A CIDADE INDUSTRIAL E SEU REVERSO: AS COMUNIDADES UTÓPICAS DA INGLATERRA VITORIANA
O presente artigo procura dimensionar o debate sobre as cidades utópicas, que comumente confere aos experimentos ingleses do século XIX uma continuidade com as utopias clássicas e certa dose de ineficácia e ingenuidade, procurando ver a positividade contida nas utopias habitacionais. Centrando-se na experiência britânica iniciada com owenismo, passando pelas vilas industriais planejadas e finalizando no ideal da cidade jardim, busca-se ver a comunidade ideal como o reverso da organização industrial da cidade e como uma proposta histórica de ocupação do espaço que é definitiva para a experiência urbana posterior. Abstract This article aims at giving new dimension to the debate on utopian villages, that commonly understands the British experiments of the nineteenth-century as a continuation of the classical utopias tinted with a hint of inefficacy and naiveté. On the contrary, this article intends to search for the positive aspects of such utopias. Centering on the British experience of Owenism, studying the model villages and ending on the garden cities, the ideal community is seen as the opposite of the industrial urban organization and as a historical definition of occupation of space, fundamental for urban planning.