Este artigo analisa os valores que os universitários, segundo seus próprios pares, consideram importantes para serem felizes. Participaram da pesquisa 161 estudantes do 1º ano de Psicologia de uma Universidade pública do interior paulista, de ambos os sexos, com idade entre 17 e 21 anos. Os resultados informaram que: a) os sujeitos consideram que o mais importante para ser feliz se relaciona à amizade (52,8%), à riqueza (18,0%) e à saúde física e psíquica (11,2%), isto é, aspectos mais afeitos à dimensão ética e às formas de glória; b) os sujeitos praticamente não mencionaram a esfera pública, manifestando certa visão individualista e ingênua, já que é impossível a concretização destes valores, sem considerar os públicos; c) quanto à amizade, os sujeitos a consideram como uma forma de se adaptar a uma nova realidade, distante dos familiares e/ou por associar o seu estabelecimento com a felicidade; d) a intenção de ter amigos se refere à demanda por ter as mesmas gratificações obtidas na família, como a de apoio emocional, assim, a amizade pretendida não está calcada na reciprocidade, pois o outro é visto apenas como meio para viabilizar a satisfação de interesses pessoais; e) no tocante à saúde, os sujeitos argumentaram que ela é condição vital para se obter a felicidade; f) de maneira semelhante, manifestaram justificativas quanto à riqueza, isto é, embora não seja condição suficiente, é necessária para concretizar os desejos que podem torná-los felizes. Foi possível concluir que fatores materiais (riqueza) e ligados ao estabelecimento de relações interpessoais são os aspectos julgados necessários para se alcançar a felicidade. Palavras-chave: Felicidade. Universitários. Valores.AbstractThis article analyzes the values that university students, according to their own peers, consider important to be happy. The subjects of the research were 161 undergraduates of both sexes, aged 17 to 21 years, of the first year of the psychology major of a public university in the interior of Sao Paulo state. Results indicated that: (a) the subjects consider that the most important to be happy is friendship (52.8%), wealth (18.0%), and physical and mental health (11.2%), that is, aspects more related to the ethical dimension and forms of glory; (b) most subjects did not mention the public sphere, and thus manifested a certain individualistic and naive view, since it is impossible to achieve these values without considering the public ones; (c) as for friendship, the subjects consider it a way to adapt to a new reality, far from their families, and/or associate its establishment with happiness; (d) the intention to have friends refers to a demand for the same gratification obtained in their families, such as emotional support, and thus the desired friendship is not grounded in reciprocity, because the other is seen only as a means to enable the satisfaction of personal interests; (e) regarding health, the subjects argued that it is a vital condition to obtain happiness; (f) as for wealth, they expressed similar justifications, that is, although wealth is not sufficient, it is necessary to achieve the desires that can make them happy. It was possible to conclude that material factors (wealth) and factors linked to the establishment of interpersonal relationships are the ones deemed necessary for happiness. Keywords: Happiness; university students; values.