 21 ed. Rio de Janeiro. Graal, 2005._______. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 30. ed., Petrópolis, RJ, Vozes.  1987.HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade: Editora Medição, Porto Alegre, 2006.LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.LUCKESI, Cipriano C., Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo, Ed. Cortez, 1996._______. Carlos. Verificação ou avaliação: o que se pratica a escola? São Paulo: FDE, Série Ideias n. 8, 1998.MACEDO, Lino de. Avaliação na educação. Marcos Muniz Melo (Organizador). 2007.MORETTO, Vasco Pedro. Prova – um momento privilegiado de estudo: não um acerto de contas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes, 4. ed. 1996._______. Paráfrase e polissemia: a fluidez nos limites do simbólico. Rua, v. 4, n. 1, p. 9-20, 1998._______. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4. ed. rev. e aum. Campinas: Pontes, 2003.PÊCHEUX, Michel et al. Análise automática do discurso. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. v. 3, 1990.


1997 ◽  
Vol 31 (4 suppl) ◽  
pp. 05-25 ◽  
Author(s):  
Maria Helena Prado de Mello Jorge ◽  
Vilma Pinheiro Gawryszewski ◽  
Maria do Rosário D. de O. Latorre

As mortes por causas externas correspondem a grande parcela de óbitos em, praticamente, todos os países do mundo, ocupando, sempre, a segunda ou terceira colocação. Porém a sua distribuição quanto ao tipo de causa é diversa. Com o objetivo de estudar a mortalidade por causas externas, segundo o tipo de causa, sexo e idade, foi descrita a situação dessas mortes no Brasil e capitais, no período 1977 a 1994. Foram calculados os coeficientes de mortalidade por causas externas e a mortalidade proporcional, utilizando os dados de mortalidade fornecidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde, e a população foi estimada baseada nos dados censitários de 1970, 1980 e 1991. Os resultados mostraram que, em números absolutos, os óbitos por causas externas quase dobraram no período de 1977 a 1994, passando a ser a segunda causa de morte no País. O coeficiente de mortalidade, em 1994, foi de 69,8/100.000 habitantes e o maior crescimento se deu nos óbitos do sexo masculino. Os coeficientes de mortalidade masculinos são, aproximadamente, 4,5 vezes o valor dos femininos. As causas externas representaram a primeira causa de morte dos 5 aos 39 anos, sendo a maior ocorrência na faixa etária dos 15 a 19 anos (65% dos óbitos por causas externas). Além do aumento, parece estar ocorrendo um deslocamento das mortes para faixas etárias mais jovens. A mortalidade por causas externas, segundo tipo, mostra que durante o período analisado houve aumento tanto nos óbitos por acidentes de trânsito, quanto por homicídios, tendo os suicídios permanecido, praticamente, constantes. No grupo de acidentes classificados como "demais acidentes" houve leve aumento, devido, principalmente, às quedas e afogamentos. Nas capitais dos Estados a mortalidade por causas externas apresentam valores mais altos que a média brasileira, com exceção de algumas áreas do Nordeste. As capitais da região Norte apresentaram algumas das maiores taxas para o País. Já na região Nordeste apenas Recife, Maceió e Salvador apresentaram níveis muito elevados em relação ao País. Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, apresentaram os maiores coeficientes do País e Belo Horizonte apresentou declínio no período de estudo. Na região Sul houve aumento nas taxas, bem como na região Centro-Oeste, que teve aumento homogêneo em suas capitais. Esse aumento observado nas diferentes capitais apresentou diferenciais quanto ao tipo de causa externa. Os suicídios não representaram problema de Saúde Pública em nenhuma delas. Os acidentes de trânsito em Vitória, Goiânia, Macapá, Distrito Federal e Curitiba tiveram sua situação agravada. Os homicídios tiveram aumento expressivo em Porto Velho, Rio Branco, Recife, São Luís, Vitória, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Distrito Federal. No período estudado houve o crescimento da importância das causas externas para a população brasileira, chamando atenção, principalmente, o aumento dos homicídios. A qualidade das estatísticas de mortalidade por causas externas depende da colaboração do médico legista, e essa qualidade não é a mesma para todas as capitais estudadas.


