A angústia tratada como um afeto
No ano universitário de 1962-63, Lacan, em seu Seminário, propõe a angústia como um afeto. Para ele, o afeto não é uma emoção, pois a cada vez que se referencia aos afetos na psicanálise, procura afastá-los das propostas de análise psicofisiológica e procura se aproximar da filosofia. Para tanto, ele cita filósofos tais como Jean-Paul Sartre, Martin Heidegger e Sören Kierkegaard, além de Sigmund Freud. O objetivo deste artigo é percorrer as referências lacanianas às concepções dos filósofos citados, incluindo as concepções freudianas, sobre o tema da angústia e articulá-las às proposições lacanianas sobre o mesmo tema. A partir dessa comparação poder-se-á acompanhar o motivo pelo qual Lacan prefere se referir à filosofia para abordar o tema da angústia em vez de abordá-la a partir das referências psicofisiológicas.