Universalidade do Poeta Brasileiro Jorge de Lima

1964 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 157-172
Author(s):  
César Leal

Se alguém me indagasse qual seria o poeta mais representativo da moderna poesia brasileira, creio que mencionaria primeiro Carlos Drummond de Andrade, aínda que Manuel Bandeira também o seja, ao lado de outros como Cassiano Ricardo, Emílio Moura, Murilo Mendes, Lêdo Ivo, Mauro Mota, João Cabral de Melo Neto e Joaquim Cardozo. Mas a expressão poética, em nenhum dêsses autores, alcanca urna dimensão intelectual de fronteiras tão extensas quando em Jorge de Lima. Creio que sua poesía, sob certos aspectos, é mais importante do que a de Fernando Pessoa; e, entre os poetas de língua portuguêsa, talvez só encontre rival em Camões.

2021 ◽  
Vol 36 (2) ◽  
Author(s):  
Erik Dorff Schmitz ◽  
Fernando Steffens

Nesse artigo iremos acenar como Literatura e Teologia se relacionam num tripé: espiritualidade, poesia e memória. Traremos as criações de alguns poetas e poetisas que em suas obras manifestam uma espiritualidade mística que provocam um correlacionamento entre a arte literária e a reflexão teológica. Buscaremos algumas obras de Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Mario Quintana, Ferreira Gullar, Fernando Pessoa, José Tolentino de Mendonça, Manuel de Barros, Murilo Mendes, Nicanor Parra e a partir delas usaremos o suporte da Teopoética, que consiste em uma reflexão acadêmica entre Literatura e Teologia, trazendo estudos já realizados por teóricos da área. Com isso queremos mostrar como é possível fazer poesia com espiritualidade, e como a Teologia pode fazer bom proveito da arte poética para a fé.


Author(s):  
Juliana Lopes Melo Ferreira Sabino

O presente trabalho tem o objetivo principal de analisar a maneira como se constrói a temática da morte e da solidão nos poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, por meio da utilização das figuras de linguagem, utilizando como corpus quatro poemas, dois de cada autor. Manuel Bandeira é um dos principais nomes da primeira geração do modernismo brasileiro. Dentre os poemas que compõem suas obras há vários voltados ao universo infanto-juvenil, como o famoso “Trem de Ferro”. Mesmo que nas produções literárias Drummonianas o público alvo não sejam, especialmente, voltadas às crianças, grande parte de seus poemas são recomendados para leitura durante essa fase. A Literatura infanto-juvenil não deve ser considerada com gênero menor e sim tomada com a mesma importância que as outras, pois as habilidades e competências discursivas de leitura são desenvolvidas em cada fase de desenvolvimento do ser humano.  


Author(s):  
José Luís Jobim

Neste trabalho, pretendemos explorar as questões das referências francesa e europeia, principalmente em cartas de Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira, nos anos 1920, chamando a atenção para os imaginários construídos com as noções de “aqui” (Minas, São Paulo, Rio, Brasil, América Latina) e “lá” (França, Europa), na palavra que circula entre e através desses autores. Também formularemos uma hipótese sobre crítica literária “interna” e “externa”, envolvendo essa correspondência.


2017 ◽  
Vol 17 (27) ◽  
pp. 26
Author(s):  
Rita de Cassia Barbosa

Em 4 de setembro de 1949, sem assinatura, Carlos Drummond de Andrade publica, no "Suplemento Literário Letras e Artes" do periódico A Manhã do Rio de Janeiro, o poema "Sonetilho", precedido de nota introdutória — esta também sem assinatura — onde o autor propõe um concurso para se descobrir o autor do poema. O intuito deste ensaio consiste em mensurar as implicações e o alcance do vínculo entre autor da nota, autor do poema e a ausência de assinatura nos dois casos no âmbito da produção jornalística e poética de Carlos Drummond de Andrade. Pretende-se, assim, avaliar a importância dessa atitude do cronista e do poeta ao longo de sua trajetória.


Author(s):  
Hu Xudong

É constrangedor confessar, mas antes de eu ir ao Brasil em 2003, ignorava por completo a riqueza da poesia modernista desse grande país. Na realidade, eu não era o único. O desconhecimento total da poesia brasileira entre os poetas contemporâneos chineses ainda é uma situação comum. Antes de eu deixar o Brasil em 2005, além de Vinícius de Moraes, eu também havia traduzido alguns poemas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Paulo Leminski, Ana Cristina César. Contudo, logo descobri minha meta de tradução: João Cabral de Melo Neto, mestre da poesia modernista brasileira.


2017 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 105-115
Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

É inegável a importância da editora Globo de Porto Alegre na consolidação de uma literatura estrangeira de qualidade no Brasil. Por seu intermédio, leitores brasileiros puderam conhecer, em impecáveis traduções, obras de Thomas Mann, Somerset Maughan, Virginia Woolf, Marcel Proust, Giovanni Papini, Conrad, Graham Greene, Aldous Huxley, John Steinbeck, autores das mais diversas nacionalidades. Para fazê-lo, os editores Bertaso e Verissimo, responsáveis pela seleção das obras que seriam traduzidas pela Globo, bem como pela escolha do tradutor incumbido para tal função, faziam questão de manter um seleto e experiente grupo de escritores-tradutores, que contou com nomes tais como Mario Quintana, um dos tradutores mais produtivos da Casa, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, José Lins do Rego, além do próprio Erico Verissimo. Tendo em vista tais fatos, pretende-se, com esse trabalho, investigar o quadro de tradutores da Coleção Nobel, única coleção da editora Globo dedicada exclusivamente à literatura traduzida, atentando para a escolha dos tradutores de acordo com o valor literário atribuído à obra a ser traduzida, a fim de refletir acerca da influência do escritor-tradutor na formação do cânone de literatura traduzida no Brasil.


Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e40702
Author(s):  
Nuno Brito

O presente artigo surgiu de uma necessidade de pensar o tema da lentidão e do questionamento na obra de Carlos Drummond de Andrade, tomando como ponto de partida estes dois elementos enquanto geradores de uma ideia de diferença. Para isso é estudada a forma como a poesia de Drummond pensa a diferença através de um constante apelo à desaceleração que cruza a sua criação literária, desaceleração da escrita, mas também da leitura, do processo criativo e de um contacto mais intenso com a realidade. Para isso são estudados e alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade em contacto com poetas como Manuel Bandeira, Wislawa Szymborska e Jorge Luís Borges.


2020 ◽  
Vol 1 (39) ◽  
Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

O Brasil é um dos poucos países no mundo a possuir duas traduções integrais da obra maior de Marcel Proust, À la Recherche du temps perdu (1919-1927), ambas realizadas por escritores-tradutores renomados, a saber, Mario Quintana, tradutor dos quatro primeiros volumes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Lucia Miguel Pereira, pela Livraria do Globo, entre 1948 e 1957, bem como a retradução, assinada integralmente por Fernando Py, publicada pela Ediouro, em 2001. Além de conferir prestígio e credibilidade à tradução, a presença do escritor-tradutor suscita uma série de questionamentos quanto à identificação das vozes poéticas presentes nesse novo texto traduzido. Em vista disso, este trabalho pretende analisar a forma como os escritores-tradutores lidaram com aspectos fundamentais do texto proustiano, tais como o ritmo, a pontuação e o componente cultural, no segundo volume da Recherche, À l’ombre des jeunes filles en fleurs (1919). Para tanto, serãoutilizadas como base teórica as contribuições de Henri Meschonnic, no que concerne à questão rítmica do texto literário, bem como os aportes de Isabelle Serça, particularmente a respeito da pontuação e do ritmo proustianos. Outrossim, no que tange ao componente cultural da Recherche, a reflexão partirá do pressuposto da transculturação para explicar as diversas transformações culturais identificadas nas traduções de Mario Quintana e Fernando Py, com base nas reflexões propostas por Fernando Ortiz e que foram, posteriormente, aplicadas à literatura, por Ángel Rama. Palavras-chave: Escritor-tradutor. Tradução rítmica. Marcel Proust.


2020 ◽  
Vol 11 (16) ◽  
pp. 82-97
Author(s):  
Aurora Fornoni Bernardini

Este ensaio apresenta as principais contribuições da teoria formalista russa para o estudo da poesia. Seu foco incide nos principais achados teóricos de Iúri Tyniánov no que se refere à abordagem da linguagem poética. Também aponta analogias e “semelhanças de família” entre as teorias de Tyniánov e as poéticas de Carlos Drummond de Andrade e de Manuel Bandeira.


2021 ◽  
Vol 41 (65) ◽  
pp. 217
Author(s):  
Ailton Pirouzi Júnior ◽  
Mariana Daminato

Resumo: O presente trabalho consiste em uma leitura da obra Dias úteis (2019), da escritora portuguesa Patrícia Portella, sob a perspectiva das epígrafes e de uma particular didascália. A proposta é entender a construção narrativa e temática dos “contos” dessa “novela”, através dos paratextos que os antecedem. Com a utilização de autores predominantemente de língua portuguesa, Portella recorre a Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Érico Veríssimo e Adélia Prado (literatura brasileira) e completa seu repertório com Maria José – o heterônimo de Fernando Pessoa – e Herberto Helder (literatura portuguesa). Por meio de uma visão geral, percebe-se que as epígrafes de Dias úteis (2019) não fazem papel de “borda da obra”, como rotulado por Genette (2009). Tanto quanto as epígrafes, a didascália carrega um significado particular dentro do texto e, mais do que orientações de como ler a obra, ela apresenta uma perspectiva da autora a respeito de algumas ideias que serão exploradas ao longo da trama. Ademais, destaca-se o fato de a obra estar inserida no cenário da novíssima ficção portuguesa. Em suma, a ideia é compreender não só a funcionalidade das epígrafes e da didascália, mas também a maneira como esses paratextos são articulados em Dias úteis (2019), entrelaçando, assim, excertos citados, textos e enredos.Palavras-chave: epígrafes; didascália; paratextos; novíssima ficção portuguesa; Patrícia Portela. Abstract: The present work consists of a reading of the work Dias úteis (2019), by the Portuguese writer Patrícia Portella, from the perspective of the epigraphs and a particular didascalia. The proposal is to understand the narrative and the thematic construction of the “short stories” of this “novel”, through the paratexts that precede them. Using predominantly Portuguese language authors, Portella calls Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Érico Veríssimo and Adélia Prado (Brazilian literature) and completes his repertoire with Maria José – the heteronym of Fernando Pessoa – and Herberto Helder (Portuguese literature). Through an overview, it is clear that the epigraphs of Dias úteis (2019) do not play the role of “edge of the work”, as labeled by Genette (2009). As much as the epigraphs, the didascalia carries a particular meaning within the text and, more than guidelines on how to read the work, it presents the author’s perspective on some ideas that will be explored throughout the plot. Furthermore, the fact that the work is inserted in the scenario of the newest Portuguese fiction stands out. In short, the idea is to understand not only the functionality of the epigraphs and didascalia, but also the way in which these paratexts are articulated in Dias úteis (2019), thus interweaving quoted excerpts, texts and plots.Keywords: epigraphs; didascalia; paratexts; brand new Portuguese fiction; Patricia Portela.


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