Coletivos e o ciclo de protestos dos anos 2010: reflexões sobre horizontalidade e as tecnologias digitais da informação e comunicação
Na última década, os grupos autodenominados “coletivos” passaram a ter visibilidade no cenário das mobilizações políticas e das pesquisas acadêmicas, trazendo desafios analíticos ao campo da ação coletiva, tendo em vista a complexidade e a pluralidade encontradas neles. O objetivo deste artigo é refletir sobre a construção de formas de organização horizontais e colaborativas dos coletivos e sobre o uso que fazem das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs), bem como sobre a relação entre esses dois aspectos. As práticas organizativas e de atuação política desses grupos são analisadas a partir de material resultante de pesquisa realizada com cinco coletivos que atuam na cidade de São Paulo em diálogo com uma retomada histórica do ciclo de protestos dos anos 2010, apresentando uma perspectiva histórica e processual das lutas coletivas. O debate sobre a relação entre horizontalidade, TDICs e formas de liderança busca analisar a construção de práticas horizontais e colaborativas, indicando convergências entre as experiências do ciclo e as práticas dos coletivos, e contribui para a reflexão sobre o cenário contemporâneo de ação coletiva. Palavras-chave: Ciclo de protestos; coletivos; horizontalidade; tecnologias digitais da informação e comunicação. Abstract In the last decade, the self-styled “collective” groups, become visible in the scenario of political mobilizations and academic researches, bringing analytical challenges to the field of collective action, considering the complexity and plurality found on them. The main goal of this article is to reflect on the building of horizontal and collaborative forms of organization of collectives and their use of digital Information and Communications Technology (ICT), as well the relationship between these both aspects. The organizational practices and political performance of these groups are analyzed from the result of research realized with five collectivist groups from São Paulo city, related to a historical resumption of the 2010 cycle of protests, presenting a historical and procedural perspective of collective struggles. The debate about the relationship between horizontality, TDIC, and forms of leadership seeks to analyze the building of horizontal and collaborative practices, indicating convergences between the experiences of the cycle and the practices of collectives, and contributes to the reflection on the contemporary scenario of collective action. Key words: Protest cycle; collective; horizontality; digital information and communication technologies. Resumen En la última década, los grupos que se autodenominan “colectivos” han ganado visibilidad en el contexto de las movilizaciones políticas y la investigación académica, trayendo desafíos analíticos al campo de la acción colectiva, dada la complejidad y pluralidad que presentan. El objetivo del artículo es reflexionar sobre la construcción de formas horizontales y colaborativas de organización de los colectivos y el uso que hacen de las tecnologías de información y comunicación digital, así como la relación entre estos aspectos. Las prácticas organizativas y políticas de estos grupos se analizan a partir del material resultante de la investigación realizada con cinco colectivos que operan en la ciudad de São Paulo en diálogo con el panorama histórico del ciclo de protestas de los años 2010, presentando una perspectiva histórica y procesual de las luchas colectivas. El debate sobre la relación entre la horizontalidad, las TIC y las formas de liderazgo busca analizar la construcción de prácticas horizontales y colaborativas, señalando las convergencias entre las experiencias del ciclo y las prácticas de los colectivos, y contribuye a la reflexión sobre el escenario contemporáneo de la acción colectiva. Palabras clave: Ciclo de protestas; colectivo; horizontalidad; tecnologías digitales de la información y la comunicación.