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (35) ◽  
pp. 109-120
Author(s):  
Fernanda Beatriz Caricari De MORAIS ◽  
Osilene Maria Sá CRUZ

A Educação à Distância (EaD), baseada numa prática pedagógica mediada pela tecnologia e interatividade, vem passando por constantes evoluções no Brasil no que se refere ao campo tecnológico, educacional e político. O Programa Viver sem Limites/MEC, constituído como parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, consiste em uma das formas de possibilitar a plena cidadania das pessoas com deficiência no Brasil, oportunizando direitos, cidadania para todas as pessoas e seu acesso e permanência no ensino superior, na modalidade a distância. Este artigo apresenta uma reflexão sobre os desafios e as possibilidades de elaboração de material didático de Língua Portuguesa escrita para alunos surdos de um curso a distância de Licenciatura em Pedagogia, dentro de um contexto bilíngue de ensino – LIBRAS (L1) e Língua Portuguesa (L2) do Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES. Resultados mostram a importância da conscientização do professor conteudista no sentido de preparar material bilíngue, dialógico e interativo que valorize, primeiramente, a L1 do aprendiz, estimulando-o a ler e produzir textos escritos de forma autônoma e autêntica, respeitando-se as estruturas gramaticais da LIBRAS e da LP.Referências:ALMEIDA-FILHO, J. C. P. Identidades e caminhos no ensino de Português para estrangeiros. Campinas: Ed. UNICAMP, 1992.BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.BRASIL.Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. Disponível em:http:www.planalto.gov.br Acesso em: 07.01.2015.BRASIL.Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96). Brasília, Centro Gráfico, 1996.BRASIL. Decreto Nº 5.626. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Publicada no Diário Oficial da União em 22/12/2005.FELIPE, T. A. Introdução à gramática de LIBRAS. Rio de Janeiro: FENEIS, 1997.FERNANDES, S. Educação bilíngue para surdos: identidades, diferenças, contradições e mistérios. Curitiba, 2003. Tese (Doutorado em Letras), Universidade Federal do Paraná.FERNANDES, S. Práticas de letramento na educação bilíngue para surdos. Curitiba: SEED/SUED/DEE, 2006.FERREIRA-BRITO, L. Por uma gramática da língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.LACERDA, C. B.F.;LODI, A. C. B. A difícil tarefa de promover uma inclusão escolar bilíngue para alunos surdos. GTEducação Especialn.15 Anped, 2008.LIMA, M S. C. Surdez, bilinguismo e inclusão: Entre o dito, o pretendido e o feito. Tese de doutorado - Unicamp, Campinas. 2004LODI, A.C.B. HARRISON, K.M.P.; CAMPOS, S.R.L. Leitura e escrita no contexto da diversidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 2002.LODI, A.C.B.; LACERDA, C.B.F. Uma escola, duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre: Editora Mediação, 2008.KLEIMAN, A. B. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas : Mercado de Letras, 1995.INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS. Manual do Professor-autor. Rio de Janeiro: INES, 2016.MULLER, C. R. Professor surdo no Ensino Superior: Representações da prática docente. Dissertação de Mestrado – UFSM, Santa Maria, RS. 2009.PEREIRA,M.C.C. Papel da língua de sinais na aquisição da escrita por estudantes surdos. In: LODI, A.C.B.; HARRISON, K.M.P.; CAMPOS, S.R.L.; TESKE, O Letramento e minorias. Porto Alegre: Editora Mediação, 2002.PEREIRA,M.C.C. Leitura, escrita e surdez. São Paulo: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 2003.QUADROS, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed,1997.QUADROS, R. M. de; KARNOP, L. Língua de sinais brasileira: Estudos linguísticos. ArtMed. Porto Alegre. 2004.QUADROS, R. M., SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.SALAMANCA, Declaração. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Disponível em: http: portal.mec.gov.br seesparqiuivospdfsalamancapdf  Acesso em 07.01.2015.SKLIAR, C. Bilinguismo e biculturalismo: Uma Análise sobre as narrativas tradicionais na educação dos surdos. Revista Brasileira de Educação N°8, Mai/Jun/Jul/Ago 1999.SOARES, M. B.  Letramento: um tema em três gêneros.  Belo Horizonte: Autêntica, 1988. Recebido em 08-10-2018.Aceito em 14-02-2019. 


