scholarly journals Humanizar a educação em química?

2021 ◽  
Vol 13 ◽  
pp. 150-170
Author(s):  
Roberto Dalmo Varallo Lima de Oliveira ◽  
Bruna Adriane Fary ◽  
Alexandre Luiz Polizel

Este manuscrito busca responder ao questionamento: quais significados de humanidade emergem a partir das reflexões de licenciandos de Química? Para tal, a partir das interações que surgiram em uma aula da disciplina de Filosofia da Ciência para Química, realizamos uma pesquisa que envolveu a confecção de cartas. À luz da análise do discurso, de inspiração em Michel Foucault, estabelecemos quatro eixos de análises para as cartas: 1) “o humano como produção das Ciências”, 2) “a humanização como processo de sensibilização”, 3) “A humanidade como algo deste mundo”; 4) “O humano como ser distinto por composição”. Por meio de um quadro teórico que envolveu Isabelle Stengers, Michel Foucault, Bruno Latour, Ailton Krenak, Eduardo Viveiros de Castro, Adela Cortina, entre outros, discutimos esses eixos. As reflexões nos proporcionaram pensar, também, sobre qual é o papel da Educação em Química - principalmente no que tange à formação de educadores(as) - na construção desses significados.

Perspectiva ◽  
2012 ◽  
Vol 30 (2) ◽  
pp. 499-520 ◽  
Author(s):  
Marcos Reigota

No presente artigo, são apresentadas algumas questões, acontecimentos e autores quecontribuíram para a Educação Ambiental se constituir como campo (na definição deBourdieu) no espaço científico brasileiro e internacional. Num segundo momento, aEducação Ambiental é analisada como campo emergente, que se encontra defrontadacom a concepção hegemônica neoliberal, competitiva e produtivista de ciência e,portanto, antagônica ao ideário ecologista que originou e identifica as “educaçõesambientais” (Rodrigo Barchi). Entre os autores que colaboram com a argumentação doautor, encontram-se Álvaro Vieira Pinto, Paulo Freire, Jean Ladrière, Isabelle Stengers,Pierre Bourdieu e Michel Foucault. A diversidade epistemológica entre esses autoresse justifica, pois o autor do artigo procurar explicitar um itinerário pessoal de leiturasao longo de sua trajetória que coincide com o momento histórico da emergência daEducação Ambiental como campo.


2017 ◽  
Vol 21 (2) ◽  
pp. 150-174 ◽  
Author(s):  
Massimiliano Simons ◽  

Among the contemporary philosophers using the concept of the Anthropocene, Bruno Latour and Isabelle Stengers are prominent examples. The way they use this concept, however, diverts from the most common understanding of the Anthropocene. In fact, their use of this notion is a continuation of their earlier work around the concept of a ‘parliament of things.’ Although mainly seen as a sociology or philosophy of science, their work can be read as philosophy of technology as well. Similar to Latour’s claim that science is Janus-headed, technology has two faces. Faced with the Anthropocene, we need to shift from technologies of control to technologies of negotiations, i.e., a parliament of things. What, however, does a ‘parliament of things’ mean? This paper wants to clarify what is conceptually at stake by framing Latour’s work within the philosophy of Michel Serres and Isabelle Stengers. Their philosophy implies a ‘postlinguistic turn,’ where one can ‘let things speak in their own name,’ without claiming knowledge of the thing in itself. The distinction between object and subject is abolished to go back to the world of ‘quasi-objects’ (Serres). Based on the philosophy of science of Latour and Stengers the possibility for a politics of quasi-objects or a ‘cosmopolitics’ (Stengers) is opened. It is in this framework that their use of the notion of the Anthropocene must be understood and a different view of technology can be conceptualized.


2021 ◽  
Vol 28 (4) ◽  
pp. 1007-1035
Author(s):  
Alexandre de Paiva Rio Camargo
Keyword(s):  

Resumo O artigo analisa o lugar das tecnologias de quantificação na rede formada em torno do combate às doenças, da revolução pastoriana até o movimento sanitarista dos anos 1920. Investiga o papel da demografia sanitária na imposição do modelo pastoriano entre os médicos, seguido da monumentalização estatística das reformas junto a diferentes atores sociais. A teoria do ator-rede de Bruno Latour e os trabalhos de Michel Foucault sobre a governamentalidade são usados para problematizar o conjunto documental formado pelo censo de 1906, artigos e boletins demográficos publicados na imprensa médica, anuários estatísticos e relatórios ministeriais.


