scholarly journals Algumas pistas sobre o marketing ambiental pelo olhar da psicossociologia

2019 ◽  
Vol 31 ◽  
pp. 269
Author(s):  
Eliane Monteiro de Almeida ◽  
Frederico Augusto Tavares Junior ◽  
Giselle Gama Torres Ferreira
Keyword(s):  

Este ensaio teórico busca uma reflexão crítica sobre o marketing ambiental, pelo olhar da psicossociologia, para discutir sobre o conceito de ecosofia, enfocando como ocorrem os processos de agenciamento de enunciação de um “rizoma verde” na captura de modos de ser “ecológico” ou “ecopsicossocial”. Desta forma, o presente trabalho visa trazer uma proposta contra-hegemônica, consubstanciada pelo olhar da esquizoanálise, de modo a romper antigas formas de pensar e produzir conhecimento na pesquisa em ciências humanas e sociais. O objetivo central é pensar sob a égide do conceito das três ecologias – conforme postulado por Félix Guattari – por meio dos paradigmas da sociedade de controle e do Capitalismo Mundial Integrado (CMI) como são produzidas as “subjetividades verdes” que exploram recursos naturais e produtilizam a natureza. A pesquisa é bibliográfica, fundamentada nas pistas teóricas trilhadas por Félix Guattari, Gilles Deleuze e por outros autores que dialogam com seus pensamentos. As pistas sugerem uma discussão psicossocial que desvela novos rumos para a ressignificação do marketing ambiental, apontando para a necessidade de se pensar um novo “marketing ecosófico” baseado nas três ecologias, bem como pensado sob um novo paradigma ético-político e estético, no qual as relações socioambientais sejam priorizadas.

2018 ◽  
Vol 7 (4) ◽  
pp. 199
Author(s):  
Roniê Rodrigues Da Silva ◽  
Licilange Gomes Alves

<em><em><br /></em></em>Este artigo tem como objetivo desenvolver uma análise do romance <em>Ciranda de Pedra </em>sob o prisma do conceito de Corpo sem Órgão (CsO), revisitado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, cuja obra permite-nos pensar de forma muito ampla sem perder a essência filosófica. Na ocasião, debatemos também outros termos trabalhados pelos filósofos nos volumes de <em>Mil Platôs </em>– Capitalismo e esquizofrenia, como<em> devir-mulher, espaço liso </em>e<em> estriado</em>,<em> territorialização</em>, dentre outros. Nosso foco de investigação recairá na conduta da personagem Laura, mulher que atravessa vários estigmas de uma sociedade patriarcal, enfrentando dentro si o travamento de uma luta entre o seu corpo disciplinado, obediente às regras desse sistema, e o corpo que quer ser construído, o Corpo sem Órgão, subversivo ao disciplinamento. Embora seja possível encontrarmos muitas pesquisas no Brasil que explorem tais conceitos em vários campos do saber, na literatura, porém, a aplicação destes é ainda insuficiente. Assim, o presente trabalho, além de contribuir para a ampliação de tais discussões, configura-se como uma abordagem interdisciplinar por conciliar duas áreas do conhecimento, Literatura e Filosofia, refletindo sobre possibilidades de se criar estratégias para o enfrentamento às hegemonias vigentes no cenário contemporâneo.


2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 35
Author(s):  
Cacio José Ferreira ◽  
Norival Bottos jr