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (34) ◽  
pp. 68-81
Author(s):  
Almir Anacleto De Araújo GOMES ◽  
Rubens Marques de LUCENA ◽  
Mikaylson Rocha da SILVA

Este estudo descreve e analisa o processo variável da vogal epentética em palavras na língua inglesa iniciadas por clusters por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua (L2). O objetivo dessa pesquisa é, então, identificar a frequência de inserção da vogal de apoio na posição inicial das palavras em língua inglesa que se iniciam com um dos seguintes clusters: /sp/, /st/, /sk/, /sl/, /sm/, e /sn/. O corpus deste estudo é constituído por 18 informantes paraibanos, aprendizes de inglês como L2, estratificados nos níveis básico, intermediário e avançado de proficiência. Os dados mostram que as variáveis sonoridade do encontro consonantal, nível de proficiência, instrução explícita na L2 e contexto precedente foram as mais relevantes à realização do fenômeno. REFERÊNCIASALLAN, D. Oxford placement test 1. Oxford: Oxford University Press, 2004.ALVES, U. K. O que é consciência fonológica. IN: LAMPRECHT et. al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. 2 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012, p. 29-41.BOUDAOUD, M.; CARDOSO, W. Vocalic [e] epenthesis and variation in Farsi-English interlanguage speech. Concordia Working Papers in Applied Linguistics, 2, 2009.CARDOSO, W. The variable development of English word-final stops by Brazilian Portuguese speakers:A stochastic optimality theoretic account. Language variation and change, v.19, 2007, p. 1-30.______, W. The Development of sC Onset Clusters in interlanguage: markedness vs. frequency effects. Proceedings of the 9th Generative Approaches to Second Language Acquisition Conference, (GASLA 2007), ed. Roumyana Slabakova et al., 15-29. Somerville, MA: Cascadilla Proceedings Project, 2008.CARLISLE, R. The effects of markedness on epenthesis in Spanish/English interlanguage phonology. Issues and Developments in English and Applied Linguistics, 3, 1988, 15-23._______, R.S. The Influence of Environment on Vowel Epenthesis in Spanish/English Interphonology. Applied linguistics, v.12, n.1, 1991, p. 76-95._______, R. Environment and markedness as interacting constraints on vowel epenthesis. In:_______ J. Leather; JAMES, A (Eds.), New sounds 92 (p. 64–75). Amsterdam: University of Amsterdam Press, 1992._______, R. S. Markedness and environment as internal constraints in the variability of interlanguage phonology. In:_____. M. Yavas (ed.) First and Second Language Phonology. San Diego: Singular Publishing Company, 1994 p. 223-249.______, R. The modification of onsets in a markedness relationship: Testing the interlanguage structural conformity hypothesis. Language learning, v.47, 1997, p. 327-361.______, R. The acquisition of onsets in a markedness relationship. A longitudinal study. Studies in second language acquisition. 20, 1998, 245–260.COLLISCHONN, G. Um estudo da epêntese à luz da teoria da sílaba de Junko Ito (1986). Letras de hoje, Porto Alegre: v. 31, n.2, 1996, p. 149-158.CORNELIAN JR, D. Brazilian learners’ production of initial /s/ clusters: Phonological structure and environment. New Sounds 2007: Proceedings of the Fifth International Symposium on the Acquisition of Second Language Speech, 2007.DUBOIS, J. et al. Dicionário de lingüística. São Paulo: Cultrix, 2006.ESCARTÍN, C. I. The development of sC onset clusters in Spanish English. Tese – Concordia University, Canadá, 2005.GASS, S.; SELINKER, L. (eds). Language transfer in language vs learning. Newbury House, Rowley, Massachusetts, 2008.LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. Tradução de Marcos Bagno; Mª Marta Pereira Scherre e Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, (1972) 2008.LUCENA, R. M; ALVES, F. C. Análise Variacionista da Aquisição do /p/ em Coda Silábica por Aprendizes de Inglês Como LE. Revista Intertexto. v. 5, n. 2, 2012.PEREYRON, L. Epêntese vocálica em encontros consonantais mediais por falantes porto-alegrenses de inglês como língua estrangeira. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: 2008.RAUBER, A. S. The production of English initial /s/ clusters by Portuguese and Spanish EFL speakers. Unpublished Master's thesis, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC: Brazil, 2002.RAUBER S.; BAPTISTA. The production of English initial /s/ clusters by Portuguese and Spanish EFL speakers. Rev. Est. Ling. Belo Horizonte: v. 12, n. 2, 2004, p. 459-473.REBELLO, J. T. The acquisition of English initial /s/ clusters by Brazilian EFL learners. Florianópolis: UFSC, 1997.SANKOFF, D.; TAGLIAMONTE, S.; SMITH, E. GoldVarb X: a variable rule application for Macintosh and Windows. Department of Linguistics. University of Toronto, 2005.SELINKER, L. Rediscovering interlanguage. New York: Longman, 1972.SILVA. T. C. Dicionário de fonética e fonologia. São Paulo: Contexto, 2011. Recebido em 30-10-2018.Aceito em 22-02-2019. 


