scholarly journals LEITURA E MULTIMODALIDADE: REFLEXÕES EM TORNO DO TEXTO ACADÊMICO

Trama ◽  
2020 ◽  
Vol 16 (39) ◽  
pp. 54-64
Author(s):  
Talita Santos MENEZES

Este trabalho tem como objetivo verificar se há variação na compreensão de textos acadêmicos que integram mais ou menos recursos multimodais. Tendo em vista que recursos gráficos, espaciais e ilustrativos, agregados a informações verbais, tornam o texto acadêmico um produto multimodal, torna-se válido investigar a influência de tais recursos na leitura de estudantes universitários que lidam com esse tipo de texto. O estudo assume um caráter descritivo, bem como uma abordagem quantiqualitativa, sendo classificado como bibliográfico e de campo. O referencial teórico é pautado, fundamentalmente, em pressupostos defendidos por Elias e Silva (2018), Kleiman (2016), Luz (2010), Mayer (2005), Padilla (2018), entre outros. Além disso, o trabalho traz resultados de um estudo de campo de caráter exploratório. Tal estudo consistiu em um pré-teste realizado com graduandos da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A pesquisa demonstrou que recursos multimodais como ilustrações, por exemplo, podem gerar três tipos de efeito sobre a leitura de um texto acadêmico, isto é, elas podem auxiliar na melhor compreensão do conteúdo e localização de informações específicas; podem apenas acompanhar a informação verbal, de sorte que esta pode ser preponderante para o entendimento de um assunto; e, de certa forma, podem gerar algum tipo de dificuldade para o leitor integrar a informação verbal à visual, e, consequentemente, interpretar um dado.Recebido em: 27-04-2020Revisões requeridas em: 15-05-2020Aceito em: 18-05-2020REFERÊNCIAS:ARAÚJO, Júlio; PIMENTA, Alcilene Aguiar. Aspectos multimodais da escrita acadêmica em pôsteres de bolsistas da UFC: a construção de significados nesse gênero.  E-Scrita: revista do Curso de Letras da UNIABEU, Nilópolis, v.5, n. 2, p. 106-122, maio/ago. 2014. Disponível em: https://bit.ly/2KCSVDj. Acesso em: 17 jun. 2019.BEZERRA, Benedito. Gêneros digitais: apresentando livros na internet. Revista Signos, Lajeado, v. 43, n. 1, p. 45-61, 2010. Disponível em: https://tinyurl.com/y3c8ywr6. Acesso em: 17 jun. 2019.ELIAS, Vanda Maria da Silva; SILVA, Sandro Luis da. Multimodalidade na escrita de artigos científicos: aspectos teórico-analíticos e contribuições para o ensino. Linha D’Água, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 111-125, jan./abr. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2W403hh. Acesso em: 17 jun. 2019.FERREIRA, Lucas Pazoline da Silva. Ciberartigo: um modelo de produção (hiper)textual na comunicação científica online. 2017. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017. Disponível em: https://bit.ly/358TAFS. Acesso em: 17 jun. 2019.FLOREK, Cristiane Salete. Uma proposta didática para o ensino de leitura e de escrita de um gênero acadêmico multimodal. Veredas, Juiz de Fora, v. 20, n. 2, p. 239-256, 2016. Disponível em: https://bit.ly/35eCUgu. Acesso em: 16 jun. 2019.FREITAG, Raquel Meister Ko. Amostras sociolinguísticas: probabilísticas ou por conveniência? Revista de Estudos da Linguagem, v. 26, n. 2, p. 667-686, 2018. Disponível em: https://tinyurl.com/y4fdur4s. Acesso em: 22 fev. 2019.IBGE. Normas de apresentação tabular. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1993. Disponível em: https://bit.ly/383JF5b. Acesso em: 24 jan. 2020.KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 16. ed. Campinas: Pontes Editores, 2016.KOMESU, Fabiana. Letramentos acadêmicos e multimodalidade em contexto de EAD semipresencial. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 16, n. 30, p. 75-90, 1º sem. 2012. Disponível em: https://tinyurl.com/y3nhh9tn. Acesso em: 16 jun. 2019.LUPTON, Ellen. Pensar com tipos: guia para designers, escritores, editores e estudantes. Tradução André Stolarski. São Paulo: Cosac Naify, 2006.LUZ, José Gilvan da. Estatística. Aracaju: Gutemberg, 2010.MAYER, Richard E. Introduction to Multimedia Learning. In: MAYER, Richard E. The Cambridge Handbook of Multimedia Learning. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. p. 1-16. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/fd09/96d9b55901cecacf4427fc1f6837d1868b7a.pdf. Acesso em: 02 jul. 2019.MORAES, Andréa. Pôster acadêmico: um evento multimodal. Ao Pé da Letra, Pernambuco, v. 9, p. 1-9, 2007. Disponível em: https://tinyurl.com/y5rsq6lo. Acesso em: 17 jun. 2019.MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.PADILLA, Constanza. Desafios epistêmicos e argumentativos na escrita de pós-graduação: gêneros científico-acadêmicos e trajetórias de mestrandos e doutorandos. Trad. Raquel da Silva Ortega. EIDA - Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação, Ilhéus, n. 15, p. 270-295, jan./jun. 2018. Disponível em: https://bit.ly/37bvJGr. Acesso em: 12 nov. 2019.SAMPAIO, R.F.; MANCINI, M.C. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, jan./fev. 2007. Disponível em: https://tinyurl.com/yy8s45oj. Acesso em: 28 maio 2019. 