Esse artigo discute o estatuto das imagens que são produzidas pelos humores líquidos do corpo de Macabéia, em A Hora da Estrela (1998), desregulando e desterritorializandoem filigranas as imagens capazes de sobreviver ao tempo, com destaque para a figura da ninfa, ao mesmo tempo representação da santa cristã ou das deusas pagãs em diversas culturas. Walter Benjamin (2011) denominou essas imagens como aquilo que resta e que é capaz de causar um rasgo ou uma fratura no tempo real, tratar-se-ia, portanto, de sobrevivência no tempo histórico. Como aporte teórico serão utilizadas, sobretudo, as análises de Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jacques Derrida, Giorgio Agamben, AbyWarburg e Georges Didi-huberman, especialmente no que diz respeito ao papel da musa como condição sintomática do discurso que Macabéia exerce sobre o mundo patriarcal e racional, além de se efetivar como um diálogo onde Clarice Lispector busca refletir sobre o papel da arte a partir de uma perspectiva filosófica peculiar. Julga-se importante entender de que maneira Macabéia se configura como uma ninfa, especialmente no que diz respeito à importância das imagens carregadas de temporalidades dispersas e dotadas de características únicas, geralmente icônicas que ela desregula com seu discurso descentralizador.


2016 ◽  
Vol 41 (3) ◽  
pp. 713-729 ◽  
Author(s):  
Vanessa Regina de Oliveira Martins

Resumo: O presente trabalho objetiva travar um diálogo entre filosofia francesa e surdez, a partir dos constructos dos autores Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault, no que tange a ação conceitual e criativa da filosofia da diferença. Tal perspectiva se mostra propulsora de um pensamento militante e potente para compor novas práticas na educação de surdos. Problematiza-se a educação inclusiva e os discursos sobre a surdez pautados na lógica da mesmidade que apaga a diferença surda. Como alçar possibilidades de inscrição da surdez em outra lógica? Como sugestão, seria no incômodo de não se fazer igual, de não reparar seu corpo por meio de técnicas ortopédicas, mas de se recriar, reativando outros saberes, numa ética de se fazer singular. Nessa via, emerge a resistência surda, sendo efetivada por meio de formas outras de exercício e afirmação da vida. É pela enunciação da diferença linguística e pela visualidade conferida à experiência ímpar da não audição que tem se marcado a petição de uma educação bilíngue (no Brasil): língua brasileira de sinais (Libras) e língua portuguesa.


2019 ◽  
Vol 2 (35) ◽  
pp. 22-32
Author(s):  
André Vinícius Nascimento Araújo

As representações conformam-nos a certos modos de ver, de sentir e de enunciar que são perspectivas fechadas de nossas experiências estéticas e políticas. Sendo assim, se elas tornam restritas as nossas maneiras de se relacionar com os acontecimentos, é possível pensar para além das representações? Colocamos tal questão no horizonte da leitura de pensadores como Friedrich Nietzsche, Gilles Deleuze, Michel Foucault e Jacques Rancière. Porém, nosso foco incide sobre a crítica ao paradigma representativo, apresentada em alguns momentos distintos da obra de Deleuze, inclusive daquela que escreve junto com Félix Guattari, quando trata da questão da rostidade. Pretendemos, primeiramente, abordar aquele que para Nietzsche não é senão o maior de todos os acontecimentos a se dar na existência humana: a morte de Deus. Acontecimento que implica uma cisão nos modos tradicionais de pensar, subsumidos a representações morais e metafísicas da existência. De que maneira a morte de Deus será o horizonte de sentido para um modo de pensar, tanto em Deleuze, quanto em Foucault, que considera as coisas e as representações que fazemos delas, como interpretações de um certo jogo de forças e de subjetivação? Por último, poderemos avaliar a partir do conceito rancièriano de partilha do sensível, como encontramos em Deleuze uma prática do pensamento que busca escapar de uma distribuição sedentária do sensível e do político quando este se restringe ao paradigma das representações.


