Nesse estudo investigamos a adequabilidade da encapsulação do extrato em acetato de etila do ápice foliar de Baccharis dracunculifolia(BdAA) (Asteraceae), uma planta medicinal brasileira com promissoras aplicações farmacêuticas, em nanopartículas de quitosana (BdAA-Qui). As nanopartículas foram desenvolvidas pelo método de gelificação iônica e caracterizadas em relação ao diâmetro hidrodinâmico médio (DHm), índice de polidispersividade (IP), potencial zeta (PZ), eficiência de encapsulação (EE), com quantificação do Artepillin C, marcador químico do extrato, por CLAE-DAD, morfologia (por microscopia eletrônica de transmissão – MET) e citotoxicidade em linhagem celular de fibroblastos (L929). As BdAA-Qui apresentaram DHm superior às nanopartículas controle (sem o extrato). Esse pode ser considerado o primeiro indício da ocorrência da encapsulação dos constituintes do extrato na matriz polimérica das nanopartículas. Além disso, o IP obtido apresentou valor próximo a de sistemas monodispersos. Essa característica foi comprovada pelas imagens de MET. O valor de PZ positivo (20,4±0,85 mV) é característico da protonação da molécula de quitosana e pode implicar em estabilidade satisfatória das nanopartículas desenvolvidas. Ainda, esse valor foi semelhante àquele obtido para as nanopartículas controle, o que pode sugerir que os constituintes do extrato estejam no interior da nanopartícula e não adsorvidos em sua superfície. Em relação à EE, encontramos um valor elevado (cerca de 85%). Esse dado pode ser devido à interação eletrostática entre a quitosana e o Artepillin C (pka 4.65), o qual encontra-se prioritariamente sob a forma ionizada no pH padronizado para o preparo das nanopartículas (4.7). Por fim, a formulação desenvolvida não alterou a viabilidade das células durante o período de exposição (24 ou 48h). Esse dado preliminar é particularmente importante para garantir a segurança de uso do extrato encapsulado em nanopartículas de quitosana. Pelo exposto, o carreador escolhido mostrou-se adequado para encapsular o extrato BdAA visando futuras aplicações farmacêuticas.