2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Ieda Lourdes Gomes de Assumpção ◽  
Maicon Farias Vieira ◽  
Leticia Fonseca Richthofen de Freitas

Este trabalho tem como objetivo investigar como licenciandos de um curso de letras entendem a didática e a didatização como prática pedagógica na perspectiva decolonial. Pretende investigar, também, como a didática pode fomentar uma prática educativa de vanguarda a partir da análise de narrativas sobre como alunos de uma universidade privada lidam com tais conceitos, passam a operar com eles e constroem suas identidades docentes a partir da(s) linguagem(ns). Para tanto, nos embasamos no campo da Linguística Aplicada Indisciplinar, em sintonia com os estudos culturais, tendo como argumento a relação entre a linguagem e a produção de identidades, considerando a função que as narrativas desempenham no processo de construção identitária, no sentido de propor uma organização dos discursos nos espaços sociais. Sendo assim, a metodologia que se propõe está pautada na análise das narrativas dos licenciandos no processo de construção de conhecimentos a partir da utilização da didática. O resultado desta investigação quanto à formação de professores aponta indícios para refletir sobre a perspectiva da decolonialidade e sobre as identidades docentes como reflexo das performances narrativas da formação, das propostas e das estratégias formativas vivenciadas por meio das mediações didáticas promovidas ao longo do curso de formação dos sujeitos de pesquisa. ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: Dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.BAPTISTA, Lívia Márcia Tiba Rádis. (De)Colonialidade da linguagem, lócus enunciativo e constituição identitária em Gloria Anzaldúa: uma “new mestiza”. Polifonia, Cuiabá: PPGEL/UFMT, v. 26, n. 44, p. 123-145, out./dez. 2019.BASTOS, Liliana Cabral; SANTOS, William Soares. A entrevista na pesquisa qualitativa: perspectiva em análise da narrativa e da interação. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2013.CANDAU, Vera Maria. A didática e a formação de educadores – Da exaltação à negação: a busca da relevância. In: _________(Org.). A didática em questão. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 13-24.FABRICIO, Branca Falabella. Linguística aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006. p. 45-65.HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015.MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Contemporaneidade e construção de conhecimento na área de estudos linguísticos. SCRIPTA, Belo Horizonte: PPGL/PUC Minas, v. 7, n. 14, p. 159-171, 1º sem. 2004.MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Linguística aplicada e vida contemporânea: Problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In: _________ (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006. p. 85-107.MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Práticas narrativas como espaço de construção das identidades sociais: uma abordagem socioconstrucionista. In: RIBEIRO, Branca Telles; LIMA, Cristina Costa; DANTAS, Maria Tereza Lopes(orgs.). Narrativa, Identidade e Clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições IPUB/CUCA, 2001. p. 55-71.NÓVOA, António (org.). Vidas de Professores. Porto: Porto Editora, 1995.OLIVEIRA, Luiz Fernandes. O que é uma educação decolonial? Nuevamérica – La revista de la patria grande, Buenos Aires, v. 149, p. 35-39, jan./mar. 2016.OLIVEIRA, Luiz Fernandes; CANDAU, Vera Maria Ferrão. Pedagogia Decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, Belo Horizonte: Fae/UFMG, v. 26, n. 1, p. 15-40, abr. 2010.PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. Manual de pesquisa em estudos linguísticos. São Paulo: Parábola, 2019.PENNYCOOK, Alastair. Uma linguística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006. p. 67-84.RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.VEIGA NETO, Alfredo. A Didática e as experiências de sala de aula: uma visão pós-estruturalista.  Revista Educação e Realidade, Porto Alegre: FaE/UFRGS, v. 21, n. 2, p. 161-175, jul./dez. 1996WALSH, Catherine. Pedagogía decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir. Tomo I. Quito : Ediciones Abya-Yala, 2013.WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y educación intercultural. In: Viaña, Jorge Uzieda; Tapia Luis Mealla & ________ (Eds.). Construyendo Interculturalidad Crítica . 1. ed. Bolivia: Instituto Internacional de Integración del Convenio Andrés Bello, 2009. p. 75-96.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Greicy Pinto Bellin ◽  
Jonhes Tadeu Gomes