2017 ◽  
Vol 16 (3) ◽  
pp. 45
Author(s):  
Pedro Henrique Lucas Costa ◽  
Caio César Souza Camargo Próchno

Tendo como pressuposto uma concepção histórico-cultural do corpo, no qual se entende que ele é efeito de jogos de poderes e saberes historicamente situados, assim como os processos de subjetivação adjacentes a tal corporeidade, fomos provocados pela questão de como o corpo é explorado e exaurido ao ponto de se tornar um dejeto. Tomamo-lo por corpo-lixo, conceito do qual partirmos para a jornada investigativa e que foi o combustível deste trabalho de pesquisa. Calcados nas premissas da pesquisa cartográfica, procuramos acompanhar o processo de “dejetificação” do corpo, mergulhando e afetando-nos pelas produções culturais contemporâneas, conforme representado nas manifestações midiáticas (sejam elas de cunho jornalístico-publicitário, seja voltadas para o entretenimento) e nas artes (dentre elas o cinema,  a literatura e o teatro). Adotamos a esquizoanálise como principal referencial teórico e, por esse motivo, além de nos debruçarmos nas obras de Gilles Deleuze e Félix Guattari, compomos e decompomos com construtos teóricos de diversas áreas, como a psicologia, a história, a sociologia e a própria filosofia, tendo também Michel Foucault como um importante companheiro de viagem. Reconhecendo o corpo como um processo histórico metamorfoseante, e não meramente uma entidade biológica imutável, realizamos um apanhado histórico de como os exercícios de poder atravessaram os corpos ao longo dos tempos para evidenciar o percurso pelo qual se consolidaram as formas atuais de se abordar o corpo e que, porventura, o leva à sua dejetificação. O aspecto mais relevante deste trabalho cartográfico foi a busca por possibilidades inventivas a partir da suposta condição abjeta, evidenciando a potência e as composições de forças que levam o corpo-lixo à condição de corpo-potente.


2017 ◽  
Vol 32 (77) ◽  
Author(s):  
Pedro Sobrino Laureano

O objetivo deste trabalho é propor uma reflexão crítica sobre a relação entre o pensamento de Gilles Deleuze e o de Jacques Lacan. Buscamos abordar, principalmente, uma transformação ocorrida na leitura feita por Deleuze da obra de Lacan: este, de aliado do projeto filosófico do autor, passa a ser alvo de crítica. Para desenvolver tal questão, utilizamos principalmente a concepção de linguagem presente em ambos os autores. Partindo, na primeira parte de nosso trabalho, da lógica do sentido deleuziana, buscamos explicitar a presença do pensamento de Lacan dentro do projeto filosófico de Deleuze. Na segunda parte de nosso trabalho, apresentamos as teses de Lacan, buscando mostrar porque foi necessário a Deleuze desvencilhar-se da concepção lacaniana de linguagem, e, portanto, de sujeito. Nossa questão nos levou, então, a investigar a necessidade, na filosofia de Deleuze (e em sua obra escrita em colaboração com Félix Guattari), de se pensar um Corpo sem Órgãos (CsO), ou plano de imanência, irredutível ao conceito lacaniano de real.


2007 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 71-85
Author(s):  
Marcos Martins

Nos inventários da arte do século XX, o trabalho de Marcel Duchamp é com freqüência compreendido apenas em sua dimensão conceitual, ignorando-se uma possível presença do sensível em sua obra. Partindo do conceito da obra de arte como “um ser de sensação” criado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, proponho, nesse trabalho problematizar tanto o lugar reservado a Duchamp pela história da arte, quanto os limites da definição de arte formulada por aqueles filósofos. Para explorar a possibilidade de se pensar uma poética duchampiana este texto se vale estrategicamente de duas referências: as teses de Rosalind Krauss a respeito da materialidade e do erotismo na obra do artista e os conceitos de duração, memória hábito e reconhecimento atento formulados pelo filósofo Henri Bergson.