2021 ◽  
Vol 24 ◽  
pp. 1-7
Author(s):  
Alexandre Luiz Polizel ◽  
Bruna Adriane Fary ◽  
Cristiane Beatriz Dal Bosco Rezzadori
Keyword(s):  

O presente trabalho tem por objetivo traçar considerações acerca das pedagogias culturais nos muros do município de Londrina-PR em tempos de pandemia. Para tal lançamos mãos de um olhar hermenêutico ancorado nos Estudos Culturais das Ciências e das Educações, de base epistêmica em Michel Foucault e Bruno Latour. A interpretativa é lançada a partir de dois pixo nas paredes da região central do município de Londrina-Paraná no início da pandemia de COVID-19, sendo o registro foto-capitado em abril de 2020. A partir da leitura de ambos é possível a taxonomização de duas pedagogias culturais operantes que orientam este manuscrito: a) O reiterar de técnicas de prevenção para com as infecções virais; e b) Uma crítica sócio-cultural das possibilidades éticas do cuidado de si.


2021 ◽  
Vol 22 (48) ◽  
pp. 174-207
Author(s):  
Orivaldo Nunes Junior

O pensamento eurocentrado, com possui base dualista da balança e dois pesos, na lógica aristotélica e na Geometria Euclidiana e Cartesiana, foi fortemente criticado por intelectuais influenciados pelas Filosofias não-eurocentradas. Contudo, as influências de Filosofias Indígenas presentes no Pragmatismo e na Filosofia do Processo que influenciaram Felix Guattari e Gilles Deleuze, estes influenciados por Pierre Clastres que etnografou sociedades Indígenas contra o Estado centralizador tão caro à Europa. Tais críticas produziram Isabelle Stengers, Bruno Latour, Tim Ingold que trazem novas perspectivas à Antropologia e Sociologia, bem como Milton Santos que trouxe uma Geografia nova. Estes movimentos nos auxiliaram a delinear a proposta de Apensamento, como organizador da multiplicidade composta por seres com diversidade multiescalar e fractal, comum nas Filosofias Indígenas, que podemos utilizar como ferramenta na decolonização do pensar eurocentrado.


2020 ◽  
Author(s):  
Hilmar Schäfer

Praxistheorien bilden ein zunehmend an Bedeutung gewinnendes Forschungsprogramm, das gegenwärtig sozial- und kulturwissenschaftliche Disziplinen von der Soziologie über die Geschichts- und Politikwissenschaft bis hin zur Archäologie beeinflusst. Eines ihrer Kennzeichen ist die Betonung der Routinehaftigkeit sozialen Handelns, die teilweise in die Kritik geraten ist. Vertreten die Praxistheorien damit grundsätzlich eine statische Perspektive auf das Soziale? Ausgehend von der Frage nach ihrem Verständnis von Reproduktion und Transformation des Sozialen werden die Positionen von Pierre Bourdieu, Judith Butler, Michel Foucault und Bruno Latour im Detail beleuchtet. Dabei steht das Konzept der Wiederholung im Zentrum der Perspektive. Das Buch entwickelt einen Vergleich der vier Ansätze, indem es die jeweilige Verwendung zentraler sozial- und kulturtheoretischer Analysekategorien (Körper, Materialität, Macht/Norm) diskutiert. Zudem arbeitet es methodologische Prinzipien heraus, die empirische Studien anleiten können. Damit bietet das Buch sowohl einen systematischen Beitrag zur aktuellen Theoriedebatte als auch eine Handreichung für die praxeologische Forschung.