Este artigo pretende analisar as relações entre homoerotismo, ambiência e Stimmung na construção do masculino na novela Morte em Veneza, de Thomas Mann (1911). Pretende-se trabalhar com os conceitos de gênero e performance propostos por Joan Scott, Teresa de Lauretis e Judith Butler, respectivamente, relacionando-as aos conceitos desenvolvidos por Hans Ulrich Gumbrecht em Atmosfera, ambiência e Stimmung (2014). Nosso objetivo é compreender o papel desempenhado pelas construções de gênero na representação de um homoerotismo construído por meio de elementos materiais do texto relacionados à ambiência da narrativa, e por meio de elementos da mitologia grega, perceptíveis no texto de Thomas Mann. BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2003. _______. Os atos performativos e a constituição do gênero: um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. Trad. Jamille Pinheiro Dias. Caderno de leituras n. 78, Chão da Feira, 2018, p. 1-16. Disponível em:< http://chaodafeira.com/wp-content/uploads/2018/06/caderno_de_leituras_n.78-final.pdf> Acesso em: 12/12/2019.   GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC – Rio, 2010. _______. Atmosfera, Ambiência, Stimmung: Sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto: Editora PUC Rio, 2014. LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.) Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. P. 206-241. MANN, Thomas. Morte em Veneza. São Paulo: Abril Cultura, 1979. RICHARD, Nelly. Intervenções críticas, arte, cultura, gênero e política. Belo Horizonte; Editora UFMG, 2002. SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. New York, Columbia University Press. 1989. ZANINI, Eduardo Oliveira. Leitura do imaginário na poesia lírica: uma viagem na barca de Caronte com Pedro Tamen. Disponível em: < http://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem04/COLE_3736.pdf >. Acesso: 19/12/2019. ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. Trad. Jerusa Pires e Suely Fenerich. São Paulo: Cosac Naify, 2007.  WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. Rio de Janeiro: L&PM, 2001.  


2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 79-87
Author(s):  
Bárbara Inês Ribeiro Simões Daibert ◽  
Luciana de Oliveira Rodrigues

