O elemento étnico-racial nas ciências psicológicas: versões de uma ciência (im)pura
Neste artigo, procuramos analisar como a psicologia foi concebendo o elemento étnico-racial como seu objeto de estudo, através das publicações feitas nos Arquivos Brasileiros de Psicologia entre 1949 e 1990. Para tanto, nos valemos dos estudos de Bruno Latour, Vinciane Despret e Isabelle Stengers para operar conceitualmente sobre as versões que se estabilizam nas articulações entre ciência, política e sociedade. Esses autores deslocam a produção do conhecimento de um modo tradicional de fazer ciência e história para uma abordagem cosmopolítica da ciência. Nos artigos pesquisados, delimitamos quatro eixos epistemológicos ou formas estabilizadas que compuseram as versões científicas do elemento étnico-racial neste estudo. São eles: Determinismo biológico; 2. Classificação e medição das ciências naturais; 3. A Psicotécnica dos Atributos da Personalidade, e; 4. Uma Fenomenologia do sujeito cultural. Apresentamos ainda as articulações político-científicas que possibilitaram a formação dos eixos que compõem as versões do étnico-racial.