Barbarói ◽  
2016 ◽  
pp. 166
Author(s):  
Zuleika Köhler Gonzales ◽  
Neuza Maria Guareschi

Neste artigo, procuramos analisar como a psicologia foi concebendo o elemento étnico-racial como seu objeto de estudo, através das publicações feitas nos Arquivos Brasileiros de Psicologia entre 1949 e 1990. Para tanto, nos valemos dos estudos de Bruno Latour, Vinciane Despret e Isabelle Stengers para operar conceitualmente sobre as versões que se estabilizam nas articulações entre ciência, política e sociedade. Esses autores deslocam a produção do conhecimento de um modo tradicional de fazer ciência e história para uma abordagem cosmopolítica da ciência. Nos artigos pesquisados, delimitamos quatro eixos epistemológicos ou formas estabilizadas que compuseram as versões científicas do elemento étnico-racial neste estudo. São eles: Determinismo biológico; 2. Classificação e medição das ciências naturais; 3. A Psicotécnica dos Atributos da Personalidade, e; 4. Uma Fenomenologia do sujeito cultural. Apresentamos ainda as articulações político-científicas que possibilitaram a formação dos eixos que compõem as versões do étnico-racial.


2018 ◽  
pp. 34-51
Author(s):  
Charlotte Julie Mazel-Cabasse

In the Bay Area of San Francisco, the earthquake contours are not easy to define: seismology is still a relatively recent science, and controversies around methods to evaluate the earthquake risk are constant. In this context, the invitation to think about the modes of citizen science is an opportunity to reflect on the modality of hybridized scientific practices as well as the process by which the plurality and complexity of the earthquake characteristics can be articulated, and sometime reconciled. Looking at different existences of the earthquake risk, the paper investigates different assemblages that question the clear-cut distinction between citizen science and science. I’ll situate the question of the mode of citizen science within the larger framework of interdisciplinarity knowledge infrastructures and the work on ‘mode of existence’ initiated by Bruno Latour and Isabelle Stengers (2009). Expanding our understanding with regard to how CS is performed opens the possibility of reconsidering the specific types of assemblages and infrastructures from which these modes emerge and on their distinct trajectories. It is also an invitation to make visible the integration processes, the communities, and the imaginations that “make” science.


2018 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 14-42
Author(s):  
Mario Blaser

O conceito de cosmopolítica desenvolvido por Isabelle Stengers e Bruno Latour permite manter aberta a questão de quem e o que pode compor o mundo comum. Deste modo, cosmopolítica oferece uma ferramenta para se evitar as armadilhas da política razoável [reasonable politics], uma política que, definindo de antemão que as diferenças em jogo em um dado desacordo fazem referência a uma realidade única, torna possível deixar de lado algumas preocupações quando as define como irreais e, portanto, irracionais ou irrelevantes. Antecipando o mundo comum como seu possível resultado, mais do que como seu ponto de partida, cosmopolítica interrompe o recurso fácil à desconsideração de certas preocupações com base em sua ostensiva carência de realidade. E, ademais, conservam-se as questões acerca de quem ou o que pode participar na composição do mundo comum. Explorando estas questões por meio de materiais etnográficos sobre o conflito em torno do caribu no Labrador [Canadá], argumento que uma cosmopolítica orientada para o mundo comum padece de importantes limitações, e que outra orientação pode ser possível.


Author(s):  
Edilene Maria Carvalho Leal
Keyword(s):  

http://dx.doi.org/10.5007/1677-2954.2016v15n1p142Esse artigo discute o problema da efetividade de práticas civilizatórias no contexto das sociedades atuais, uma vez que estas decorrem de um longo processo de racionalização da vida coletiva e individual responsável pela dicotomização entre técnica e valor, racionalidade e irracionalidade, liberdade e heteronímia. Contudo, na contramão de grande parte de pensadores que analisaram esse processo a partir da perspectiva da razão como centro de produção, tanto das conquistas ético-políticas quanto da lógica da reprodução técnica das sociedades modernas, Bruno Latour e Michel Foucault desenvolveram argumentos convincentes, segundo os quais sociedades orientadas predominantemente pela racionalização jamais existiram e, por isso mesmo, não se pode negar que estas mesmas sociedades desenvolveram ou podem desenvolver modos de vida ou práticas coletivas e individuais de existência ético-civilizatórias. 


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document