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a prosa de Conceição Evaristo, investigando a representação das diferenças, principalmente sociais e de gênero, na escrita de seus contos, por meio da busca e da valorização da ancestralidade africana. Palavras-chave: Identidade Africana. Ancestralidade. Literatura. Nação. Referências  BARROS, José d’Assunção. A historiografia pós-moderna. Ler História, n. 61, 2011, p.147-167. Disponível em: <https://journals.openedition.org/lerhistoria/1655>. Acesso em: 27 abr. 2019. BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996. CÔRTES, Cristiane. Diálogos sobre escrevivência e silêncio. In: DUARTE, Constância Lima; CÔRTES, Cristiane; PEREIRA, Maria do Rosário A. (orgs). Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo. Belo Horizonte: Idea, 2016. p. 51-60.  EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2010. ______. Insubmissas lágrimas de mulheres. Belo Horizonte: Nandyala, 2011. ______. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza, 2003. ______. História de leves enganos e parecenças. Rio de Janeiro: Malê, 2016. _____. Gênero e etnia: uma escre(vivência) da dupla face. In: MOREIRA, Nadilza Martins de Barros; SCHNEIDER, Diane (eds.). Mulheres no mundo, etnia, marginalidade e diáspora. João Pessoa: Ideia, 2005. p. 201-212. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/177337990/Conceicao-Evaristo-Genero-e-etnia-uma-escre-vivencia-de-dupla-face. Acesso em: 20 abr. 2019. FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979. GANDHI, Leela. Postcolonial theory: a critical introduction. New York: Columbia University,1998. GARUBA, Harry. Explorações do realismo animista: notas sobre a leitura e a escrita da literatura, cultura e sociedade africana. Tradução Elisângela da Silva Tarouco. Nonada: Letras em Revista, Porto Alegre, v. 2, n. 19, p. 235-256, out. 2012. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/5124/512451673021.pdf. Acesso em: 02 dez. 2018. ______. Reflexões provisórias sobre o animismo, modernidade/colonialismo e a ordem africana do conhecimento. Tradução Alice Botelho Peixoto. CESPUC, n. 32, p. 123-131, jan./jun. 2018. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/17021. Acesso em: 14 mar. 2019. HALL, Stuart. Que “negro” é esse na cultura negra? In: ______. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Organização Liv Sovik. Tradução Adelaine La Guardia Resende et al. Belo Horizonte: UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2009. ______. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. Ed. Tradução Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Lobo. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. 2. ed. São Paulo: Ática, 1997. LIEBIG, Sueli Meira. “Escrevivências”: Evaristo e a subversão de gênero em Insubmissas lágrimas de mulheres. XII Colóquio Nacional Representações de gênero e sexualidades. 08 a 10 de junho de 2016, Campina Grande, PB. Disponível em: file:///C:/Users/Windows%2010/Downloads/TRABALHO_EV053_MD1_SA6_ID571_30042016200422.pdf. Acesso em: 16 fev. 2019. MOREIRA, Terezinha Taborda. Silêncio, trauma e escrita literária. In: DUARTE, Constância Lima; CÔRTES, Cristiane; PEREIRA, Maria do Rosário A. (orgs). Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo. Belo Horizonte: Idea, 2016. p. 109-119. POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 5. n. 10, p. 200-212, 1992. Disponível em: http://www.pgedf.ufpr.br/memoria%20e%20identidadesocial%20A%20capraro%202.pdf. Acesso em: 09 maio 2019. PONCE, Eduardo Souza; GODOY, Maria Carolina de. Ancestralidade e identidade  em  “Olhos d’água” de  Conceição Evaristo. Anais do VIII Colóquio de Estudos Literários. Ferreira Cláudia C.; Jacicarla S.; Brandini Laura T.(orgs). Londrina, 06 e 07 ago. 2014. p. 163-170. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/estudosliterarios/pages/arquivos/Eduardo%20Ponce%20e%20Maria%20Carolina%20Godoy_Texto%20Completo.pdf. Acesso em: 18 abr. 2019. SAID, Edward. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. SILVA, Assunção de Mari Souza e. “E assim tudo se deu”: as histórias de leves enganos e parecenças. In: DUARTE, Constância Lima; CÔRTES, Cristiane; PEREIRA, Maria do Rosário A. (orgs). Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo. Belo Horizonte: Idea, 2016. p. 295-306. SILVA, Franciane da Conceição. A presença da ancestralidade em narrativas de Conceição Evaristo e Mia Couto. Cadernos Cespuc, n. 32, jan. /jul. 2018. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/16962/13446. Acesso em: 12 abr. 2019. SPIVAK, GayatriChakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa e André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: UFMG, 2010.


Trama ◽  
2020 ◽  
Vol 16 (39) ◽  
pp. 91-103
Author(s):  
Margarida da Silveira CORSI ◽  
Greice Aparecida FACIOLI DE BITENCOURT ◽  
Solange Aparecida BOREGGIO