2016 ◽  
Vol 8 ◽  
pp. 1
Author(s):  
José Yvan Pereira Leite

Este é o último volume do periódico no ano de 2015, assim se faz necessário apresentar um balanço deste ano. Com esta publicação são 220 artigos, perfazendo uma média de 27,5 artigos, por volume.  De acordo com o Google Analytics, em 2015 o periódico teve 99,28 mil usuários com 429,44 mil visualizações, os quais acessaram em média 3,2 páginas, com duração de 2,41 minutos. Comparando estes resultados aos do ano de 2014, foi identificado um crescimento no número de usuários (15,64%), nas visualizações de páginas (19,76%) e na duração média (13,32%).Neste ano, os quinze principais países que acessaram a HOLOS foram: Brasil (94,4%), Portugal (0,93%), USA (0,64%), Índia (0,54%), Espanha (0,48%), Moçambique (0,34%), França (0,31%), Reino Unido (0,16%), Rússia (0,14%), México (0,12%), Colômbia (0,12%), Quênia (0,11%), Chile (0,10%) e Alemanha (0,08%). As quinze cidades que mais acessaram a Holos foram: Natal (12,39%), São Paulo (6,12%), Belo Horizonte (4,51%), Rio de Janeiro (4,40%), Fortaleza (4,14%), Recife (3,40%), Salvador (2,61%), Brasília (2,22%), Curitiba (2,08%), Mossoró (1,99%), Goiânia (1,86%), Teresina (1,57%), Porto Alegre (1,55%), João Pessoa (1,42%) e Belém (1,20%). Estes números revelam  um periódico de âmbito nacional, associado a uma presença em vários países (Google Analytics, 2015).Esta editoria trabalha de forma estratégica para ampliar a presença em países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Chia e África do Sul). Assim, foram enviados convites a pesquisadores destes países para submeterem artigos ao periódico e comporem o grupo de avaliadores Ad Hoc. Muito em breve, teremos a presença de representantes destes países no Conselho Editorial. A inclusão do periódico em indexadores internacionais, em particular no WoS – Thomson Reuters, deve consolidar a internacionalização do periódico nos próximos anos.É importante informar que a trajetória online do periódico foi iniciada em 2004, sob a guarda dos editores Professores André Calado de Araújo e José Yvan Pereira Leite e foram publicadas 55 edições, com 1.084 artigos. Este ambiente se caracteriza pela valoração acadêmica e estímulo às ações voltadas para consolidar políticas científicas no âmbito de publicações, seja em nível de periódicos ou livros, nos contextos nacional e internacional.Neste último volume são publicados 33 artigos das seguintes áreas do conhecimento: agronomia (03), administração/gestão (04), educação (08), engenharia ambiental (01), engenharia de produção (01), engenharia mecânica (01), engenharia química (01), engenharia de software (01), ensino (06), geociências (02), letras (02), saúde coletiva (02) e serviço social (01). A característica interdisciplinar do periódico apresenta artigos que discutem da diversidade florística do semiárido do nordeste do Brasil, passando pela sempre presença de temas importantes da educação (jovens e adultos; políticas educacionais da cidade de São Paulo; Plano Nacional de Educação; avaliação da aprendizagem; formação de professores; ensino fundamental), pelo ensino (botânica; química; matemática; artes); pela administração (relações de poder; teoria do comportamento; gestão/empreendedorismo; políticas públicas); pela literatura (discussão sobre obra Jubiabá de Jorge Amado; resenha da obra Inventando Milhões, dos australianos Simon Torok e Paul Holper); por temas da engenharia (uso e ocupação de solos em Maxaranguape/RN; avaliação de colunas para remediação de biogás; modelo matemático para cortes em aço; implantação da lógica tambor-pulmão-corda; gerenciamento de redes usando Zabbix); pelo serviço social (cidadania participativa no sistema único de assistência social); pela saúde coletiva (formação de profissionais cuidadores; recortes espaciais utilizados nas análises de saúde) e por temas das geociências (ensino de paleontologia; revisitando a geologia do pegmatito alto da Serra Branca – Pedra Lavrada/PB).As metas planejadas para 2015 foram atingidas em quase a totalidade, no entanto a meta de publicar 10% de artigos em língua inglesa (Leite, 2015) não obteve êxito. 7,3% dos artigos foram publicados em língua estrangeira, sendo 5% em inglês e 2,3% em espanhol. São necessários esforços para elevar este número em 2016, com vistas a elevar a visibilidade dos artigos publicados no periódico. Este ano foram publicados seis edições regulares e duas edições especiais e estuda-se uma forma de perenizar esta iniciativa em 2016.Enfim, agradecemos a confiança dos autores, avaliadores e conselho editorial pelo caminho de sucesso trilhado pelo periódico em 2015. Continuaremos neste ritmo para elevar a HOLOS ao convívio de um ambiente global.Boa leitura!Natal, 31 de dezembro de 2015.Prof. José Yvan Pereira Leite 