2021 ◽  
Vol 3 (16) ◽  
pp. 23-42
Author(s):  
Luciana Ferrari Gouvêa ◽  
Leonardo Lemos de Souza

Este artigo tem por objetivo problematizar aspectos relevantes do SUS, da saúde da população LGBTQIA+ e discutir a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (PNSI-LGBT[1]), instituída em 2011 pela Portaria nº 2.836, com o objetivo de promover a saúde integral dessa população, na tentativa de eliminar o preconceito e reduzir as desigualdades no atendimento à saúde. Utilizaremos como ferramenta metodológica a Genealogia Cartográfica (LEMOS et al, 2015), a qual sugere a aproximação e complementaridade dos conceitos de genealogia e cartografia propostos, respectivamente, por Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, com a intenção de trabalharmos com novas maneiras de se fazer pesquisa em Psicologia e outros saberes. Faz-se necessário o acolhimento desta população nos serviços de saúde de modo a propiciar maiores vínculos de acesso, legitimação da aplicabilidade da PNSI-LGBT e pela luta da garantia de direitos a saúde integral, bem como atendimento igualitário para os LGBTQIA+[2].[1] Para facilitar a leitura, utilizaremos a sigla PNSI-LGBT para referenciar a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.[2] No momento da elaboração e efetivação da referida Política, o termo LGBTQIA+ não era comumente utilizado. Utilizaremos o termo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) quando nos referirmos ao nome da Política. Nas demais referências utilizaremos o termo LGBTIQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexos, Queer, Assexuais e outros) para contemplar as diversas orientações sexuais e identidades de gênero.


2017 ◽  
Vol 29 (46) ◽  
pp. 285 ◽  
Author(s):  
Regina Schöpke

Este trabalho tem como objetivo central mostrar como o conceito de corpo sem órgãos, que apareceu, primeiramente, na obra de Antonin Artaud, e que será reativado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, está diretamente associado à produção da máquina de guerra nômade. Neste aspecto, é preciso ir mais longe na compreensão do sentido vital, existencial e político deste que não é um conceito propriamente dito, mas um modo de ser, um modo de se produzir e de produzir a existência. “Não é uma noção, um conceito, mas antes uma prática, um conjunto de práticas”, afirmam Deleuze e Guattari. Em um sentido bem estrito, trata-se da produção de um corpo mais pleno, mais vivo, mais intenso, um corpo de resistência para o desejo e para a própria vida, o que só é possível se  desconstruímos o corpo criado para servir docilmente aos poderes do campo social. Só que é aqui que reside o maior de todos os perigos: nem toda desconstrução se converte em criação de um corpo sem órgãos no sentido revolucionário. É preciso que a guerra vá além daquela que se trava contra os órgãos ou contra o organismo (que, aliás, se levada às últimas consequências, como sabia o próprio Artaud, significa simplesmente matar-se). A guerra é pela libertação da vida que foi aprisionada no homem e pelo próprio homem. É contra o niilismo, que nasce da opressão das forças vitais que transformou, por sua vez, nosso corpo e nossa razão em reféns dos poderes estabelecidos. Criar um corpo sem órgãos para si é já fazer parte de um devir nômade libertário, que é, antes de tudo, criador de novos modos de ser, de existir, de viver.


Author(s):  
Bruno Gonçalves Borges

O problema que pretende responder este texto pode ser resumido ao questionamento acerca do processo que levou a pedagogia a se tornar uma peça indispensável de uma engenhosa estrutura de produção de subjetividades na era capitalista. Para tanto, esse problema ganha contornos a partir do esboço de um cenário dual, em que há de um lado, um Pequeno Emílio, originário da obra rousseauniana , desprendido do desejo de formulação de um padrão subjetivo, ainda que aspectos de um naturalismo liberal sejam pertinentes a ele; e, de outro, um Grande Emílio, produto de uma “pequena”, mas incessante e, talvez, pretensiosa resposta ao problema do governo de si e dos outros por meio dos usos de uma pedagogia científica e suas variações, encerrada na ideia de formação plena de um corpo social que reduz a multiplicidade aos níveis economicamente produtivos. Ao propor a abordagem em questão, este texto lança mão de uma análise ao estilo esquizo dos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari de textos importantes para a filosofia da educação e da própria pedagogia em função de encontrar suporte para os elementos de uma produção subjetiva em curso que passa pela pedagogia.


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