Considerando que o trabalho com o texto literário em sala de aula continua sendo um dos grandes desafios do professor de Língua Portuguesa e a escassez de propostas de abordagem capazes de reunir práticas pedagógicas e eventos sociais que envolvam a interação entre o leitor, texto literário e autor, o presente trabalho apresenta uma proposta de abordagem do conto Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector, voltada para alunos de oitavo e nono ano do ensino fundamental. Este trabalho objetiva promover o letramento literário e a instrumentalização do leitor. Para tanto, idealizamos uma abordagem a ser aplicada em formato de oficina, dividida a partir das etapas descritas por Micheletti (2000) e revistas por CORSI (2015), aliadas aos pilares do dialogismo bakhtiniano (BAKHTIN, 1997): conteúdo temático, estrutura composicional e estilo, partindo do contexto de produção no qual o texto encontra-se inserido. A partir desta visão, esta oficina apresenta as seguintes etapas: motivação/sensibilização, antecipação, leitura/análise e interpretação.  Espera-se com isso, desenvolver a criticidade do aluno/leitor e ampliar a sua compreensão por meio da produção de uma fanfiction, gênero que promove a criatividade do leitor através da reescrita e corresponde aos interesses do público alvo a quem este trabalho se destina.Recebido em: 30-04-2020Revisões requeridas em: 05-06-2020Aceito em: 07-06-2020REFERÊNCIAS:AZZARI, E. F.; CUSTÓDIO, M. A. Fanfics, Google Docs... A produção textual colaborativa. In: ROJO, R. (org.). Escol@ conectada. São Paulo: Parábola Editorial, 2013.BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.BRAIT, B; MELO R. Enunciado/enunciado concreto/ enunciação. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005.CÂNDIDO, A. O direito à literatura. In: CÂNDIDO, A. Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2004. p. 169-191CANDIDO, W.R. O papel da universidade na formação docente: Caminhos para o pensamento crítico em sala de aula. Os textos e as ideologias, mídias, redes sociais, a literatura e outras formas de arte. In FLECK, G. F.; CORSI, M. da S.; CANDIDO, W. R. (Orgs). A pesquisa em Literatura e leitura na formação docente – experiências da pesquisa acadêmica à prática profissional no ensino. Volume 2. Campinas-SP: Mercado das Letras, 2018.CEREJA, W. R. MAGALHÃES, T.C. Literatura Brasileira: ensino médio. São Paulo: Atual, 2005CHARTIER, R. As revoluções da leitura no ocidente. In: ABREU, M. (Org.). Leitura, história e história da leitura. Campinas, SP: Mercado das Letras; São Paulo: Fapesp, 1999.COMPAGNON, A. Literatura para quê? Belo Horizonte: UFMG, 2009.CORSI, M. da S.. A narrativa literária francesa como suporte para o letramento do leitor – aprendiz de FLE. Maringá: Eduem, 2015.COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 1. ed., 3ª reimp. São Paulo: Contexto, 2009.Fanfics Brasil: plataforma para a publicação e leitura de Fanfics. Página incial. Disponível em https://fanfics.com.br/. Acesso em: 12 de dez. de 2019.JOUVE, V. Por que estudar literatura?Trad. Marcos Bagno e Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2012.LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina: contos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981, p.07-10.MICHELLETI, G. Leitura e construção do real: o lugar da poesia na ficção. São Paulo: Cortez, 2000.____, G. Concepções e práticas de leitura na escola: o lugar do texto literário. Itinerários, Araraquara, n. 17, 2001.PERFEITO, A. M.; OHUSCHI, M.C. G.; BORGES, C.A.G. Bula de remédio: da teoria à prática de sala de aula. In: OSÓRIO, E.M. (Org.) Mikhail Bakhtin: cultura e vida. São Carlos: Pedro e João Editores, 2010. p. 51-74.ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.