2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 187-197
Author(s):  
Edmon Neto de Oliveira ◽  
Rosangela Machado Pereira Malvaccini

Este artigo tem por objetivo transitar pela obra poética do escritor brasileiro Alberto Pucheu, levantando um perfil de escrita que se manifesta desde as suas primeiras publicações até as mais recentes, como a que consta do poema “É preciso aprender a ficar submerso”, analisado a partir de abordagem cujo foco se concentra na relação entre literatura e imagem, sendo o vídeo produzido pela artista Danielle Fonseca (2015) o objeto de comparação, além da abordagem imanente concentrada nos aspectos internos ao texto.  Palavras-chave: Poesia. Imagem. Pensamento. Intermidialidade. Alberto Pucheu. Referências AGAMBEN, Giorgio. Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental. Tradução Selvino José Assmann. Belo Horizonte: UFMG, 2007. BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. Tradução Maria João da Costa. Lisboa: Relógio d’Agua, 1991. BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 2009. CARLOS, Erasmo. Meus lados B. Produção André Midani, CD/DVD/Blu-Ray, Coqueiro Verde, 2015. CICERO, Antônio. Poesia e filosofia. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2012. CORTEZ, Clarice Zamonaro; RODRIGUES, Hermes Rodrigues. Operadores de leitura da poesia. In: BONICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (orgs.) Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 4 ed. Maringá: Eduem, 2019. p. 63-84. COSTA, Gal. Divino maravilhoso. Produção Manoel Barenbein, CD, 39’28”, Philips, 1969. FONSECA, Danielle. É preciso aprender a ficar submerso. Out. 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jGwY2daOJGs. Acesso em: 24 maio 2019. KLINGER, Diana. Poesia, documento, autoria. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 55, set./dez. 2018. p. 17-33. MONTEIRO, André. É preciso aprender a ficar (in)disciplinado. Disponível em: http://www.albertopucheu.com.br/pdf/ensaios/eprecisoaprenderaficarindisciplinado_andremonteiro.pdf. Acesso em: 21 maio 2019. MONTEIRO, André; NETO, Edmon. Poesia e prosa porosas: um manifesto de Alberto Pucheu em favor da criação. Signótica, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 242-258, 2017. NIETZSCHE, Friedrich W. Das três metamorfoses. In: ______. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Tradução Mário da Silva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 51-53. OLIVEIRA, Edmon Neto de. Em busca de um paradigma para a relação entre o surfista e o piloto do surfista ou Tradução monstruosa de um arranjo de Alberto Pucheu. Fórum de literatura brasileira contemporânea, Rio de Janeiro, v. 10, p. 133-156, 2018. PESSOA, Fernando. Navegar é preciso. In: ______. Fernando Pessoa: poesias. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13. PUCHEU, Alberto. A fronteira desguarnecida (Poesia reunida 1993-2007). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2007. ______. É preciso aprender a ficar submerso. In: ______. Mais cotidiano que o cotidiano. Rio de Janeiro: Azougue, 2013. p. 11-12. ______. Giorgio Agamben: poesia, filosofia, crítica. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2010. ______. O dia em que Gottfried Benn pegou onda. Floema: caderno de teoria e história literária, Vitória da Conquista, n. 8, p. 107, out. 2017. SARTRE, Jean-Paul. A imaginação. Porto Alegre: L&PM, 2008. TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Tradução Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009. VILLA-FORTE, Leonardo. Escrever sem escrever: literatura e apropriação no século XXI. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Belo Horizonte: Relicário, 2019.