2019 ◽  
Vol 12 (3) ◽  
Author(s):  
Rosiane De Jesus Dourado

This is an critical analysis about path as a cinematic visual motif in two films by Abbas Kiarostami, Where is the Friend´s Home? (1987) and Taste of Cherry (1997), establishing its by cinema. The objective is to discuss the learning informed by cinematic language in school through the pedagogical relations between adults and children, as well as cinema, education and imagination. The analysis starts from the critical studies made by Ragel (2016), Bergala (2008) and Bernardet (2004) on the cinematic language of Abbas Kiarostami, who developed a poetic language and reflection about life. Other audiovisual productions and educational experiences with cinema are connected with theories about childhood, educational processes, and subjectivities. This text aims at pedagogical paths of approach between adults and children, teachers and students in relations that respect otherness and special features.ResumoEsse é um exame crítico sobre o motivo visual cinematográfico: caminho, em dois filmes, Onde Fica a Casa de Meu Amigo? (1987) e Gosto de Cereja (1997), do cineasta e fotógrafo iraniano, Abbas Kiarostami, estabelecendo suas relações com as práticas educativas e os possíveis conhecimentos formados com o cinema. O objetivo é discutir o aprendizado com a linguagem cinematográfica na escola através das relações pedagógicas entre adulto e criança, cinema, educação e imaginação. A análise dos filmes parte da leitura das críticas feitas por Ragel (2016), Bergala (2008) e Bernardet (2004) acerca da linguagem cinematográfica de Abbas Kiarostami, que desenvolveu uma poética artística e reflexiva sobre questões da vida. Outras produções audiovisuais e experiências educativas com o cinema são articuladas a teorias sobre infância, processos educativos e subjetividades. Este texto aponta para caminhos pedagógicos de aproximação entre adultos e crianças, professores e alunos, em relações pedagógicas de respeito às alteridades e especificidades.ResumenEste es un análisis crítico sobre el motivo visual cinematográfico del camino, en dos películas – Onde Fica a Casa de Meu Amigo? (1987) y Gosto de Cereja (1997), del cineasta y fotógrafo iraní Abbas Kiarostami. Se busca establecer sus relaciones con las prácticas educativas y los posibles conocimientos que se constituyen con el cine. El objetivo es reflexionar sobre el aprendizaje a partir del lenguaje cinematográfico en la escuela a través de las relaciones pedagógicas entre el adulto y el niño, el cine, la educación y la imaginación. El análisis de las películas se inicia por una lectura de las reflexiones que hacen Ragel (2016), Bergala (2008) y Bernardet (2004) con respecto al lenguaje cinematográfico de Abbas Kiarostami, quien desarrolló una poética artística y reflexiva sobre temas de la vida. Otras producciones audiovisuales y experiencias educativas con el cine se articulan a las teorías sobre la niñez, los procesos educativos y las subjetividades. Este texto señala hacia caminos pedagógicos de acercamiento entre adultos y niños, profesores y alumnos, en relaciones pedagógicas de respeto a las alteridades y sus especificidades. Palavras-chave: Motivo visual, Cinema, Educação, Infância.Keywords: Visual motif, Cinema, Education, Childhood.Palabras-clave: Motivo visual, Cine, Educación, Infancia.ReferencesBAUDELAIRE, C. O pintor da vida moderna. In: COELHO, T. (Org.). Sobre a modernidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.BERGALA, A. A hipótese-cinema. Tradução de Mônica Costa Netto e Silvia Pimenta. 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Título original: Lumière! - L’aventure commence.Martins, E.; IMBRIZI, J.; Garcia., M. L. Cinema, subjetividade e sociedade:a sétima arte na produção de saberes. Uma experiência de extensão na Universidade Federal de São Paulo. Revista de Psicologia, São Paulo, v. 8, n.1, p. 75-86, jan/jun. 2017. Disponível em:<http://www.periodicos.ufc.br/ psicologiaufc/article/view/13957/10274>. Acesso em: 1 maio 2018.MOGADOURO, C.; FONTANA, L. A . M. O audiovisual na educação. 2017. Disponível em <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/10648_O+ AUDIOVISUAL+NA+EDUCACAO>. Acesso em: 17mai. 2019.ONDE fica a casa de meu amigo. Direção: Abbas Kiarostami. Produção: Ali-RezaZarrin. Kanum, Irã, 1987.1 DVD (87min.). Título original: Khane-ye Doust Kodjast?POLARIS. Direção: Los Carpinteros. Produção: Los Carpinteros. Madri, Espanha, 2014. Monocanal, color, áudio stereo (10 min.).PONTE, A.; MENDES, C.; LAURINDO, M. A distância adulto/criança e seus reflexos no processo educacional. Faculdade de Educação, UFG, Goiás, s.d. Disponível em <https://grupeci.fe.ufg.br/up/693/o/TR23.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2017.RAGEL, P. El Camino: caligrafia caminal. In: BALLÓ, J.; BERGALA, A (eds.). Motivos Visuales Del Cine. Barcelona: Galaxia Gutemberg, 2016. p. 44-49.RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. Tradução de Mônica Costa Netto. São Paulo: Editora 34, 2015.RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Tradução de Liliam do Vale. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.


2016 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
Author(s):  
Lina Faria

Introdução: Em função de uma trajetória profissional curativa e reabilitadora, os fisioterapeutas encontram-se frente ao desafio da adaptação de sua formação curricular para atender às novas demandas da saúde pública brasileira. Objetivo: Verificar a necessidade de adequação das grades curriculares dos cursos de fisioterapia aos propósitos das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) na formação de profissionais fisioterapeutas com perfil humanista e generalista. Material e métodos: Foram analisadas 33 grades curriculares de cursos de fisioterapia, reconhecidos pelo MEC, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, para verificar se os conteúdos programáticos atendem às mudanças preconizadas. Resultados: Em treze cursos o modelo de ensino ainda é o tradicional, tendo como referência o “saber técnico”. Nove cursos buscam se adaptar às propostas das Diretrizes. Onze integram disciplinas e estágios supervisionados que atendem às mudanças. Conclusão: Os projetos pedagógicos revelam a necessidade de mudanças na educação, de modo que o processo de formação se paute por uma atuação com foco na prevenção e promoção da saúde.Palavras-chave: atenção primária à saude, educação em saúde, prática profissional, classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde.


2018 ◽  
Vol 11 (1) ◽  
pp. 223-238
Author(s):  
Jean Vargas

Resumo: O artigo leva em conta a recepção de Kierkegaard sobre o modo como os românticos lidam com o conhecimento e argumenta que o dinamarquês tem algo a dizer sobre temáticas de educação que estão hoje na ordem do dia. O artigo mostra ainda como Kierkegaard lida com temas transdisciplinares e em que medida a herança romântica, em contraposição ao legado iluminista, o ajuda a conceber sua reflexão pedagógica e existencial.Palavras-chave: Kierkegaard. Educação. Romantismo alemão. Pedagogia. Dúvida Abstract: The article takes into account Kierkegaard's reception of how the romantics deal with knowledge and argues that the Danish has something to say about education issues that are today the order of the day. The article also shows how Kierkegaard deals with transdisciplinary themes and to what extent the romantic heritage, in contrast to the enlightened legacy, helps him to conceive his pedagogical and existential reflection. Keywords: Kierkegaard. Education. German romanticism. Pedagogy. Doubt. REFERÊNCIASBEISER, Frederick. German Idealism: The Struggle against subjectivism 1781-1801. Londres: Harvard University Press, 2002.BERLIN, Isaiah. As raízes do romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015.GRAMMONT, Guiomar de. Don Juan, Fausto e o Judeu Errante em Kierkeggard. Petrópolis: Catedral das Letras, 2003.KIERKEGAARD, Søren. Johannes Clímacus ou é preciso duvidar de tudo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.KIERKEGAARD, Søren. Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor: uma comunicação direta, relatório à História. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições 70, 2002._______. Ou-ou: um fragmento de vida. Volume I. Tradução de Elisabete M. de Sousa. Lisboa: Relógios’d’água, 2013a._______. Pós-escrito conclusivo não científico às Migalhas filosóficas: coletânea mímico-patético-dialética, contribuição existencial, por Johannes Climacus.  Tradução de Álvaro L. M, Valls. Petrópolis: Vozes, 2013. v.1._______. Temor e Tremor. Tradução de Maria José Marinho. São Paulo: Abril cultural, 1974. (Os pensadores).LÖWITH, Karl. De Hegel à Nietzsche. Tradução de Rémi Laureillard, Paris: Gallimard, 1969.PATTINSON, George. Kierkegaard, Religion and the Nineteenth-Century Crisis of Culture. Cambridge : Cambridge University Press, 2004.SAFRANSKI, Rudiger. Romantismo: uma questão alemã. Tradução de Rita Rios. São Paulo: Estação Liberdade, 2010.VALLS, Álvaro; MARTINS, Jasson. (Org.). Kierkegaard no nosso tempo. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2010.VARGAS, Jean. Kierkegaard entre a existência e o niilismo. Puc Minas: Sapere Aude, Belo Horizonte, v.6–n.12, Jul./Dez.2015, p. 657-671.VARGAS, Jean. Indivíduo e multidão: uma reflexão sobre o lugar da ética no pensamento de Søren Kierkegaard. UFMG: Outramargem, Belo Horizonte, V.  - n., 2 Semestre 2014, p. 99-109.