Trama ◽  
2020 ◽  
Vol 16 (37) ◽  
pp. 100-111
Author(s):  
Crígina Cibelle PEREIRA ◽  
Joelma Uchoa PINHEIRO ◽  
Jaqueline De Jesus BEZERRA

Este artigo discute sobre o espaço da literatura no ensino fundamental por meio da Experiência da Aprendizagem Mediada nos Ciclos de Leitura do Programa de Aprendizagem na Idade Certa (MAISPAIC), no eixo de Literatura e Formação do leitor. Objetivamos apresentar uma discussão acerca da atuação do professor como mediador da aprendizagem, no desafio de despertar  nos alunos o gosto pela leitura de deleite e o desenvolvimento da autonomia estudantil. Analisamos os Ciclos de Leitura MAISPAIC sob três perspectivas teóricas que fundamentam a proposta do Programa. Para a  mediação da aprendizagem, tomamos as concepções de Vygotsky (1991),sobre o sociointeracionismo pela linguagem com vistas ao desenvolvimento cognitivo e de Feuerstein (1991), bem como demais estudiosos,  por discorrerem sobre a Experiência da Aprendizagem Mediada como impulsionadora da modificabilidade cognitiva estrutural; na perspectiva dialógica da  interação entre leitor, texto e autor, trazemos o olhar de Bakhtin (1997, 2016),  integrando-o às ideias de Solé (1998) e  Cosson (2014), que apontam a leitura compartilhada como um momento interacional da linguagem em função do letramento literário dos alunos; para compreender a visão de educação impressa nessa proposta, buscamos  a partir de Freire(1987), analisar as relações de proximidade entre  as experiências do círculo de cultura  e a vivência dos Ciclos de Leitura no cotidiano  escolar.  A pesquisa adota uma abordagem qualitativa de natureza aplicada, englobando o estudo bibliográfico sobre a teoria da aprendizagem mediada, a análise documental do material orientador do MAISPAIC e as experiências vivenciadas nas formações de professores ofertadas pelo programa. Os resultados apontam os Ciclos de Leitura como uma experiência de mediação da aprendizagem que tem impulsionado os docentes a abordarem novas estratégias para o trabalho de compreensão textual e influenciado os alunos no aprendizado do deleite literário para desenvolvimento da metacognição e formação de leitores protagonistas.REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.________ Os gêneros do discurso. Organização, tradução e notas de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2016.CEARÁ, Secretaria de Educação Básica. Cartilha Alforge de histórias. Encontros literários que sopram bons ventos na escola. Uma atividade destinada às turmas de 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Fortaleza: SEDUC-CE, 2016.CEARÁ, Secretaria de Educação Básica. Eu conto contigo! Dinamização do acervo PAIC Prosa e Poesia. .Eixo de Literatura e Formação do Leitor. Fortaleza: SEDUC-CE, 2016. CEARÁ, Secretaria de Educação Básica. Guia de Orientações para o acompanhamento das CREDES aos municípios e escolas. Fortaleza: SEDUC-CE, 2017.CEARÁ, Secretaria de Educação Básica. Orientações para o acompanhamento das CREDES aos municípios e escolas. Fortaleza: SEDUC-CE, 2018.COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.FEUERSTEIN, Reuven. Mediated learning experience: teoretical, psychosocial and learning implications. Tradução para fins didáticos. Londres: Freund Publishin House LTD,1991.FLAVELL, J. H. Metacognition and cognitive monitoring: a new area of cognitive-developmental inquiry. American Psychologist, v. 34, p. 906-911, 1979. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1987._______ Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.GARCIA, Sandra Regina Rezende. Um estudo do termo mediação na teoria da Modificabilidade Cognitiva EstruturaL de Feuerstein à luz da abordagem sócio-histórica de Vygotsky. Dissertação de Mestrado em Psicologia. Universidade São Marcos, São Paulo, 2004.NEVES, Dulce Amélia de Brito. Meta-aprendizagem e Ciência da Informação: uma reflexão sobre o ato de aprender a aprender. Perspectivas em Ciência da Informação, vol. 12, n.3 Belo Horizonte Set./Dec. 2007SILVA, Regina Claudia de Oliveira da; REIS, Francisca das Chagas Soares; NASCIMENTO, Vilmar Andrade do. O contador-mediador de Histórias. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2011.SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.VYGOTSKY. Lev Semyonovich. A Formação Social da Mente. 4. ed. São Paulo: Ed. Fontes, 1991.ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo. 8. ed. Global editora. 1994.Recebido em 29-11-2019 | Aceito em 15-02-2020