1994 ◽  
Vol 10 (suppl 1) ◽  
pp. S19-S44 ◽  
Author(s):  
Maria Helena P. de Mello Jorge ◽  
Maria Rosário D. O. Latorre

As estatísticas de mortalidade mostram, em 1988, para o Brasil, que cerca de 12% dos óbitos são devidos a causas externas, e destes 30% são por acidentes de trânsito. Quando se comparam com outros países, os dados referentes ao Brasil são sempre elevados. O objetivo deste trabalho é apresentar os dados e analisar a tendência da mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil e em cada uma das Capitais das Unidades da Federação. Calcularam-se os coeficientes de mortalidade (bruto e padronizado), segundo sexo, bem como a mortalidade proporcional dentro das causas externas para os acidentes de trânsito no período de 1978 a 1989. Os resultados mostram que, para o Brasil, houve um aumento do número de óbitos, bem como dos coeficientes de mortalidade em cada faixa etária e sexo. Proporcionalmente, em relação às causas externas, a representatividade esteve em torno de 30%. Em uma parcela significativa dos municípios estudados, a mortalidade por acidentes de trânsito corresponde a quase metade dos óbitos por causas externas. Os coeficientes padronizados são quase sempre superiores a 20 por 100.000 habitantes, cifra esta muito superior àquela observada em outros países. Analisando-se o período de 1978 a 1989, observa-se uma tendência de aumento dos coeficientes de mortalidade em Porto Velho, Rio Branco, Recife, Maceió, Curitiba, Florianópolis, Campo Grande, Cuiabá, Goiânia e Distrito Federal. Em Manaus, Macapá, Natal, Teresina, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, a mortalidade vem permanendo estacionária no período estudado. Nas demais seis capitais, a tendência é de declínio, concluindo-se que este permanece um importante problema de saúde pública no país.


2015 ◽  
Vol 7 (2) ◽  
pp. 250-267 ◽  
Author(s):  
César Marques ◽  
Henrique Frey

A partir da década de 2000, o mercado de habitação brasileiro passou por sensíveis mudanças, que permitiram a retomada do crescimento da construção civil, do número de unidades construídas e comercializadas. Tais mudanças foram possíveis em função de uma série de mudanças nas políticas urbanas e habitacionais, com destaque para a ampliação da oferta do financiamento habitacional, que permitiu a incorporação de uma parcela maior da população no acesso à casa própria. No entanto, os efeitos das recentes políticas de habitação ainda não são claros. Por um lado, o crescimento do valor dos bens imobiliários foi generalizado, alcançando patamares comparáveis a de importantes centros mundiais, principalmente nas grandes cidades e metrópoles brasileiras. Por outro, ainda pouco se sabe sobre os efeitos quantitativos desse modelo, ou seja, se de fato a parcela da população com acesso ao domicílio próprio aumentou significativamente e houve uma consequente queda do número de domicílios alugados e cedidos. Para isso, esse artigo propõe uma primeira análise exploratória, utilizando os dados dos Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010 para avaliar se tais políticas alteraram as dinâmicas das condições de ocupação nos domicílios na escala metropolitana. Analisamos dados das três maiores regiões metropolitanas (Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro) a partir do município, comparando as mudanças na sede e no entorno. O texto está estruturado em torno da discussão do mercado habitacional no Brasil, das inovações em termos de políticas públicas no período recente e da própria análise dos dados censitários, apontando suas potencialidades e limites.


2000 ◽  
Vol 20 (2) ◽  
pp. 213-232 ◽  
Author(s):  
Ricardo Luis Lopes ◽  
José Vicente Caixeta Filho

Esta pesquisa teve como principal objetivo a análise da distribuição mais eficiente de granjas suinícolas no Estado de Goiás. O modelo de localização desenvolvido envolveu uma estrutura de programação inteira mista. Os fatores considerados para o objetivo do estudo foram os custos de transporte de grãos (milho e soja) até a granja, o custo de transporte de suínos até o abatedouro e o custo de transporte de carcaça de suíno até o mercado consumidor. Definiu-se como mercado consumidor o próprio Estado de Goiás, o Distrito Federal e os municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Além disso, determinou-se também as ofertas de milho e soja de cada microrregião do Estado de Goiás, e o consumo per capita nacional de carne suína. Considerou-se três cenários, envolvendo níveis distintos de consumo per capita, sendo um o atual e os outros dois determinados de acordo com as perspectivas do setor.


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