2018 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 29-45
Author(s):  
Wilne de Souza Fantini ◽  
Maria Veralucia Pessoa Porto

Resumo: O presente artigo visa mostrar algumas reflexões existentes no pensamento do filósofo francês Michel Foucault concernente à ontologia do presente, às relações de poder e à heterotopia. A atualidade analisada por Foucault está vinculada ao aspecto vital de cada época, nas formas de vivência dos indivíduos, principalmente, aqueles considerados pela normatividade e normalidade das relações de poder como sendo marginais, anormais, resíduos, infames. Assim, Foucault aproxima-se do trabalho desenvolvido por Sebastião Salgado ao relatar e denunciar os homens infames, habitantes dos espaços heterótopos.Palavras-chave: Michel Foucault. Ontologia do presente. Heterotopia. Homens infames. Sebastião Salgado. Abstract: This paper aims to show some reflections about the thoughts of the French philosopher Michel Foucault concerning the ontology of the present, power relations and heterotopia. actuality analyzed by Foucault is linked to the vital aspect of each age, in the ways of individuals living, especially, those considered by the power relations of normativity and normality as marginal, abnormal, waste, infamous. Therefore, Foucault approach his work to the work developed by Sebastião Salgado reporting and denouncing the infamous men, inhabitants of heterotopical spaces.Keywords: Michel Foucault. Ontology of the present. Heterotopia. Infamous men. Sebastião Salgado. REFERÊNCIASBAUMAN, Zygmunt; LYON, David. A vigilância líquida como pós-pan-óptico. In: ______. Vigilância líquida. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 55-74. CASTRO, Edgardo. Vocabulário Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Tradução de Ingrid Müller. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.DELEUZE, Gilles. Michel Foucault: rachar as coisas, rachar as palavras. In: Conversações (1972-1990). 3. ed. Tradução de Peter Pál Perlbart. São Paulo : 34, 2013.FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas (1966). 8. ed. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 1999._______. Des espaces autres (1984). In : _______. Dits et ecrits II (1976-1988). Paris: Gallimard, 2001b, p. 1571-1581. _______. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1997. (Coleção: tópicos)._______. La vie des hommes infâmes (1977). In: _______. Dits et ecrits II (1976-1988). Paris: Gallimard, 2001b, p. 237-253._______. Les anormaux (1975). In: _______. Dits et ecrits I (1954-1975). Paris: Gallimard, 2001a, p. 1690-1696.FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 22 ed. Rio de Janeiro, Graal, 2006a._______. O poder psiquiátrico. São Paulo, Martins Fontes, 2006b._______. Poder e saber (1977). In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Estratégia, poder-saber. Tradução de Vera Lúcia Avellar Ribeiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003, p. 223-240. (Col. Ditos & Escritos IV).FURTADO, Rafael Nogueira. A atualidade como questão: ontologia do presente em Michel Foucault. In: Natureza humana, vol.17, n.1, São Paulo (2015), p. 144-156. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302015000100007> (acessado em: 16.08.2016).JAQUET, Gabriela. É preciso questionar o presente: Foucault, o diagnóstico, a Aufklärung, Anais da XIII Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS, Porto Alegre, RS (2014). Disponível em: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/semanadefilosofia/XIII/9.pdf> (acessado em: 16.08.2016).REVEL, Judith. Foucault, une pensée du discontinu. Paris: Mille et une nuits, 2010.WENDERS, Wim. O sal da terra [documentário]. Autoria: Juliano Ribeiro Salgado, Wim Wenders, David Rosier. Produção: Decia Films. Co-produção: Amazonas Images, Fondazione Solares dele Arti com apoio de La région Île-de-France, Les Amis de la Maison Européenne de la Photographie (2014), 1 DVD (115 min).ZENDRON, Rute Coelho. O fotógrafo, Dossiê migrações, Esboços. In: Revista do programa de pós-graduação em História da UFSC, v.10, n.10, Florianópolis (2002), p. 83-95. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/389/9854> (acessado em: 16.08.2016).


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